No último domingo (3), aconteceu em Natal a Marcha da Maconha 2023. Este evento anual, que aconteceu em Ponta Negra reuniu defensores da legalização da maconha, ativistas, curiosos e apoiadores da causa para celebrar a liberdade de expressão e promover uma conversa aberta sobre a política de drogas no Brasil.
O body piercer Alienx falou que usa cannabis para fins médicos e, por conseguinte, defende o seu uso. “Faço tratamento por causa da ansiedade. Sou grato pelas melhorias e espero que todo mundo abre a mente cada vez mais para que a gente possa evoluir muito ainda nesse sentido”, relatou.
Nesta matéria, vamos explorar os principais acontecimentos, reivindicações e desafios que marcaram a cobertura deste evento tão importante, principalmente que o Supremo Tribunal de Justiça (STJ), uma vez que vai decidir o futuro da criminalização da maconha.
O Supremo Tribunal Federal (STF) estava a um passo de decidir se o porte de maconha para uso pessoal é crime – o placar até agora é de 5 a 1 para que isso não seja crime. Além disso, os ministros vão decidir se é possível diferenciar o usuário do traficante com base na quantidade de droga encontrada. O placar é de 6 a 0, e já há maioria para definir uma quantidade limite, de 25mg para 60mg.
Falta de finalização do processo
A análise foi interrompida a pedido do ministro André Mendonça, que tem prazo de 90 dias para devolver o tema à pauta. O resultado não vai legalizar a maconha ou qualquer outra droga. Ou seja, não vai gerar uma legislação que permita o uso ou o comércio dos entorpecentes.
A vereadora Brisa Bacchi esteve presente e ressaltou a importância da legalização pelo STF, principalmente aos usuários que usam o óleo de CDB.
“A gente precisa popularizar (o uso da cannabis), porque inclusive para quem usa por motivo medicinal é tratado como criminoso. Além disso, a guerra contra às drogas promove, na verdade, um encarceramento em cada vez maior da juventude negra e parda das periferias, isto é importante”, relatou. Brisa defende que as pessoas precisam ter conhecimento antes de criticar a descriminalização.
Por que parou?
Os placares são diferentes porque o ministro Cristiano Zanin discordou da ideia de descriminalizar o porte. Entretanto, o mesmo concordou com a necessidade de separar usuário e traficante
Ao som de músicas a favor da legalização, vários cartazes e discursos mostrando as principais reivindicações. Logo, a marcha mostrou que a discussão sobre a legalização da maconha está longe de ser um assunto marginal.
“Defendo pelo meu direito de se cuidar, a maconha é um medicamento como vários outros remédios. É uma planta normal com as outras. Faço tratamento há 10 anos e vejo que melhorou minha saúde, logo tendo mais auto cuidado”, disse Gabriela Barreto, uma das participantes.
Quais são as principais reivindicações?
Uma das marcas registradas da Marcha da Maconha é sua diversidade de reivindicações. Além da legalização da maconha para uso recreativo, os participantes também levantaram bandeiras como:
- Uso Medicinal: Muitos participantes defendem o acesso à maconha para fins medicinais, argumentando que a planta possui propriedades terapêuticas que podem melhorar a qualidade de vida dos pacientes com diversas condições médicas.
- Redução de Danos: A discussão sobre a redução de danos causados pelo uso de drogas é uma pauta importante, destacando a necessidade de políticas que enfocam a saúde pública e a minimização dos riscos associados ao consumo.
- Desencarceramento: A Marcha também abordou a questão do encarceramento relacionada ao tráfico de drogas, defendendo a revisão de penas e a adoção de medidas alternativas à prisão.
Desafios ainda continuam
Embora a Marcha da Maconha tenha ganhado força ao longo dos anos, ainda enfrenta desafios significativos. Persiste a oposição à legalização da maconha, com argumentos baseados em preocupações com a saúde pública e a segurança. Além disso, a legislação atual no Brasil continua a criminalizar o uso da maconha, tornando difícil a implementação das demandas dos participantes.
A Marcha da Maconha de 2023 mostrou que a discussão sobre a legalização da maconha é mais viva do que nunca no Brasil. A mobilização e o ativismo dos participantes são fundamentais para impulsionar as autoridades e a sociedade para compensar as políticas de drogas. O futuro da legalização da maconha no país dependerá do diálogo, da conscientização e do engajamento contínuo dos defensores dessa causa.
Aconteceu em vários estados brasileiros
Marcha surgiu no Brasil em 2002, na cidade do Rio de Janeiro, como uma forma de protesto contra a proibição da maconha e em defesa da reforma das políticas de drogas. Desde então, o evento tem crescido em alcance e importância, ocorrendo em várias cidades do país.
A Marcha da Maconha de 2023 foi um evento marcante que trouxe à tona questões importantes relacionadas à política de drogas no Brasil. Com uma participação expressiva e reivindicações diversas, os participantes demonstraram seu comprometimento com a causa da legalização da maconha e da reforma das políticas de drogas.
Embora os desafios persistam, a marcha continua sendo um espaço crucial para promover o debate e a conscientização sobre um assunto que afeta diretamente a vida de muitos brasileiros.
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