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Origem do feminismo em Natal

feminismo em Natal

Em 2021, publicamos a segunda edição da Revista do Brechando, no qual explicamos a origem do feminismo em Natal. Saiba mais no Brechando!

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Em 1981, foi realizado o Seminário da Mulher em Debate, na Fundação José Augusto (FJA), onde ocorreram discussões divididas em pastas com temas que variam desde a legislação sobre a mulher até a questão da educação e trabalho no Brasil e no mundo.

O encontro reuniu diversas mulheres que desenvolviam algum trabalho em Natal e em cidades interioranas e, ao término, ficou firmado o compromisso de uma nova entidade representativa das mulheres na cidade, o Movimento Mulheres em Luta.

Nesse encontro foi acordado que alguns meses depois aconteceria o I Encontro da Mulher Natalense, a ser realizado no Colégio Nossa Senhora das Neves. Posteriormente, ele aconteceu em dezembro, reunindo mais de 800 mulheres.

No mesmo ano aconteceu o I Encontro da Mulher Potiguar

A chance de reunir mulheres do estado todo fez com que as integrantes do MML se organizassem para garantir um mínimo de infraestrutura e divulgação com antecedência. A busca por alimentos para as participantes, inclusive para as crianças que ficariam nas creches provisórias, foi intensa.

Além de faixas, equipamentos de som, divulgação, etc. O encontro teve o Colégio Marista como local escolhido, pois algumas militantes tinham o contato com irmãs responsáveis pela direção da escola. Depois, o MML ficou conhecido pelas passeatas em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, além das exibições de filmes e outros movimentos de conscientização.

Sem contar que elas foram bastante importantes na luta pelo Diretas Já em Natal, que aconteceu no bairro do Alecrim.

Novo grupo representando o feminismo em Natal

Em 1984 surgiu a União de Mulheres em Natal, também conhecido como UMNa, outro movimento feminista que também criara grupos de discussão e sempre fazia eventos com o MML. As mulheres do UMNa valorizavam as relações de trabalho, direitos reprodutivos, combate à violência, se colocavam contra a estrutura militar que ainda perdura no Brasil.

As ações do UMNa em 1985 se constituíram, basicamente, na continuação dos encontros nos bairros da cidade, na realização de atos públicos na luta contra a carestia, custo de vida, palestras com convidados que pudessem dar algum panorama.

No ano seguinte foi criado o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (CMDM), onde houve debate com o Poder Público.

Após a redemocratização no Brasil, outro grupo de feministas na cidade surgiu, o Grupo Autônomo de Mulheres (GAM), no ano de 1989. Além de lutar pelos direitos das mulheres, elas montaram uma biblioteca com estudos e dados sobre a emancipação feminina na totalidade. Nos anos seguintes, concomitantemente, UMNa e GAM se encontravam em alguns atos e dialogavam sobre a produção de atividades pertinentes na cidade.

Organizaram passeatas sobre a violência contra a mulher e assinaram carta de repúdio à forma como alguns jornalistas tratavam estatísticas sobre a violência sofrida por mulheres, com excessos de indiferença e frieza. Até onde se sabe, o GAM permaneceu ativo em Natal até os anos 90.

*matéria publicada originalmente na Revista Brechando 2

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Desenho do ilustrador Um Samurai

Lara Paiva é jornalista e publicitária formada pela UFRN, com especialização em documentário (UFRN) e gestão de mídias sociais e marketing digital (Estácio/Fatern). Criou o Brechando com o objetivo de matar as suas curiosidade e de outras pessoas acerca do cotidiano em que vive. Atualmente, faz mestrado em Estudos da Mídia, pela UFRN e teve experiência em jornalismo online, assessoria de imprensa e agência de publicidade, no setor de gerenciamento de mídias sociais.

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