Origem do feminismo em Natal

Origem do feminismo em Natal

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Em 1981, foi realizado o Seminário da Mulher em Debate, na Fundação José Augusto (FJA), onde ocorreram discussões divididas em pastas com temas que variam desde a legislação sobre a mulher até a questão da educação e trabalho no Brasil e no mundo.

O encontro reuniu diversas mulheres que desenvolviam algum trabalho em Natal e em cidades interioranas e, ao término, ficou firmado o compromisso de uma nova entidade representativa das mulheres na cidade, o Movimento Mulheres em Luta.

Nesse encontro foi acordado que alguns meses depois aconteceria o I Encontro da Mulher Natalense, a ser realizado no Colégio Nossa Senhora das Neves. Posteriormente, ele aconteceu em dezembro, reunindo mais de 800 mulheres.

No mesmo ano aconteceu o I Encontro da Mulher Potiguar

A chance de reunir mulheres do estado todo fez com que as integrantes do MML se organizassem para garantir um mínimo de infraestrutura e divulgação com antecedência. A busca por alimentos para as participantes, inclusive para as crianças que ficariam nas creches provisórias, foi intensa.

Além de faixas, equipamentos de som, divulgação, etc. O encontro teve o Colégio Marista como local escolhido, pois algumas militantes tinham o contato com irmãs responsáveis pela direção da escola. Depois, o MML ficou conhecido pelas passeatas em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, além das exibições de filmes e outros movimentos de conscientização.

Sem contar que elas foram bastante importantes na luta pelo Diretas Já em Natal, que aconteceu no bairro do Alecrim.

Novo grupo representando o feminismo em Natal

Em 1984 surgiu a União de Mulheres em Natal, também conhecido como UMNa, outro movimento feminista que também criara grupos de discussão e sempre fazia eventos com o MML. As mulheres do UMNa valorizavam as relações de trabalho, direitos reprodutivos, combate à violência, se colocavam contra a estrutura militar que ainda perdura no Brasil.

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As ações do UMNa em 1985 se constituíram, basicamente, na continuação dos encontros nos bairros da cidade, na realização de atos públicos na luta contra a carestia, custo de vida, palestras com convidados que pudessem dar algum panorama.

No ano seguinte foi criado o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (CMDM), onde houve debate com o Poder Público.

Após a redemocratização no Brasil, outro grupo de feministas na cidade surgiu, o Grupo Autônomo de Mulheres (GAM), no ano de 1989. Além de lutar pelos direitos das mulheres, elas montaram uma biblioteca com estudos e dados sobre a emancipação feminina na totalidade. Nos anos seguintes, concomitantemente, UMNa e GAM se encontravam em alguns atos e dialogavam sobre a produção de atividades pertinentes na cidade.

Organizaram passeatas sobre a violência contra a mulher e assinaram carta de repúdio à forma como alguns jornalistas tratavam estatísticas sobre a violência sofrida por mulheres, com excessos de indiferença e frieza. Até onde se sabe, o GAM permaneceu ativo em Natal até os anos 90.

*matéria publicada originalmente na Revista Brechando 2

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Sobre lara

Jornalista e publicitária formada pela UFRN, começou despretensiosamente com um blog para treinar seu lado repórter e virou sua vitrine. Além disso, é mestranda em psicologia na UnP e ainda é doida o suficiente para começar mestrado em Estudo da Mídia na UFRN. Saiba mais sobre esta brechadora.

Desenho: @umsamurai.



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