Neste período, as estudantes potiguares deram a cara à tapa durante as manifestações contra o Governo Militar, nas quais muitas sacrificaram as suas vidas em favor da democracia. Durante a ditadura militar, as mulheres organizaram-se, independentemente de partidos políticos, idade e classe social, para formar uma militância.
Após a repressão do governo Médici, o feminismo só voltaria a brilhar novamente em meados da década de 70.
A segunda onda feminista em Natal
A Segunda Onda do feminismo surgiu na Ditadura Militar, visto que muitas mulheres sofreram repressão por conta do Ato Inconstitucional nº5 e, por isso, resolveram criar a própria luta contra a repressão daqueles que estavam no poder. A historiadora Janaína Sobreira realizou um estudo sobre os movimentos da Segunda Onda em Natal, do qual reproduzimos algumas informações relevantes a seguir.
Organizações do movimento negro, hippie e do operariado uniram forças para derrubar o regime. Entretanto, os livros de história destacam a força das mulheres, pois elas é que ficavam na linha de frente nas manifestações. As primeiras reivindicações eram por mais creches, além de exigirem anistia política, participação efetiva nos sindicatos e representações políticas diversas. Levavam as questões para as rodas de conversa em restaurantes, bares, praças e cinemas.
O ano era 1968
No ano de 1978, as universitárias Rossana Sudário, hoje integrante do Ministério Público, e Viveca Damasceno criaram o Centro da Mulher Natalense (CMN), cujo objetivo era esclarecer as mulheres de baixa renda sobre seus direitos sociais e trabalhistas, além de auxiliá-las na obtenção de conhecimento sobre o controle de natalidade e outros assuntos que eram considerados tabu, como uso de contraceptivos e o aborto.
Nesta época, o acesso ao mercado de trabalho era tema muito recorrente não só nas notícias que circulavam naqueles anos, mas amplamente discutido em vários grupos de mulheres e feministas.
Vale lembrar que na época, uma das séries da Rede Globo, “Malu Mulher”, discutia a história de uma mulher divorciada que lutava por direitos iguais.
Descrição do grupo
A ideia era bastante similar ao Centro da Mulher Brasileira, considerado o primeiro grupo feminista institucionalizado no Brasil.
A Viveca Damasceno é sobrinha de Maria do Céu Fernandes, eleita a primeira deputada estadual no Brasil pelo Rio Grande do Norte. Além disso, elas chamaram atenção por promover inúmeros debates na capital potiguar e distribuir material para conscientizar a população.
O movimento chamou tanto atenção que órgãos ligados à Ditadura Militar as investigaram. A Comissão da Verdade da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) conseguiu registrar esses dados e publicar em um relatório.
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