Andando pela avenida Senador Salgado Filho, eu vejo um graffiti gigante Aldo Parisot, que era natural do Rio Grande do Norte, mas morava há muitos anos nos Estados Unidos e ajudou a impulsionar o surgimento dos músicos dos instrumentos de corda. Aldo nasceu em Natal, no dia 30 de setembro de 1918.
A sua carreira surgiu graças ao padrasto, Thomas Babini, que lhe ensinou além do irmão Italo Babini. Já criança, aos seis anos, começou a tocar em primeiro recital e rapidamente começou chamar atenção. Aos 12 anos mudou-se ao Rio de Janeiro para trabalhar na Orquestra Sinfônica Brasileira e logo conseguiu a bolsa em Yale, em que se mudou para os Estados Unidos.
Foi professor catedrático da Universidade de Yale por mais de 60 anos e membro do corpo docente da escola de música nova-iorquina Juilliard School. Ainda nos Estados Unidos estudou com Paul Hindemith e tocou com a Orquestra de Pittsburgh. Em 1950, Parisot estreou no Town Hall em Nova York e se consolidou internacionalmente tocando ao lado do maestro e violoncelista inglês John Barbirolli e da Filarmônica de Nova York.
Mesmo vivendo nos Estados Unidos, Aldo Parisot sempre visitava o Brasil para apresentações e masterclasses.
Quem é Thomas Babini
Como falado anteriormente, seu nome é Thomas Babini. Ele nasceu em Faenza, na Italia, e estudou com Francesco Serato (1843-1919) em Bolonha, mas, devido ao seu espírito aventureiro, viajou para a América do Sul tocando em cidades brasileiras como Belém, Recife e Rio de Janeiro, no início do século XX.
No Rio, ele conheceu o compositor Heitor Villa-Lobos, com quem dividiu os palcos do Theatro Municipal. Mas, futuramente, ele iria conhecer a capital do RN.
E quando Babini morou em Natal
Provavelmente em turnê com o Trio com o qual tocava, Thomas Babini viajou a Natal. O que era para ser apenas um passeio, virou o seu lar. Por aqui, se instalou e começou a formação de violoncelistas que tiveram impacto na história do violoncelo no Século XX.
Foi nas terras potiguares que formou formou violoncelistas como Aldo Parisot (1918-2018), Italo Babini (1922), Mario Tavares (1928-2003) e Nany Devos (1925-1995). Assim, fazendo com que Natal tivesse uma bonita cultura com o violoncelo. O Italo, por sinal, é filho de Thomas.
A Nanny Devos, por sinal, recebeu a alcunha de mãe dos violoncelistas, através desta matéria na Tribuna do Norte.
De acordo com os seus alunos, Babini tinha uma dedicação absoluta aos alunos. Mesmo fora das aulas, passava várias horas planejando o que poderia ser feito para o desenvolvimento dos que estudavam com ele. Cobrava rigorosamente o solfejo. Além disso, os alunos tinham que entoar corretamente tudo o que tocavam, e era inflexível com as escalas, arpejos, estudos e com os concertos de Karl Davidoff que tanto amava.
De acordo com reportagem do jornal Diário de Natal de 1909, a chegada de Babini a Natal foi um acontecimento de grandes proporções, com casa cheia e todas as pompas possíveis à época.
Após sua temporada em Natal, Thomaz mudou para Recife.
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