Quando se pensa em doenças com infecções em Natal, rapidamente pensamos no Hospital Giselda Trigueiro. A unidade hospitalar é exemplo para tratamento de doenças como AIDS, gripes, dengue, ISTs e outras doenças contagiosas através do Sistema Único de Saúde (SUS). Apesar de existir há um bom tempo, o nome veio primeiramente como uma homenagem para uma médica potiguar especialista em Medicina Tropical. Esta área compreende médicos que estudam doenças comuns na região, como Malária e Dengue. Portanto, achamos a sua biografia e vamos contar a seguir a história de Giselda Trigueiro.
Giselda Trigueiro não é potiguar
Seu nome completo é Maria Giselda da Silva Trigueiro. Apesar de ter tido toda uma vida no Rio Grande do Norte, ela é cearense. Mais precisamente na cidade de Vila Velha. Inicialmente, mudou-se para Recife para cursar filosofia e medicina, onde obteve a formação em ambos os cursos. Além disso, a vinda para o RN tem o motivo: o marido Kerginaldo Trigueiro, onde ela adotou seu sobrenome e teve três filhos.
Também foi professora da Faculdade de Medicina, que hoje faz parte da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Lá, era ensinara a disciplina de Doenças Infecciosas e Tropicais, depois transformada em Departamento. Sem contar que manteve intercâmbios e amizades com os mais reconhecidos professores-pesquisadores da especialidade no Brasil e era considerada expoente nacional no estudo clínico/científico do tétano.
Sem contar que publicou vários trabalhos de pesquisa e apresentados no país e no exterior, criou a Residência Médica em Doenças Infecciosas já na UFRN.
Fundou a Academia de Medicina do Rio Grande do Norte, presidiu várias entidades médicas no Estado, além de outras atividades que constam no seu currículo. Trigueiro morreu, todavia, há 35 anos e foi vítima de um câncer de mama aos 52 anos, após seis anos de batalha contra a doença.
Após a sua morte, o Hospital rebatizou com seu nome
Giselda era funcionária do antigo Hospital Evandro Chagas e ensinava aos novos médicos sobre as doenças infecto-contagiosas. De acordo com o site da Uni-RN, nas palavras de Daladier da Cunha Lima, “apesar da deficiência das instalações físicas hospitalares, havia bom atendimento aos pacientes, associado a ensino médico bem-qualificado, pois sua voz era ouvida e seus ensinamentos, que se faziam por palavras e por atitudes, repercutiam amplamente“.
Seu trabalho na unidade hospitalar surgiu nos anos 60, quando o Sanatório Getúlio Vargas foi para um novo prédio, hoje Hospital João Machado, e a sede antiga passou, portanto, a ser um hospital para tratamento de doenças infecto-contagiosas: o Hospital Evandro Chagas, sob a direção de Dra. Giselda. Como resultado, a unidade de saúde do governo do estado estava localizada na Avenida Coronel Estevão, esquina com a Presidente Bandeira, no Alecrim. O local, bem mais amplo, oferecia espaço para internar pacientes com outras doenças como hepatite, febre tifóide, tétano e esquistossomose.
Um dos destaques foi entre 1973 e 1974, diante do surto de meningite, Dra. Giselda criou uma escala de médicos plantonistas para orientar os estudantes na realização de punções e tratamentos dos casos graves da doença. Não existia UTI, e os pacientes eram internados em locais separados para doentes graves e em moderação.
Nos anos 80, a unidade mudou para sua atual sede, que fica no bairro das Quintas e Giselda foi junto.
Sua direção foi até o ano de 1986, quando faleceu precocemente e, por conseguinte, a unidade trocou o nome como homenagem a servidora.
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