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Impacto Cinco e o rock potiguar visto nacionalmente

Dia do Rock Lágrimas Azuís

Conheci a banda pelo icônico “Lágrimas Azuis“. A capa do disco é linda, parecia um Credance brasileiro e mostrava bastante atitude. Então, eu comecei a escutar o álbum no You Tube e me apaixonei. Pensava: “Como o Rio Grande do Norte deixou escapar isso ?”. Um belo dia, ao começar minha coleção de vinis, depois…

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Conheci a banda pelo icônico “Lágrimas Azuis“. A capa do disco é linda, parecia um Credance brasileiro e mostrava bastante atitude. Então, eu comecei a escutar o álbum no You Tube e me apaixonei. Pensava: “Como o Rio Grande do Norte deixou escapar isso ?”.

Um belo dia, ao começar minha coleção de vinis, depois que comprei minha vitrola, minha tia e mainha garimpam a casa da minha avó e coletam todos os LPs que estavam armazenado. Dentro da coleção estava o disco do Impacto Cinco citado acima, no qual a tia ganhou em um concurso de dança no bairro e o mesmo foi comprado em 1975 (ano de lançamento), uma vez que na contra capa está uma dedicatória de um irmão para a irmã em um presente de Natal (ambos não conheço). Mas, conto isso melhor em outro texto. Um dos meus discos prediletos da minha coleção e que os roqueiros piram (amostrada, mesmo!).

Foi aí pesquisei sobre sua história e da trágica notícia (pelo menos para mim) de muitos roqueiros terem submetido para outros estilos para garantir o seu sustento.

Numa era antes do Far From Alaska dominar o rock potiguar em outras terras além do Nordeste (vocês achavam que Emmily Barreto e sua trupe começou com tudo ?), o estado potiguar também conseguiu algumas conquistas. Primeiramente foi o Leno, que falamos no Dia do Rock do ano passado, e fez muito sucesso na Jovem Guarda com a dupla Leno e Lílian. Foi por causa deste mesmo cara que o Impacto Cinco é hoje cultuado pelos roqueiros cult.

A banda surgiu em fevereiro de 1969, no mesmo ano que o Black Sabbath lançara o seu primeiro álbum botando o alicerce do Heavy Metal e o Led Zeppelin dominando as paradas britânicas com seu hard rock. Neste período, eles estavam dominando os shows na cidade, principalmente em Petrópolis. Na época, a influência era Renato e seus Blue Caps, Beatles, The Fevers e Golden Boys.

Fotos da contra capa de Lágrimas Azuis

O sucesso foi tão grande que começou a tocar nos estados vizinhos. No ano de 1973, eles foram ao Rio de Janeiro a convite de Leno, que trabalhava na gravadora CBS. O primeiro disco se chama Impacto V e mostra uma versão desenhada do grupo. O disco vendeu 80 mil copas, foi sucesso no Nordeste e continha vários covers de músicas gringas e duas músicas inéditas.  Pode escutar a seguir:

Foi aí que surgiu o “Quando o Sol Chegar” e “Te Amo”. Bem Jovem Guarda mesmo, apesar de ter sido lançado numa era depois.

Joca Costa, guitarrista do grupo na época do Lágrimas Azuis

Porém o disco mais rock and roll deles é o segundo, lançado em 1975, o consagrado “Lágrimas Azuis” e hoje considerado um dos 10 discos mais raros do Brasil. Para o segundo trabalho, o lance foi investir em canções próprias.

O álbum tem composições de Leno, Raul Seixas e dos próprios músicos. Foi lá que surgiu o seu maior sucesso “Mãos de Seda, Coração de Ferro”, composto por Piska, que na época era guitarrista da banda Casa das Máquinas.

Apesar de ser cultuado pelos roqueiros, o disco na época foi um fiasco de venda, rompendo o contrato do grupo com a CBS.

O terceiro álbum e último da discografia se chama “Rio Potengi”, lançado em 1983, desta vez tem uma roupagem totalmente diferente dos anteriores e é bastante regional, parecendo os discos de Zé Ramalho e Alceu Valença. O disco foi gravado na Escola de Música da UFRN e fazia parte do Projeto Memória.

Depois disso, o Impacto Cinco voltou a ser banda de baile, tocando em festas e até criando jingle para políticos, mudando várias vezes a formação, deixando a sonoridade parecida com Montagem e Grafith, que estão até hoje no mercado.

Terceiro disco do Impacto Cinco

A banda acabou oficialmente em 2005, embora já ensaiaram um retorno, como fala nesta reportagem de Henrique Arruda no Novo Jornal.

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Desenho do ilustrador Um Samurai

Lara Paiva é jornalista e publicitária formada pela UFRN, com especialização em documentário (UFRN) e gestão de mídias sociais e marketing digital (Estácio/Fatern). Criou o Brechando com o objetivo de matar as suas curiosidade e de outras pessoas acerca do cotidiano em que vive. Atualmente, faz mestrado em Estudos da Mídia, pela UFRN e teve experiência em jornalismo online, assessoria de imprensa e agência de publicidade, no setor de gerenciamento de mídias sociais.

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