Sylvio Pedroza participou, por dois anos da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, ocorrido em outubro de 1996, e ficou lá até agosto de 1998, quando morreu. O mesmo formou-se direito, atuou na área política em diversos cargos, inclusive prefeito de Natal e Governador do Estado do Rio Grande do Norte.
Sem contar que mantinha uma relação estreita com o folclorista Luís da Câmara Cascudo. Todo esse documento achamos na Revista da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, publicada em 1997. Atualmente, está sob os cuidados do Laboratório de Imagens da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Sylvio Piza Pedroza inicia seu discurso de posse na Academia Norte-Rio-Grandense de Letras destacando a honra de integrar este renomado grupo de intelectuais. Ele faz referência a dois agradecimentos anteriores em que esteve presente na Academia: em 1956, quando recebeu o título de sócio honorário. E ainda lembrou de 1984, durante o lançamento de seu livro “Pensamento e Ação”, que abordou sua vida política. A sua posse em 1996 simboliza tanto o reconhecimento de sua trajetória quanto uma reflexão sobre o panorama cultural do Rio Grande do Norte.
Em um momento de pesar, Pedroza homenageia grandes nomes da cultura potiguar que faleceram, como Manoel Rodrigues de Mello, Otto Guerra, Américo de Oliveira Costa, Antonio Soares, e o jornalista Veríssimo de Mello.
Ele expressa que “a perda desses intelectuais representa um golpe para a cultura do Estado, mas também uma motivação para que os presentes deem continuidade ao trabalho dessas figuras”.
O Início do Discurso
Pedroza dedica uma parte significativa de seu discurso ao Padre Miguel Joaquim de Almeida e Castro, patrono da cadeira número 1 da Academia. Destaca a sua participação na Revolução de 1817 e a sua coragem ao responder com firmeza durante o julgamento perante as autoridades portuguesas, reafirmando a sua lealdade à revolução. O exemplo de Miguelinho representa os valores de liberdade e justiça que marcaram a história e a cultura potiguar.
Ao referir-se ao seu antecessor, Raimundo Nonato , Pedroza expressa grande admiração por sua trajetória. Nonato, oriundo de uma família humilde, foi um grande educador, historiador, político e jornalista. Sem contar, contudo, que a dedicação à história do Rio Grande do Norte e à verdade intelectual deixou um legado. Pedroza confirma que sua postura ética e seu trabalho são exemplos a serem seguidos pela academia e pela sociedade.
“Em todos os setores onde atuou deixou Raimundo Nonato traço de honestidade intelectual e de cultural característico de toda uma vida de trabalho, iniciada modestamente na burocracia, e posteriormente estendida à cátedra, à judicatura e às funções públicas”, disse Sylvio em seu discurso de posse. ’
Por fim, Pedroza faz uma profunda reflexão sobre a cultura potiguar , destacando figuras que ajudaram a consolidar a identidade cultural do Estado, como Pedro Velho, Amaro Cavalcanti , Tavares de Lira , e Nísia Floresta , além de poetas como Otoniel Menezes e Zila Mamede .
“Permito-me, no entanto, volver os olhos para um passado não tão distante, do fim do século XIX e início do atual até hoje; ressaltando vultos da maior eminência, que transcenderam os limites provinciais para se projetar luminosamente no cenário cultural e político do Brasil”, comentou.
Ele também homenageia o folclorista Luís da Câmara Cascudo , cujos estudos e obras continuam a influenciar a cultura potiguar.
Claro que não iria esquecer da política
Como prefeito de Natal, Pedroza também teve um papel crucial no desenvolvimento urbano da cidade, especialmente no projeto da Avenida Circular, hoje a Avenida Sylvio Pedroza, que conectou a cidade ao mar e reforçou a identidade da capital.
“A construção da Avenida, feita com recursos da venda dos lotes à sua margem, teve sua primeira fase concluída em apenas cinco meses. Foi certamente a obra mais importante do meu período como prefeito. Além da abertura de novas praias, ela uniu fisicamente a cidade ao monumento que é seu maior símbolo: o Forte dos Reis Magos. Mudando radicalmente a mentalidade natalense, e coroando a vocação congênita de Natal de completa integração com o mar na glória de suas praias inigualáveis.”, relembrou de sua trajetória como prefeito.
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