Uma pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) analisa como Natal e Região Metropolitana passaram por mudança climática. Além disso, o estudo está relacionado ao aquecimento do planeta causado pela emissão excessiva de gases de efeito estufa, como o dióxido de carbono.
Intitulado “Justiça Climática no Contexto Urbano da Região Metropolitana de Natal”, o projeto tem como coordenador o professor Francisco Castelhano, do Departamento de Geografia (DGE) da universidade.
O estudo irá realizar um levantamento cartográfico que envolve a aplicação da técnica das zonas climáticas locais. Por meio da metodologia, é possível constatar e mapear a relação entre mudanças climáticas e vulnerabilidade social.
Foto: Jangada Show.
Como resultado, os pesquisadores coletaram dados sobre temperatura, umidade relativa do ar e conforto térmico. Ao final, será possível debater questões da justiça climática e dos processos de mudanças ambientais em Natal e nas cidades que compõem a região metropolitana da capital potiguar.
O professor Francisco Castelhano, coordenador da iniciativa, conta que o projeto surgiu a partir de reflexões acerca da promoção da justiça ambiental. De acordo com o docente, outro ponto que motivou a análise foi a forma como Natal/RN cresce e se desenvolve de modo não planejado.
O professor avalia que, diante da condição desigual, é possível que em certas localidades se formem fenômenos como as ilhas de calor. O termo designa áreas urbanas que podem apresentar temperaturas mais altas. Elas são causadas pela ação humana e pelo acúmulo de estruturas que absorvem e liberam calor lentamente. “São problemas relacionados à exclusão social da cidade”, completa.
Castelhano acredita que a questão é complexa, interdisciplinar e urgente. “A situação diz respeito às altas taxas de crescimento populacional; à constante luta contra desigualdade e segregação socioespacial; e aos acumulados e iminentes danos sofridos por extremos climáticos. Por isso, o mapeamento da vulnerabilidade social em municípios do Brasil tem apresentado a existência de diferentes realidades urbanas dentro de um mesmo território”, relata.
Etapa atual
O projeto foi contemplado pelo Edital nº 03/2024 do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Atualmente, oito estudantes participam da iniciativa, entre graduação e pós. Cinco atuam por meio de iniciação científica. Outros dois desenvolvem trabalho de conclusão de curso e um mestrando fará a dissertação baseada no projeto. Além disso, a ação tem a supervisão de seis professores.
Em janeiro de 2025, instalaram 14 termômetros para monitorar o município de Extremoz, o Distrito Industrial de Macaíba e locais em Natal como: o Bosque dos Namorados, a Via Costeira, a Avenida Roberto Freire e a Vila de Ponta Negra.
A previsão é que, em 12 meses, os resultados do monitoramento estejam prontos. A partir da finalização desta fase inicial, os pesquisadores coletarão os dados para gerar os modelos de aprendizagem de máquina, ou seja, algoritmos que analisem e identifiquem padrões. O passo final é, portanto, estimar as localizações onde o estresse térmico é mais latente e observar se há alguma relação com a vulnerabilidade social da população.
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