Brechando/Cinema / Mossoró tem estreia exclusiva do filme Revoada, que fala sobre cangaço

Mossoró tem estreia exclusiva do filme Revoada, que fala sobre cangaço

Mossoró Cangaço

Premiada produção do realizador baiano José Umberto Dias chega aos cinemas no dia 15 de agosto em 13 cidades, incluindo Mossoró. Saiba mais no Brechando!

Compartilhe:

 Quando pensamos no movimento do cangaço no Rio Grande do Norte, rapidamente vem em mente Mossoró. Por isso, a cidade potiguar é uma das 12 brasileiras contempladas em ver o filme “Revoada”, disponível em mais de 20 salas de cinemas do país. O longa é de José Umberto Dias e vai estrear na próxima quinta-feira (15), no qual conta a história de quando o Lampião foi morto em uma emboscada na madrugada de 1938. Logo, cangaceiros sobreviventes, sob a chefia de Lua Nova, partem para vingar. O elenco traz Jackson Costa, Annalu Tavares, Nelito Reis e Aldri Anunciação. O filme recebeu os troféus Cacto de Ouro nas categorias melhor atriz (Annalu), figurino (Zuarte Júnior) e maquiagem (Wilson D’Argolo), no 10º Encontro Nacional de Cinema e Vídeo dos Sertões em Floriano (PI).

A exibição do filme sobre cangaço acontecerá no cinema Multicine, no Partage Mossoró, a partir das 19 horas.

Ao abordar a reação desesperada e vingativa de integrantes do bando de cangaceiros em reação à morte do líder Lampião, o filme promove uma espécie de grand-finale do cangaço. Ao mesmo tempo, permite o resgate da cinematografia nacional que se debruçou sobre o tema e que passou a ser identificado pelo termo “Nordestern”, numa analogia com o faroeste norte-americano.

“Revoada” chega a 13 cidades, em mais de 20 salas: Aracaju (SE), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Feira de Santana (BA), Fortaleza (CE), Maceió (AL), Mossoró (RN), Porto Alegre (RS), Ribeirão Preto (SP), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Paulo (SP) e Vitória da Conquista (BA).

Confira o trailer do filme sobre cangaço para assistir em Mossoró:

Lampião Era Samurai?

Para o diretor e roteirista José Umberto, “o cangaceiro Lampião está para o Brasil como o samurai Musashi se manifesta para o Japão, o cowboy Billy the Kid para os EUA, o perito em artes marciais Wu Sun para a velha China. E, por fim, as aventuras de capa-espada do salteador Robin Hood para a Grã-Bretanha.”.

Mesmo sob o espírito universal do banditismo, o diretor considera que “a diversidade cultural inspira a singularidade de cada povo, a nos fazer constatar o quanto, ao longo do tempo, podemos ver perfilada toda uma linhagem de guerreiros universais que compõem o arquétipo do bandoleirismo de vendeta a atravessar o imaginário oblíquo da humanidade”. Contudo, é certo o quanto, “o fenômeno do bandido primitivo ganhou todo um corolário próprio na zona rural do Nordeste do Brasil”.

Paralelamente, o cangaceiro do início do século XX se constituía no jovem camponês nordestino cooptado por uma espécie de vanguarda da violência no Brasil. Esse paralelo histórico funciona como se olhássemos para o tempo pelo retrovisor e enxergássemos a realidade na sua reprodução. “As coisas se transformam, mas a essência insiste na permanência. Como se uma casca-grossa insistisse em se conservar, em se reatualizar”, avalia José Umberto.

“O cangaço seduzia, então, a juventude nordestina. Essa rapaziada dividida entre a enxada e o fuzil: ou ia ser camponês, ou polícia. Assim se traduzia a nossa esquizofrenia social no sertão”, resume o diretor.

“O filme ‘Revoada’ assume esse enfoque cujo núcleo é o jovem de uma região sob vários aspectos inóspita, desejoso de viver, de ter sob seu controle a seiva da vida e que opta pela rebelião existencial, por um estilo de liberdade a todo custo”, conclui.



O projeto de distribuição de “Revoada” foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia. Sem contar que tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia. Através da Secretaria de Cultura, via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura e Governo Federal. A produção do filme teve apoio financeiro do Fundo de Cultura da Bahia.

Sobre José Umberto Dias

Graduado em ciências sociais pela Universidade Federal da Bahia, José Umberto Dias ou, simplesmente, Zé Umberto, começou sua história como cineasta num curso de iniciação cinematográfica ministrado pelo Grupo Experimental de Cinema daquela universidade, em 1968.

O sociólogo se formaria em 1971, mas não deixou mais o cinema. Além disso, desde então vem atuando na cena cinematográfica da Bahia, dirigindo, fotografando, roteirizando e montando. Seu primeiro longa de ficção, “O Anjo Negro”, é de 1972. Ele coordenou a Divisão de Imagem e Som da Fundação Cultural do Estado da Bahia, entre 1976 e 1977. 

De 1980 a 1990, realizou documentários para a TVE-Bahia. O longa “Revoada”, fruto de pesquisas acerca do cangaço, sucede “Musa do Cangaço”, de 1982, em 35 mm, e “Dada”, de 2001, um videoclipe. José Umberto Dias é também crítico de cinema, ensaísta, ator, roteirista, escritor, dramaturgo e poeta.

Serviço: “Revoada”, De José Umberto Dias

Estreia nos cinemas brasileiros dia 15 de agosto de 2024.

  • Duração: 85 min | Ficção
  • Classificação indicativa: 16 anos
  • Trailer: youtu.be/yZyYVSIgeYM
  • Instagram: @abarafilmes
Desenho do ilustrador Um Samurai

Lara Paiva é jornalista e publicitária formada pela UFRN, com especialização em documentário (UFRN) e gestão de mídias sociais e marketing digital (Estácio/Fatern). Criou o Brechando com o objetivo de matar as suas curiosidade e de outras pessoas acerca do cotidiano em que vive. Atualmente, faz mestrado em Estudos da Mídia, pela UFRN e teve experiência em jornalismo online, assessoria de imprensa e agência de publicidade, no setor de gerenciamento de mídias sociais.

Clique aqui para saber mais.

Arquivos

Chuva de palavras

Alecrim Arte banda Brechando Brechando Vlog Campus Party carnaval Cidade Cidade Alta Cidades cinema Covid-19 Cultura curiosidades Dosol entrevista Evento eventos Exposição feminismo Festival filme filmes Historia lgbt livro Mada mossoró Mudanças Mulher Música Natal pesquisa Peça potiguar projeto Quarentena Ribeira Rio Grande do Norte RN Rolé Show Teatro UFRN ônibus