Recentemente, eu recebi o release relatando o trabalho de mãe e filha trabalhando no IBGE. E vou contar a história a seguir. Jupiara e sua filha estão trabalhando no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no Rio Grande do Norte para trabalhar no Censo 2022, que se encerra no final deste ano.
A foto acima é de Gustavo Guedes, um dos assessores de imprensa do instituto.
A ideia da família trabalhar juntas foi quando Judiara convenceu que a filha, que é mãe solo, sobre a carga de horária. O motivo é que o recenseador a trabalhar, pelo menos, 25 horas numa semana. Os ganhos são por produção.
Apesar de serem mãe e filha, Jupiara e Annabela deixam claro os estilos de trabalho diferentes. “A gente não dá certo trabalhando juntas, cada uma tem uma postura”, explicou a mãe.
“A gente tem pensamentos completamente diferentes”, a filha concordou.
Jupiara até foi com a filha para o setor de trabalho para passar um pouco da experiência de campo, mas só uma vez. “Até o jeito da pessoa dar bom dia faz a diferença. Tudo vai da estratégia”, destacou Jupiara. Annabela tem sua própria estratégia, entretanto admite, “puxei a ela. Sou teu espelho, gata”, exclamou.
Apesar de não trabalhar juntas, elas sempre se ajudam e solucionam os problemas do cotidiano de trabalho. “Quando começou o Censo, o que eu não sabia de DMC [aparelho de coleta das entrevistas], ela me ajudava. E o que ela não sabia de dica, tipo: Bela, fica na oportunidade que pode não ter ninguém em casa e aparecer. Isso ela ouvia”, comentou a mãe.
Como faz convencer a conversa com as famílias
Com formação superior em Biologia e Engenharia Florestal, Jupiara considera o fator humano o grande desafio da maior operação civil do Estado brasileiro. Uma de suas histórias compartilhadas pela assessoria de imprensa do IBGE lamentou a recusa dos visitantes, mas ela tira de letra e dá dicas de como consegue. “Em um determinado momento, eu passo por você e você vai dar uma segunda olhada pra mim, se quiser, e vai me chamar pra conversar. Ou eu mesmo chego e dou um bom dia, porque não tá no coração. Aí, faço uma amizade”, ensinou.
Outros até respondem, mas aproveitam também para desabafar, agressivamente ou não.
“O recenseador tem que entender também que, como seres humanos, tem dia que você tá virado e tem dia que você tá alegrinho”, pontuou.
Disse a mãe
A voz, o olhar e os gestos de Jupiara não deixam dúvida do orgulho de ser uma das pintoras do retrato da população brasileira há mais de 20 anos. “Uma coisa é ficar assistindo no Youtube que a humanidade tá mudando, outra coisa é você presenciar. Não é ficar olhando na televisão o que está acontecendo, é você fazer parte do que está acontecendo”, comentou no final da entrevista.
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