Para mim é normal que nenhuma rua de Natal seja completamente reta. Sim, andando de carro perceberás que até na Avenida Senador Salgado Filho tem os seus declives e quase sempre usamos a meia embreagem para atravessar a cidade. Para ir a Praia de Ponta Negra, por exemplo, precisamos descer várias ladeiras para colocar os nossos pés na areia.
Esse assunto tomou conta quando um amigo meu resolveu passar um fim de semana nas terras potiguares e ficou resmungando pela quantidade de ladeiras.
“Aqui não possui nenhuma rua retinha”
“Aí meu Deus, estamos andando numa outra ladeira”
“Essa cidade só tem ladeira”
Era uma coisa que nunca tinha passado por minha cabeça, já que quando pensamos em ladeiras pensamos aquelas existentes da Ribeira: grandes, inclinadas e se andar num carro em 100 quilômetros consegue ter uma sensação idêntica de brincar numa montanha-russa (uma das coisas mais divertidas de se fazer na cidade quando não tem nada para fazer).
Mas qual é o motivo da cidade para ter tanta ladeira? Por conta do relevo e alguns especialistas contam a impossibilidade de fazer um metrô na cidade por conta disso. O relevo do município, com altitudes inferiores a cem metros, é constituído pela planície costeira, que abrange uma série de terrenos planos de transição entre o mar e os tabuleiros costeiros, alterados pela presença de dunas.
Natal situa-se em uma área de abrangência terrenos formados por sedimentos do Grupo Barreiras, oriundos da Idade Terciária, com a predominância variada de arenitos. Geomorfologicamente predominam os tabuleiros, formado por uma cobertura espessa de dois metros de areia, nas cores castanha ou vermelha (vide o solo do lado da calçadão da Via Costeira), e borda coberta pelas dunas, que se estende por vinte quilômetros de comprimento, chegando em alguns pontos a atingir noventa metros de altura.
Apenas no Parque das Dunas, elas são mais fixas e cobertas por vegetação nativa. Por isso que a cidade é conhecida por ser Cidade das Dunas.
A maior parte do território potiguar (83%) está situada a altitude abaixo de trezentos metros de altitude, em relação ao nível do mar. Portanto, as curvas e declives ainda existem em outras cidades do Rio Grande do Norte.
Destes, 60% está abaixo de duzentos metros. O quadro morfológico do estado é composto por terras baixas e por planaltos. Ao contrário do que ocorre nos estados da Paraíba e Pernambuco, o planalto penetra do Rio Grande do Norte desde as direção norte até o sul, com um afastamento para o litoral leste.
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