O nome dela é Maria Oliveira de Barros, natural de Campina Grande, Paraíba, mas todo mundo a lembra como Maria Boa. Dona do mais famoso cabaré que o Rio Grande do Norte já teve e foi uma pessoa bastante a frente de seu tempo. Alguns a chamam de cafetina, outros de uma grande dama. Na verdade, Maria deixou um legado para a história de Natal. Infelizmente, só existe fotos delas, o seu cabaré não existe mais, é só um terreno gigante que pertence à uma construtora. A mesma empresa construiu um prédio do lado. Fica no bairro de Cidade Alta, próximo ao Baldo.
Por conta de uma desilusão amorosa, passou a vida vendendo o corpo em alguns municípios da Paraíba e chegou em Natal. Após ter trabalhado em alguns bordéis, ela juntou o dinheiro e conseguiu financiar o seu próprio estabelecimento.
Apesar dos poucos estudos, ela era uma mulher que lia bastante, adorava filmes e gostava de armazenar reportagens.
A década de 40 era marcada pela Segunda Guerra Mundial e a luta dos americanos em destruir o Adolf Hitler, líder da Alemanha, e sua política do nazismo. Neste momento, soldados estadunidenses se instalaram nas terras potiguares, causando uma revolução urbana na capital potiguar.
Então, ela instalou sua casa em Natal, que alegrou tanto os soldados americanos quanto à população natalense. Jovens, eles adoravam passar as noites da cidade juntamente com as meninas de Maria Boa, que saíram de suas casas por motivos similares ao de Maria. Era o refúgio aos homens, independente da classe social, da cidades.
O local fornecia boas músicas, mulheres realmente bonitas e as melhores bebidas, cigarros e música estavam por lá. Muitos começaram a sua “iniciação” no Maria Boa.
Vários fatos envolveram a personagem numa época que sexo era um tabu maior do que era hoje e se tornou uma grande lenda.
Um dos aviões B-25 dos americanos foi batizado com o seu nome e outros tiveram a sua imagem. Sua fama corria mundo, tanto que a casa virou um importante ponto turístico da cidade. Além disso, o seu cabaré foi retrato no filme “For All- Trampolim da Vitória”, que retrata muito bem o período que os americanos estiveram na cidade.
Reservada, era conhecida por se vestir bem e ser bastante educada com todos em sua volta. Ela esteve trabalhando até nos últimos dias de sua vida. A casa passou meia década de vida alegrando os natalenses. .
Maria Boa faleceu em 1997, aos 77 anos, após ter ficado internada na Casa de Saúde São Lucas, por conta de um acidente vascular cerebral (AVC).