Ao passar na Avenida Câmara Cascudo, também conhecida como a Junqueira Aires existe um bonito prédio onde funciona a Capitania das Artes, que fica a sede da Secretaria Municipal de Cultura, onde tem espaço para exposições, uma biblioteca e onde funciona o balé municipal. Mas, sabia que ele foi construído a partir de uma fachada de um prédio abandonado? Sim, antes de ser construído, a fachada dele estava completamente abandonada e recebe este nome Capitania das Artes como uma referência à sua antiga função: sede da Capitania dos Portos.
A foto a seguir mostra como estava o prédio abandonado, antes da reforma, no qual mostra que era visível o mato tomando conta do tradicional prédio:
Construída no final do século passado, em alvenaria de tijolo, o prédio serviu de sede ao Governo do Estado. Alguns historiadores apontam que é possível que os tijolos do prédio foi utilizado para a construção da Palácio Potengi, que também foi sede do Governo do Estado, uma vez que as suas paredes denunciam a existência de alvenaria de pedra preta, muito comum nas construções mais antigas do litoral nordestino. É uma edificação em estilo neoclássico, tendo como elemento mais forte a fachada, que se caracteriza pela simetria, ritmo dos cheios e vazios e pelos frontões que a compõem.
No dia 12 de agosto de 1873, foi instalada a Companhia de Aprendizes de Marinheiros, em prédio próprio na margem direita do Potengi. Ao que tudo indica, foi ampliado o velho palácio presidencial. No local, a Companhia funcionou de 1873 a 1885 e, novamente, de 1890 a 1898. Uma curiosidade é que o Rio Grande do Norte recebeu a segunda Capitania dos Portos do País no dia 03 de outubro de 1847.
Demolido o velho casarão, no mesmo local foi edificado um novo prédio que serviu de sede à Capitania dos Portos até o ano de 1972, que está com esta fachada. Na década de 70, a sede mudou para o final da Rua Chile, no bairro da Ribeira. Neste período, o prédio abandonado ficou fadado à destruição, pela ação do tempo e do abandono, assim como muitos prédios espalhados pelos bairros de Ribeira e Cidade Alta.
O prédio, que foi tombado em âmbito estadual em 11 de agosto de 1988, foi revitalizado pela Prefeitura do Natal, através do projeto de restauração elaborado pelo arquiteto João Maurício de Miranda, que recuperou os elementos que compõem a fachada principal do edifício. A Fachada do prédio foi a única peça que permaneceu de pé, resistindo e desafiando o tempo.
O prédio da Capitania das Artes foi inaugurado em 1992 e nesta época foi inserida nos prédios do Centro Histórico da Cidade, também conhecido como o Corredor Cultural.
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