O Burburinho Festival de Artes chegou em sua quarta edição. Dessa vez sairia do Bosque das Mangueiras e iria para a parte externa da Arena das Dunas. Era para ser um fim de semana tranquilo e uma ótima fuga para os protestos de Direita que apoiam o fechamento do congresso. Porém, o aumento dos casos do Covid-19 virou uma tensão para saber se iria ou não ao festival produzido por Nathalia Santana, uma vez que na madrugada da sexta-feira (13) o Governo do Estado havia confirmado uma paciente de 24 anos com coronavírus. E, agora? Arrisco em sair de casa ? Apesar de alguns eventos terem sidos cancelados, principalmente por ser em ambiente fechado, outros permaneceram. O Burburinho foi um deles, no qual não dava para ser cancelado de última hora e já havia todo um planejamento.
Mesmo com grande risco, o Burburinho rolou e foi bom, apesar de ter ido apenas no último dia, domingo (16), onde consegui ver pessoas, assistir um sarau, brincar com bolhas de sabão gigante, ver um pouco dos artistas locais e abraçar pessoas, mesmo com grande medo. Parecia o clima de despedida de festa, no qual depois a gente iria para o bunker e ver o fim do mundo acontecer. Foi uma das últimas oportunidades dos natalenses ver um pouco do que era a arte potiguar antes da quarentena. Agora, a gente vai ver apenas nas redes sociais. Mas, só por enquanto.
A noite estava estrelada e mesmo com o medo, as pessoas se amontoavam na calçada da Arena das Dunas para conseguir uma vaga perfeita. O relógio batia 18 horas quando cheguei e estava acontecendo o sarau do Insurgências Poéticas, que misturava música e recitação de poemas feitos por próprios poetas potiguares, dentre os cabeças pensantes estava Thiago Medeiros e Marina Rabelo. Antes, havia rolado a apresentação do palhaço Piruá, do Tropa Trupe e a apresentação teatral do Coletivo CIDA & Sociedade T, com a peça ” Quintal de Faz de Conta”.
Acabou a poesia e o teatro, hora de colocar música para tocar. Os shows do terceiro e último dia começaram com a cantora Maria Fxntes, que cantou as músicas do seu primeiro EP “Salmoura“, lançado em fevereiro deste ano pela Rizomarte.
Enquanto rolava a música havia uma exposição de artistas potiguares divulgando os mais diversos tipos de trabalho. Tinha o pessoal do Seburubu vendendo parte do seu catálogo de livros na feira, a Banca Ninja de Zines estavam vendendo os melhores fanzines e as artes do artista Joarak, integrante da trupe. Ainda tinha arte em prego e linha, camisetas personalizadas, pochetes feitas às mãos, ilustrações feitas por um grupo de artistas mulheres que estava bastante interessante e dentre outras coisas. Uma coisa legal no evento é que tinha uma Praça de Alimentação com lanchonetes locais e ainda podia entrar com seu cachorro no evento, bem Pet Friendly.
E durante todo o fim de semana, o Burburinho oferecia oficinas com os mais diversos artistas. No domingo, por exemplo, havia uma exposição e oficina com a artista Christalina, que trabalha projeto de arte visual, denominado por ela de “Bruxaria Digital”. Se você se arrependeu de ter ido antes, eu vou falar que houve oficinas bacanas que confesso de ter arrependido de não ter ido mais cedo, lá havia curso de aquarela, poesia, slackline e de colagem. Se soubesse que no dia seguinte seria uma quarentena, eu teria aproveitado mais esse fim de semana e teria dividido melhor as atividades do meu TCC da especialização em Documentário (assunto para outro post).
Ainda teve a discotecagem do “Opa Bruno”, que recentemente lançou seu disco como Alexandre e já falamos por aqui no Brechando. E, por fim, a festa foi encerrada com a cantora Dani Cruz.
Confesso que sai do evento com uma sensação de fim e que demoraria muito para sair de casa. Mal sabia que na segunda seguinte já estaria trabalhando de Home Office e que mais de 80% das notícias falam do Coronavírus. Ainda é uma sensação estranha ficar em casa, principalmente por sair muito por conta da minha profissão. A gente precisa valorizar mais as festas da cidade, pois a gente nunca sabe o dia de amanhã, se teremos diversão novamente ou chance de circular pelos lugares que vivemos sem ficar doente.
A sorte que registramos tudo em 25 fotografias, que poderão ser conferidas a seguir:
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