A primeira vez que vi um cigarro eletrônico foi no filme “O Turista”, estrelado por Johnny Depp e Angelina Jolie. Sete anos se passaram e vi várias pessoas portando um equipamento eletrônico similar, principalmente em lugares alternativos. Como uma fumante bissexto (denomino esse termo aquelas pessoas que passam por longos períodos fumando e depois fica longos tempos parados), achava aquilo interessante, parecia que estava carregando um narguilé pequeno de um lado para o outro. Até descobrir que esse narguilé tem nome e se chama vape. Sim, o termo refere-se para vaporizador e não tem alguma relação com aqueles vaporizadores para acabar com a rinite. Para muitos é o tratamento ideal para acabar de vez em vício com o tabaco e para outros uma forma a mais de fumar. Independente de sua opinião, a gente sabe que a moda está crescendo.
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A primeira vez que admiti aos meus pais que fumava foi no ano passado e eles, obviamente, não gostaram muito da ideia. Mas, foi aos 16 anos em uma festa que experimentei, depois a faculdade de jornalismo apareceu e lá os fumantes são a maioria e o objeto era o controle da ansiedade, usava esporadicamente, quando me davam, nada de comprar carteira de cigarro. E essa é minha vida de fumante de Paraguai.
Se pesquisar no Google palavras como:
- Como parar de fumar
- Cigarro eletrônico
- Métodos para parar
Rapidamente você para em grupos de Whatsapp, You Tube e diversos blogs especializados sobre o assunto. Mas, quem teve a ideia de fazer?
O vape tem a bateria, o local para armazenar o líquido e uma espécie de canudo. Com um botão, a bateria liga o equipamento que vai transformar o líquido em vapor (possui diversos aromas e uma dosagem um pouco menor que a nicotina) e você suga. E depois solta a fumaça. Como se fosse realmente fumar aquele Marlboro Vemelho, só que com gosto e tem uma aparência mais refrescante, além de ser menos forte e matar menos o pulmão. Sim, parece que está fumando um narguilé compacto, além de dividir com a galera de forma mais fácil.
O cigarro eletrônico acima foi criado em 2003 por um farmacêutico chinês chamado Hon Lik, sob alegação de ser uma forma menos nociva de consumir a nicotina, sem que o tabaco fosse queimado, evitando assim e eliminação das outras mais de 4.700 substâncias produzidas nessa queima. Porém, especialistas hoje afirmam não haver certeza sobre a exposição em longo prazo à nicotina sozinha.
O aparelho funciona com o uso de refis, e eles nem sempre precisam conter nicotina em sua solução. Alguns desses refis têm sabores como chocolate, menta e morango, o que os ajuda a se tornarem mais palatáveis. A ideia principal do cigarro eletrônico é simular a sensação de um cigarro normal, mas usando apenas a nicotina, que é o elemento viciante do tabaco. Assim, o cigarro eletrônico se diz livre das outras mais de 4.700 substâncias que são fruto da queima do tabaco, sendo que várias são nocivas à saúde, causando câncer de pulmão, entre outras doenças.
Era tipo você brincar de paintball e trocar os cartuchos quando a bala acabasse. E o vape? Foi inventando quando? Existe a diferença? Não existe diferença nenhuma, só muda a forma como é fabricado.
Às vezes, ele tem a forma de uma caneta, de um tubinho metálico, de um cigarro mesmo ou parece um aparelhinho eletrônico com visor cheio de números e luzes, tipo um celular Nokia dos anos 2000 e esses são os mais comuns de se ver e vendido facilmente em loja de importados, junto com os naguilés. O preço é bem salgado, pode ser encontrado entre 200 a 1000 reais, porém depois disso seu gasto será apenas com o liquído, também conhecido como juice (suco, em inglês) ou e-liquid, o liquído utilizado para colocar dentro do equipamento e soltar fumaça.
A primeira vez que experimentei estava em uma casa de praia com os amigos e um deles estava portando, fazendo propaganda e dizendo que era muito bom. O seu líquido tinha sabor de morango e parecia que estava fumando chiclete. O usuário pode escolher entre cartuchos com diferentes doses de nicotina ou até sem a substância, considerada altamente nociva e viciante. Justamente por haver essa opção de regular a dosagem de nicotina, muitas pessoas que desejam abandonar o cigarro comum estão adotando o eletrônico.
Mas melhora mesmo? Eu não sei, pois ainda não existem estudos que mostrem as consequências à exposição à nicotina em longo prazo. Por isso mesmo, não se sabe ao certo quais podem ser os efeitos colaterais do uso do cigarro eletrônico, nem mesmo se ele é contraindicado a alguma pessoa.
Conversando informalmente com amigos que consomem, alguns fumantes falaram que pararam de comprar cigarro utilizando o vape. Outros diserram que tinha dificuldade de usar o produto e por isso preferia ainda comprar a carteira, mas um alívio para ambientes fechados, visto que a fumaça que solta é apenas um vapor. Mas ainda disse que não se adaptaram de jeito nenhum com o dispositivo eletrônico. Em suma, as respostas variam de acordo com o tipo de cigarro que cada um costuma fumar, devido ao grau de tabaco e nicotina que existe em cada um.
Porém, é comum que os usuários relatem sintomas como dores de garganta ou falta de ar ao usarem algumas marcas desse dispositivo. Minha experiência: se você tragar demais e com força, pode dar uma grande crise de tosse.
Pesquisando um site sobre saúde, eles apontam que um estudo conduzido na Grécia com 30 voluntários mostrou que apenas cinco minutos fumando um desses dispositivos já reduz o fluxo de ar dos pulmões. Isso se deve ao fato de ainda estarem desenvolvendo regulamentos para a fabricação desses produtos e também a composição de seus refis nos países em que sua venda é autorizada, como os Estados Unidos.
Mas, eles se referem ao cigarro que falei do Johnny Depp, que é proibida a venda desde 2009, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas o vape nunca se especificou sobre o assunto e muitos driblam para comercializar. Ou seja, ainda é uma grande dúvida na ciência e ao mesmo tempo, enquanto isso as indústrias que estão frabricando e realizando estes produtos estão crescendo cada vez mais.
Em países como EUA e Reino Unido, os chamados e-cigs se popularizaram, em outros, como Dinamarca e Itália, sua venda tem diversas restrições. Hoje, os brasileiros conseguem adquirir cigarros eletrônicos facilmente pela internet e até em lojas de rua. Há, inclusive, usuários que passaram a comprar grandes quantidades do produto em balcões virtuais para revender por aqui. Só de janeiro de 2014 a a abril de 2018, a Receita Federal apreendeu 2.100 unidades, a maioria em Foz do Iguaçu. No entanto, muitos ativistas em seus canais fazem campanha para a regularização do vape no Brasil.
Até agora ninguém foi preso, mas só olhar a internet e ver inúmeros tutoriais de fazer o juice, fumaças legais com o vape e dentre outras atividades.
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