Desde o início do ano estamos falando do ato de fazer “Fake News”, que é publicar um boato sobre uma determinada pessoa por motivos de derrubá-la midiaticamente. Isto é comum principalmente em política. No Brasil, as eleições gerais estão chegando e começou a criação de sites para divulgar notícias sobre um determinado candidato e derrubar outros. Por isso, nesta semana, mais precisamente no dia 25 de julho, o Facebook deletou diversas páginas de política associadas ao grupo de extrema-direita, como o Brasil 200, que tem como um dos integrantes o potiguar Flávio Rocha (um dos sócios do grupo Guararapes e seu pai é o Nevaldo Rocha, o homem mais rico do Rio Grande do Norte) e outras associadas aos grupos de extrema-direita.
Rocha chegou a querer se candidatar para presidente da República neste ano e desistiu. O mesmo já foi deputado federal na década de 80.
O Facebook disse em um comunicado que desativou 196 páginas e 87 contas no Brasil por sua participação em “uma rede coordenada que se ocultava com o uso de contas falsas no Facebook, e escondia das pessoas a natureza e a origem de seu conteúdo com o propósito de gerar divisão e espalhar desinformação”. O comunicado não identifica as páginas ou usuários envolvidos.
Por causa disso, um procurador do Ministério Público Federal de Goiás pediu que, num prazo de 48 horas, a empresa esclareça quais são as páginas e justifique a iniciativa.
As fontes que foram ditas pela Agência Reuters, a primeira que deu esta notícia, falaram sob condição de anonimato, disseram que a rede era administrada por membros importantes do MBL. O grupo ganhou destaque ao liderar protestos em 2016 pelo impeachment da então presidenta Dilma Rousseff com um estilo agressivo de política online que ajudou a polarizar o debate no Brasil.
Representantes do MBL não responderam de imediato a diversos pedidos para comentarem a decisão da rede social. Mas, depois a página comentou nas redes sociais dizendo que estavam sendo vítimas de censura.
O conteúdo das páginas desativadas, que juntas tinham mais de meio milhão de seguidores, variava de notícias sensacionalistas a temas políticos, com uma abordagem claramente conservadora, com nomes como Jornalivre e O Diário Nacional, de acordo com as fontes. Ao deturpar o controle compartilhado das páginas, os membros do MBL eram capazes de divulgar suas mensagens coordenadas como se as notícias viessem de diferentes veículos de comunicação independentes, de acordo com as fontes.
O Facebook tem enfrentado pressão para combater as contas falsas e outros tipos de perfis enganosos em sua rede.
No ano passado, a empresa reconheceu que sua plataforma havia sido usada para o que chamou de “operações de informação” que usaram perfis falsos e outros métodos para influenciar a opinião pública durante a eleição norte-americana de 2016, e prometeu combater as fake news.
Agências de inteligência dos Estados Unidos afirmam que o governo russo realizou uma campanha online para influenciar as eleições no país, e casos de grupos políticos que usam a rede social para enganar as pessoas têm surgido pelo mundo desde então.
O Facebook disse que retirou a rede do ar no Brasil após uma “rigorosa investigação” porque os perfis envolvidos eram falsos ou enganadores, violando sua política de autenticidade. A rede social tem um conjunto separado de ferramentas para combater a disseminação de notícias falsas com a ajuda de empresas externas de checagem de fatos.
O deputado federal Jerônimo Goergen, do PP do Rio Grande do Sul, se manifestou contra a decisão e afirmou que estuda a criação de uma “CPI do Facebook” em sua conta pessoal nas redes sociais em que atua. Goergen é coordenador no Congresso Nacional do Movimento Brasil 200, que teve o perfil entre os excluídos na ação do Facebook. Segundo o Zero Hora, um dos argumentos usados pelo deputado é que o Facebook não deu um “aviso prévio” aos responsáveis pelas páginas ou permitiu a compreensão da situação.
O Brechando, em abril, já fez uma reportagem sobre Fake News, que pode ser vista neste link.
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