Com a Revolução Industrial, existia a necessidade de criar um produto para que as pessoas pudessem deslocar de uma cidade para outra sem a necessidade de utilizar um animal. Em 1678, o padre Ferdinand Verbiest criou um carro movido à vapor para o imperador da China. Em 1801, Richard Trevithick criou um vagão de trem também movido à vapor.
Ao longo das próximas décadas inovações como o freio de mão, caixa de câmbio, e ao nível da velocidade e direção começaram a ser desenvolvidas e transformar naquilo que a gente conhece como automóvel.
A palavra “automóvel” surgiu na França em 1875 e vem do grego autos, que significa “por si só”, e do latim mobilis, que quer dizer “móvel”. Em 1876, o engenheiro alemão Nikolaus August Otto desenvolveu o motor a explosão para álcool, gasolina ou gás, que substituiu os motores a vapor usados até então nas primeiras experiências na construção de automóveis.
Em 1885 eram construídos os primeiros automóveis no de quatro rodas propulsionados a petróleo, em Birmingham, Reino Unido, por Fredericl William Lanchester, que também patenteou o travão de disco.
A linha de produção em larga escala de automóveis a preços acessíveis foi lançada por Ransom Olds em sua fábrica Oldsmobile em 1902. Este conceito foi amplamente expandido por Henry Ford, com início em 1914. Como resultado, os carros da Ford saiam da linha em quinze intervalos de um minuto, muito mais rápido do que métodos anteriores, aumentando em oito vezes a produtividade.
Na indústria automotiva, o sucesso do fordismo estava se ampliando, rapidamente se espalhando por todo o mundo, como se podia ver com a fundação da Ford Francesa e da Ford Britânica em 1911, da Ford Dinamarquesa em 1923, da Ford Alemã em 1925.
No ano de 1921, a Citroën foi a primeira fabricante europeia a adotar o método de produção fordista. Logo, as empresas tinham que ter linhas de montagem, ou um risco ir à falência; em 1930, 250 empresas que não tinham adotado o método, tinham desaparecido.
No Brasil, o primeiro carro surgiu em 1891, adquirido por Alberto Santos Dumont, que mais tarde seria conhecido como o Pai da Aviação. O carro era um reluzente Peugeot com motor Daimler a gasolina, de 3,5 cavalos-vapor e dois cilindros em V, conhecido pelos franceses como voiturette por ser muito parecida com uma charrete. Seu proprietário o comprara por 6200 francos, em Valentigney, cidade perto de Paris, e o trouxe diretamente para Santos. Mais tarde, o veículo foi levado a São Paulo, permanecendo na residência de Santos Dumont.
Esse Peugeot foi o primeiro carro a chegar no Brasil, asseguram os historiadores. Já o primeiro carro fabricado em território brasileiro foi a Romi-Isetta, produzida pelas indústrias Romi na cidade de Santa Bárbara d’Oeste, no interior paulista.
No ano 1919, a companhia Ford estava montando o carro Ford “T” em São Paulo. No ano 1925, a companhia Chevrolet fez o carro “Cabeça de Cavalo”.
A história do automóvel no Rio Grande do Norte se confunde com a do Brasil
De acordo com a dissertação de Fagner David da Silva, Em 1914 foi organizada a sociedade anônima Estrada de Automóveis do Seridó, com objetivo de criar um caminho de Natal ao Seridó. A construção da estrada foi iniciada no ano seguinte. Na década de 1920, o processo foi intensificado por meio da atuação da Inspetoria Federal de Obras Contra a Seca (IFOCS).
Assim, essas estradas foram adaptadas ao tráfego do automóvel, ligando principalmente os açudes localizados no Rio Grande do Norte. Os primeiros carros foram adquiridos por fazendeiros, advogados e políticos do Rio Grande do Norte.
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David aponta que os primeiros carros já surgiram naquela época, principalmente após o artigo de Câmara Cascudo para o Jornal A República, no qual fez uma série de reportagens, chamada “Viagem no Sertão”, onde realizou uma viagem por dentro do Rio Grande do Norte, no qual aponta que um dos caminhos utilizou foi utilizando um automóvel. Vale lembrar que na época, o RN, principalmente, a região do Seridó, era a maior produtora de algodão. Portanto, criar estradas para Natal significaria mais agilidade para exportação dos produtos para outros estados brasileiros e países.
O desenvolvimento das estradas fez com que surgisse as primeiras lojas de automobilístico, como o Coronel Cascudo, que se tornou um dos primeiros representantes da Ford em Natal, onde vendia mais barato que o preço estabelecido com o objetivo de popularizar o carro.
Com a ampliação da malha rodoviária do Rio Grande do Norte, aumentaram as lojas de automóveis e surgiram diversos agentes da Ford e Chevrolet em Natal. Uma das maiores lojas estava na avenida Tavares de Lira, a Saraiva, Couto & Cia.
O comércio de automóveis de Natal cresceu juntamente com a automatização da produção de carros empreendido pelo fordismo nos Estados Unidos.
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