Quando se pensa em 11 de setembro, que neste domingo completa 15 anos, logo vem a maente a destruição das Torres Gêmeas, do World Trade Center. Mas outros pontos dos Estados Unidos também foram atingidos. Foram uma série de ataques suicidas coordenados pela organização fundamentalista islâmica Al-Qaeda em 11 de setembro de 2001. Na manhã daquele dia, 19 terroristas sequestraram quatro aviões comerciais de passageiros.
O World Trade Center era um conjunto de sete prédios comerciais. Além das Torres Gêmeas, existiam mais cinco torres que foram desmoronadas após o atentado.
Os sequestradores colidiram intencionalmente dois dos aviões contra as Torres Gêmeas do complexo empresarial do World Trade Center, matando todos a bordo e muitas das pessoas que trabalhavam nos edifícios. Ambos os prédios desmoronaram duas horas após os impactos, destruindo edifícios vizinhos e causando vários outros danos. O terceiro avião de passageiros colidiu contra o Pentágono, a sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, no Condado de Arlington, Virgínia, nos arredores de Washington.
O quarto avião caiu em um campo aberto próximo de Shanksville, na Pensilvânia, depois de alguns de seus passageiros e tripulantes terem tentado retomar o controle da aeronave dos sequestradores, que a tinham reencaminhado na direção da capital norte-americana. Não houve sobreviventes em qualquer um dos voos.
Quase três mil pessoas morreram durante os ataques, incluindo os 227 civis e os 19 sequestradores a bordo dos aviões. A maioria das vítimas eram civis, incluindo cidadãos de mais de 70 países, incluindo brasileiros. O governo brasileiro através do Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty), confirmou a morte de Anne Marie Ferreira, Ivan Barbosa e Sandra Smith, ambos trabalhavam numa corretora que ficava no local.
Porém, eles não confirmaram o desaparecimento de Garnte Bailey, Maria Gabriella da Silva e Nilton Albuquerque Fernão Cunha. Os dois primeiros nunca tiveram o desaparecimento informado por amigos e familiares ao governo brasileiro. Já o sumiço do capixaba Nilton Cunha foi alertado ao Consulado pelo seu sócio, de acordo com o Itamaraty. O governo chegou a mandar formulários para a família, a fim de emitir o atestado de óbito, mas a resposta nunca veio.
Reportagens na ocasião informaram que Cunha era engenheiro e estava no 108º andar da Torre Norte para tratar de negócios com uma empresa japonesa. O brasileiro seria despachante de importações e sempre viajava para os EUA a trabalho. Até hoje, é considerado “desaparecido”.
Mas, vocês se lembram aonde estavam há 15 anos atrás? Eu, pelo menos, lembro muito bem, apesar de ser uma criança de oito anos. Tinha chegado da escola e assim que chegava em casa, eu rebobinava a fita para ver a TV Globinho. Então, a minha mãe falou: “Não teve desenho hoje, porque dois aviões bateram em dois prédios nos Estados Unidos e a televisão só está falando disso”. E era verdade.
https://www.youtube.com/watch?v=ClnVanDseAw
Conseguimos entrevistar algumas pessoas para falar de suas lembranças daquela fatídica terça-feira de 11 de setembro de 2001. Confira os relatos a seguir:
O estudante de direito, Eric Cavalcanti, tinha quase a mesma idade que eu quando houve o atentado 11 de setembro. Apesar de ser criança, ele entendeu a gravidade do caso:
Não tinha noção por ser pequeno, porém no primeiro momento achei que era um filme e estava achando um máximo um filme no meio da hora do jornal chato, não sabia que aquilo que estava acontecendo era real. Quando soube que o fato não era um filme, fiquei realmente triste e pensando no desespero dos passageiros dos aviões.
Já a jornalista Rita de Cássia Paulino morava em Iracema, no interior do Ceará. Apesar da distância com a cidade de Nova Iorque, os moradores sentiram profundamente o atentado e em sua escola realizaram diversos trabalhos sobre o assunto.
Eu lembro muito pouco, do mesmo lembro que cheguei da aula e a TV tava ligada e em todos os canais só passava a mesma notícia, lembro que fiquei chateada porque não passava desenho em lugar nenhum. Não tinha muita consciência do que era aquilo. Nos dias seguintes, porém, a história foi tomando forma e importância mesmo pra gente, que era criança. A escola se encarregou de falar sobre o assunto. Lembro que a gente fez um mural com trabalhos sobre o atentado. Os mais novos fizeram desenhos e os mais velhos fizeram redação sobre o assunto.
O advogado Igor Cavalcante era estudante do Ensino Médio e estava preparando para ir à escola quando ocorreu:
Na hora que aconteceu estava assistindo Dragon Ball Z na televisão. De repente apareceu aquele Plantão da Globo e sua temível música de abertura. Então, a notícia inicial que era só um acidente, que um avião bateu no prédio. Logo após, no meio do Plantão, apareceu a imagem do outro avião batendo no segundo prédio. Nessa hora, eu e minha mãe estava em casa, mas ela não prestou muita atenção. Depois, eu fui ao colégio e muita gente não percebeu a gravidade do caso. Só entendi o problema realmente quando assisti o Jornal Nacional daquele dia.
Achei no You Tube, alguém gravou o Plantão da Globo e ficou mais de quatro horas falando do atentado:
https://www.youtube.com/watch?v=-iPg3h9lyNQ
O engenheiro Bruno Eugênio estava lendo um quadrinho do Victory quando houve o atentado:
Estudava à tarde, tinha 15 anos e estava no terceiro ano do Ensino Médio. Estava vendo TV Globinho e lendo o Victory, que tinha acabado de comprar na banca perto de casa quando estava passando Dragon Ball Z e aquele flash entrou, dava para notar que era algo grande. Aí passou na imagem o segundo avião e a repórter nem notou.
Sim, a Victory ainda existe e Bruno mandou a foto:
Para o programador Osmar Silva, este atentado lhe fez interessar sobre geopolítica:
Tava na aula e quando retornei para casa, liguei a televisão e vi as torres pegando fogo. Nem almocei no dia, fiquei vendo até a cobertura do jornal acabar. Queria saber o que estava acontecendo. Na época, eu me lembro de ter achado absurdo o Osama Bin Laden ter conseguido furar as defesas americanas daquele jeito. Então, eu fui pesquisar quem ele e Al Qaeda eram. Foi assim que descobri a existência de radicais islâmicos e foi o início do meu interesse por geopolítica.
A jornalista e professora universitária natalense, Cristina Vidal, lembra que estava na redação quando ocorreu:
As TVs [da Redação] estavam nas emissoras nacionais e um técnico que estava na operação viu na CNN imagens do choque com a primeira torre. E falou pra redação. A gente mudou o canal e assistiu ao vivo a segunda torre. Mas ninguém entendia nada o que estava acontecendo. Era tudo muito surreal. A gente só conseguiu obter mais informações ao longo do dia.
Deixe um comentário