Desde o impedimento de Dilma Rousseff, a esquerda está sendo firme aos ataques da direita, que estava cada vez mais crescendo o poder, tanto que conseguiram eleger um candidato ultraconservador nos costumes e, supostamente, liberal na economia. Diziam que a esquerda nunca mais voltaria ao poder e que o “comunismo” finalmente foi vencido. Ficaria rica se eu ganhasse 1 real pelas quantas vezes eu tive que ler os artigos de jornalistas e especialistas políticos dizendo que a esquerda morreu e que tinha de fazer uma autocrítica. A esquerda sempre esteve presente nas pautas sobre progresso e atividades de melhorias de classe, independente se você seja um socialista ou anarquista.
Enquanto eles estavam criticando, os militantes estavam discutindo, conversando e tentando criar diálogos para criar estruturas para aguentar o ódio que estaria por vir com o crescimento do ultraconservadorismo com vestes de liberalismo econômico.
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Por mais que digam que é preciso sacrificar e privatizar em prol de uma economia, não existe progresso e economia sem criar oportunidade e benefícios para todas as camadas sociais.
A manifestação no dia 15 de maio é um marco histórico, pois não foi só uma das maiores manifestações que o Brasil já teve, mas também por conseguir unir toda a vertente de esquerda. Como disse Guilherme Boulos, na sua aula pública em Natal: “As diferenças da esquerda hoje são pequenas em comparação ao futuro que o Brasil reserva”.
Embora tenha uma grande diferença (e como) entre comunistas, socialistas, anarquistas e outras vertentes o ponto em comum entre eles é a favor do progresso e na diminuição das diferenças de classes sociais, uma vez que cortando 30% da verba voltada para as universidades e institutos federais faz com que boa parte dessas instituições deixem de funcionar e beneficiando o crescimento das universidades privadas, que hoje são administradas por um seleto grupo de monopólios, que de vez em quando aparece em notícias de sonegação de impostos ou de que a compra de uma faculdade particular foi feita de forma ilegal.
Diminuindo as universidades federais, as pessoas vão ter que pagar para estudar, no qual nem todos têm 4 mil reais para pagar uma mensalidade de medicina na Universidade Potiguar (UnP).
No entanto, os políticos esqueceram que existe uma geração que saiu das camadas mais pobres que nos últimos 10 anos tiveram acesso aos filosófos e sociólogos graças às universidades públicas, ganharam a oportunidade de adquirir conhecimento e refletir sobre os seus próprios ideias. É essa juventude, neste 15 de maio, que está conseguindo mostrar que eles existem e não querem que as próximas gerações (filhos, sobrinhos ou netos) percam essa oportunidade, como aconteceram com muitos pais e avós neste país.
Nas ruas apareceram gente de todos os tipos e classes sociais, que estavam segurando faixas e bandeiras, mostrando que a educação tem que ter acesso para todas as pessoas, conforme já dizia a Constituição Federal de 1988.
O presidente Jair Bolsonaro diz que os estudantes foram “idiotas úteis”, que é o seu sonho que o Brasil se transforme em idiotas assim. Ele quer fazer com que todos os brasileiros sejam peões de xadrez, no qual só andem para frente e raramente consiga chegar na casa 8 para serem promovido à uma rainha ou alguma peça importante. Não está conseguindo, os estudantes estão aderindo cada vez mais simpatia dos brasileiros, visto que a falta de acesso a universidade não atinge apenas ao pobre.
A militância ressuscitou, neste movimento, mostrando que está cada vez mais forte e garantindo a participação das pessoas, pois todos os brasileiros sabem que o acesso à educação é a principal porta para melhorar os problemas do país. Agora rumo ao 30 de maio e a greve geral no dia 14 de junho.
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