Por muito tempos, os artistas viviam através dos mecenas, aqueles nobres que o ajudavam para vender os seus quadros, apresentar aquela peça teatral na corte ou divulgar os seus livros. Hoje, os mesmos podem correr com as próprias pernas utilizando o conceito que cada vez mais cresce no mercado, a Economia Criativa. O que é isso?
Economia criativa é o conjunto de negócios baseados no capital intelectual e cultural e na criatividade que gera valor econômico.
A indústria criativa estimula a geração de renda, cria empregos e produz receitas de exportação, enquanto promove a diversidade cultural e o desenvolvimento humano.
A Economia Criativa abrange os ciclos de criação, produção e distribuição de bens e serviços que usam criatividade, cultura e capital intelectual como insumos primários.
O conceito é relativamente novo, portanto, não há uma definição “pronta” e única sobre o termo. O que podemos afirmar é que a ideia da Economia Criativa, como o próprio nome diz, é unir economia com criatividade, possuindo como matéria-prima o capital intelectual, isto é, carregado por valores simbólicos. Assim, de um lado temos a Economia, que diz respeito à ciência que regula a produção, a distribuição e o consumo de bens e serviços. E, de outro lado, temos a criatividade, que significa ser capaz de criar algo novo ou transformar algo que já existe.
De acordo com o Sebrae, a área criativa gerou uma riqueza de R$ 155,6 bilhões para a economia brasileira em 2015. O que poderia entrar na Economia Criativa? Jogos Digitais, Cinema, Artesanato, Editoração, Música, Moda e Comunicação. Um exemplo que está rolando em Natal aconteceu neste fim de semana, com a volta do Bazar Independente, parceria com o Duas Estúdios e Jovens Escribas, ambos são grandes exemplos do setor no estado. O evento aconteceu no último fim de semana em Natal.
O Duas é formado pelas fotógrafas Elisa Elsie e Mariana do Vale, que juntas criaram um Espaço Cultural que funciona como uma galera, escritório de arquitetura, estúdio de fotografia, salas de aulas (sim, elas ensinam fotografia para todas as idades!) e dentre outras atividades. Já o Jovens Escribas é uma editora que surgiu para publicar apenas livros dos potiguares e hoje já tem 14 anos de atividades, mais de 500 publicações não só de escritores locais, mas também de outros estados brasileiros.
Nesse bazar, eles estimulam a participação de outras empresas criativas, lá você podia não apenas encontrar livros e fanzines, o principal mote do evento, mas também grife de biquinis, camisetas, doceria, quadros, cosméticos, sebo e dentre outras atividades. Além disso, eles forneciam um leque de oportunidades, desde transferir o dinheiro via telefone ou tinha uma maquininha de cartão de crédito ao seu dispor.
Por que isso é bom?
1) Você tem o contato direto com aquele que fez o produto;
2) A negociação é rápida e também pode durar pelo resto da vida, caso tenha interesse em pedir mais produtos;
3) A maioria das peças são únicas e feitas artesanalmente;
4) Não existe aquele conceito de produção em massa!
Desde agosto de 2016 sem realizar uma edição, o Espaço Duas e a Editora Jovens Escribas resolveram voltar com o evento neste mês de março, visando divulgar e promover a venda de produtos culturais, gastronômicos e de moda confeccionados por pequenos empreendedores da cidade, fazendo mover a roda da economia criativa local.
Porém, este conceito no Brasil só começou a crescer mesmo nesta década de 2010, quando surgiu o Decreto nº 7.743 do ano de 2012, que criou a Secretaria da Economia Criativa, vinculada ao Ministério da Cultura (esta secretaria foi desfeita e atualmente os assuntos referentes sobre a Economia Criativa foram realocados para a Secretaria de Educação e Formação Artística e Cultural). Além disso, nesse mesmo ano criou-se o Observatório de Economia Criativa (OBEC) um local de pesquisas e difusão de dados sobre a economia criativa brasileira.
A partir de todo esse debate, no ano de 2011 foi formulado o Plano da Secretaria de Economia Criativa, uma maneira de direcionar as ações que serão estabelecidas na área e utiliza como base os mesmos setores criativos definidos pela UNCTAD, como ilustrado na figura anterior. O objetivo do Plano é implementar políticas públicas transversais, de forma articulada com outros ministérios, como o Ministério de Ciência e Tecnologia, Ministério das Comunicações, Ministério das Cidades, Ministério do Trabalho, dentre outros. Por abranger diversas áreas, ainda há discordâncias sobre qual seria o ministério mais adequado para estar à frente da Economia Criativa, já que não se refere apenas à área artística e cultural.
Em relação aos empregos em economia criativa, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), os bens e serviços culturais participam aproximadamente 7% do PIB mundial, e há expectativas de crescimentos anual entre 10% e 20%.
Voltando para Natal, o Bazar é uma forma de conversar mais de perto com pessoas da classe literária e artística, sem aquela amarra, segurança ou algo do gênero, que é comum em ver nos Festivais Literários.
Esperamos que o Bazar Independente nunca mais suma da vida dos natalenses e que tenha longa vida e novas edições.
Confira as fotos a seguir:
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