Era um domingo de manhã, em julho. Acordei cedo e dois dias antes estava vendo uma seguinte mensagem no Facebook: “Neste domingo será o dia para marcar as tatuagens para o segundo semestre deste ano. A próxima agenda será aberta em fevereiro”. Eba, minha chance de fazer uma tatuagem. Naturalmente este dia viria acontecer, uma vez que tenho três piercings e sempre fui fã de body modification. Meu primeiro piercing, na cartilagem da orelha, furei com 13 anos. Outras modificações no meu corpo foi a cor do meu cabelo. Um simples castanho escuro já foi verde, vermelho, azul e, agora, vermelho novamente.
Fui muito relutante em fazer uma tatuagem. Mas após ver o tumblr e ler diversos blog, fiquei fã das tatuagens aquareladas, porém precisava saber se um tatuador na cidade topava em fazer as minhas loucuras. Uma matéria que fiz para O Chaplin no ano passado começou a desenvolver melhor sobre a ideia de fazer uma tatuagem para o ano de 2015.
Uma lida nos blogs, eu conheci o trabalho de Roberto Nascimento, pois ele tatuou alguns de meus amigos. Ele é um dos principais tatuadores da cidade, conhecido pela beleza e custo acessível. Faz todo tipo de tatuagem, desde desenhos realistas até aquareladas. Começou na área comprando material para tatuar nele mesmo. Sete anos depois contabiliza mais de 8 mil desenhos feitos e uma legião de fãs na cidade.
Um dia resolvi ver um amigo meu fazendo uma tatuagem e decidi naquele dia que faria com o mesmo. No dia que fui para fila marcar a minha tatuagem, não esperava que uma hora antes houvesse bastante pessoas na fila, peguei a ficha 173 e a expectativa era que 200 pessoas pegassem as fichas. Porém, só seriam atendidos os 60 primeiros.
Uma amiga minha, acompanhada do namorado, quando me viu entrando, gritou: “Corre, mulher, as fichas estão acabando. Você deveria ter chegado mais cedo”.
Naquele dia tinha saído escondido de casa para fazer. Durante a fila, choviam diversos tipos de mensagens dos meus pais via Whatsapp perguntando “PELO AMOR DE DEUS, AONDE EU ESTAVA?”. Fui soltando as verdades aos poucos, tipo conta-gotas.
Quando “rasguei” que estava numa fila para marcar tatuagem. Meus pais, com um semblante de desespero, rapidamente me ligam questionando o porquê que estava praticando aquela “loucura” e tive que acalmá-los para dizer que não iria fazer naquele dia, mas até o final do ano. Depois de uma longa conversa e mostrando o trabalho do tatuador, eles se acalmaram.
Mamãe já disse logo: “Quero ver a sua cara de dor”. Eu estava satisfeita só de pegar a ficha e conseguir garantir a minha tatuagem ainda para este ano.
Um mês depois, eu vejo uma mensagem no Facebook e chama as pessoas que ainda não foram atendidas. Estava lá novamente na fila e umas quatro horas depois consegui marcar a minha tatuagem, que é inspiração a partir de três fotos que vi.
O estúdio é muito massa, tem uma decoração vintage, algo que com certeza eu decoraria a minha futura casa dessa seguinte forma. O espaço é aconchegante e é no meio do caminho da praia de Ponta Negra. Ou seja, o local é bem localizado. Fica por dentro do shopping CCAB Sul.
Peguei a ficha “12” (que foi um salto quântico para aquela que estava com a ficha 173) e fiquei esperando até ser atendida.
Fiz yoga por muitos anos. Uma pessoa extremamente ansiosa já fez todos os tipos de atividades terapêuticas para acalmar. Dentro dessas aulas descobri o significado da flor de lótus. Uma das posições mais conhecidas é a utilização das mão voltadas para cima e com os polegares e indicadores se tocando. Se você juntar as duas mãos, elas vão se assemelhar com a posição das pétalas de lótus.
Ano passado e início deste ano, eu enfrentei diversos problemas emocionais na minha vida. Um belo dia pesquisando, descobri o significado da lótus e se assemelhava com a minha história. Então, pensei: “Está na hora de gravar isso na pele”.
Vamos ver se vai dar certo no dia 13 de outubro. O resultado mostrarei aqui no Brechando.