A Whiplash fez parte da vida dos natalenses e foi inaugurada na década de 1980 por Luziano Rock Stanley, que antigamente trabalhava num outro estabelecimento que vendia discos. Era um vasto colecionador de discos importados e outros artigos que deixaria qualquer metaleiro louco, depois começou a vender estes mesmos dentro da sua casa. A demanda cresceu e criou uma loja. Numa época sem rede social, a propaganda feita pelas próprias pessoas ajudou para que a loja ficasse famosa e ficava no meio da Avenida Senador Salgado Filho. O local era perfeito para quem quisesse saber um pouco mais daquela cena pesadona.
O sucesso da loja estimulou que fosse criada várias bandas de metal vindas do Rio Grande do Norte. Sabendo disso, Luziano criou o selo Whiplash Records, onde lançou coletâneas e foi fazer diversas excursões para os shows de bandas gringas em outras cidades brasileiras, como São Paulo. Entretanto, uma tragédia aconteceu. No ano de 1992, Luziano faleceu após uma complicação na leucemia (atualizado no dia 24/2, às 9h22). Deixando muitos metaleiros órfãos de um dos pioneiros da divulgação deste estilo na cidade.
Hoje, a primeira (e única) coletânea da Whiplash, lançada em 1990, é considerada um clássico do metal natalense, uma vez que é considerado o primeiro disco de Heavy Metal produzido no estado potiguar. O lado A do disco é formado pela banda Crosskill e Hammeron. Já o outro é pela banda Ausschwitz e Deadly Fate. Na época, eles eram os principais expoentes do metalzão. Sim, apesar do nome ser “Whiplash Attack Vol. 1”, esta foi a única coletânea do selo de Luziano, que cantou neste álbum com Hammeron.
As bandas participantes podem ser vistas a seguir:
Hoje é uma obra rara, até mesmo para colecionadores de LPs. O disco fez tanto sucesso, que os grupos fizeram turnê em outros estados do Nordeste. É normal você ouvir alguém da Paraíba dizendo que já escutou essa maravilha. O disco também chamou atenção dos jornais tradicionais da cidade, veja a seguir a publicação do caderno de cultura da Tribuna do Norte.
No livro “100 discos de rock potiguar para escutar antes de morrer”, o jornalista potiguar, Alexis Peixoto, diz: “Primeiro disco de metal no Rio Grande do Norte, esta coletânea é também o melhor registro da cena headbanger que tomou de assalto a capital potiguar da época, o álbum é prova da boa fase criativa que as bandas atravessavam, transitando entre o heavy metal tradicional, thrash e death metal.”.
Das quatro bandas, apenas o Deadly Fate e Croskill continuam em atividade. Falando em Deadly, neste disco traz a primeira versão de “Black Helmet”, que regravaram 14 anos depois, em 2004, para o segundo álbum “Black Helmet”.
Dê o play no vídeo a seguir que tem o disco completo na íntegra:
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