Com certeza você já ouviu esta música de dois acordes, principalmente no interior do Rio Grande do Norte, no período de eleições:
Alguns chamam essa música de “Lambada do Bacurau” em alusão ao Aluísio Alves ter usado esta canção na sua campanha para governador em 1982 e, nos anos posteriores, o PMDB ter utilizado a canção nos comícios nas campanhas dos seus filiados espalhados no interior do estado. Por isso, algumas vezes a música é acompanhada por “É 15, é 15”, o número do partido na urna eletrônica (Leia o texto que falei sobre a relação de números e eleição).
Mas, a história da música é mais antiga, vem na década de 70, no estado do Pará.
A lambada surgiu no final da década de 70, com base no carimbó e a guitarrada. O segundo citado é um gênero típico do Pará, no qual une a guitarra elétrica do rock com o choro, carimbó, cúmbia, merengue, mambo e bolero. Neste período surgia o Aldo Sena, integrante da banda “Os Populares de Igarapé-Miri” e o principal compositor da “Lambada do Tibúrcio”, nome original da música que virou jingle de campanha política.
Uma curiosidade é que Igarapé-Miri lançou outros artistas do carimbó e lambada, como Pinduca, Dona Onete e Tonny Brasil (considerado o pai do tecnobrega).
A mesma foi lançada no primeiro disco do grupo, lançado em 1981 e foi sucesso nas rádios do Norte e Nordeste.
Neste ano a música foi utilizada durante o velório de um idoso no Rio Grande do Norte. Isto aconteceu na cidade de Portalegre, onde o senhor chamado Jacintoo, bacurau antigo da cidade (nome para aqueles que eram fãs da família Alves), foi enterrado ao som da “Lambada do Bacurau”. Pessoas utilizando o lenço verde ou um galho verde, igual aos comícios de Aluísio, no sepultamento que ocorreu com a música que ele mais gostava.
O vídeo do velório viralizou na internet e pode ser visto a seguir:
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