Quando pensamos em São Gonçalo do Amarante nós pensamos rapidamente na Dona Militana, a maior romancista potiguar. E o Brechando vamos contar a história desta grande artista potiguar nesta postagem. Veja, portanto, um dos versos, que estão recitando por ela:
Militana Salustina do Nascimento nasceu na comunidade de Santo Antônio dos Barreiros. Ela é filha do Mestre do Fandango, Atanásio Salustino do Nascimento, e de Maria Militana. Sua vida, entretanto, nem sempre foi apenas de arte.
Quando criança, no entanto, trabalhou na roça, no qual plantara mandioca e feijão. Apesar de analfabeta e seu pai a proibir de cantar, ela memorizou os romances, sendo considerado por muitos, como a maior romanceira do Brasil.
Foi Deífilo Gurgel que descobriu a Dona Militana
Na década de 1990, entretanto, o folclorista Deífilo Gurgel conheceu os cantos de Dona Militana e fez questão com que o país inteiro conhecesse o talento dela. Além disso, gravou os seus registros de sua memória para a vida inteira. Por falar em Deífilo, foi ele quem descobriu os Congos de Saiote da mesma cidade.
Por isso, a romanceira chegou a gravar um CD triplo sob o nome de “Cantares”. O melhor que este álbum está disponível na íntegra no You Tube.
Reconhecimento nacional
Após o lançamento do disco, os críticos e jornalistas de grandes jornais brasileiros se renderam aos encantos e a peculiaridade da voz de Dona Militana. Em setembro de 2005, ela recebeu das mãos do presidente Lula a Comenda Máxima da Cultura Popular, em Brasília.
Em 2009, através do Projeto de Lei Complementar, que concedeu uma pensão vitalícia à filha da terra.
As histórias guardadas na memória de Militana foram gravadas em um disco
Sua memória guardava, por tradição oral, um considerável acervo, uma vez que ela fez dela uma enciclopédia viva da cultura popular. Eram romances originários de uma cultura medieval e ibérica, que narravam os feitos de bravos guerreiros e contam histórias de reis, princesas, duques e duquesas.
Além de romances, Militana cantava modinhas, coco, xácaras, moirão, toadas de boi, aboios e fandangos. Todas essas cantigas ela aprendeu, contudo, ouvindo sua família.
Cantava seus romanceiros numa cadência que lembrava o cantochão, com ritmo baseado na acentuação e nas divisões do fraseado. Na maioria das vezes, as narrativas cantadas eram histórias trágicas.
Outros romances, como “Nau Catarineta”, traziam poesias de terras distantes, desconhecidas, lugares por onde Militana navegava com a memória e a imaginação.
Dona Militana faleceu aos 85 anos
Por volta do dia 10 de junho de 2010, a cantora sentiu-se mal e encaminhou ao hospital, onde ficou internada por alguns dias.
Com uma breve melhora no quadro, recebeu alta médica e, por fim, continuou sendo tratada em casa por seus filhos, já sem falar e se alimentando através de uma sonda gástrica.
Porém, morreu em 19 de junho de 2010 em sua casa, aos 85 anos, sendo velada portanto em casa e no Teatro Municipal Prefeito Poti Cavalcante e, sepultada, no Cemitério Público da cidade.
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