Aqui não vai reprimir o jornalista que cometeu a barriga. Afinal, eu sei a diferença do dono do jornal e do jornalista. Se for o estagiário, coitado mais ainda, porque ele teve que obedecer ordens de alguém muito superior. Podia falar como a Tribuna do Norte mudou. Mas, é chover no molhado. Embora que seus donos originais tenham sido cassados durante a Ditadura Militar (1964-1985). Mas, para escrever o artigo, fui ver quem estava no expediente da TN.
Me chamou atenção o fato de duas pessoas, sendo que este trabalhou por muito tempo em assessoria de imprensa de políticos conservadores e, por sinal, tive uma breve experiência profissional. Uma vez cheguei perto de cometer uma barriga (jargão para jornalista que erra) similar e foi mais no calor da emoção de que vi os outros portais botando, além de estar no trending topics das redes sociais. A regra das redações potiguares, principalmente dos portais, é ser rápido no furo de reportagem. Discordava. Ainda discordo, porque muitas vezes prefiro postar depois e ver se tudo está correto.
Essa mesma pessoa ficou me pressionando, ficou chateada por demorar, cresceu na grosseria para cima de mim, não cheguei a publicar porque uma voz dentro de mim viu que não era a hora e queria seguir a cartilha de foca e um clima chato surgiu. Ignorei.
Outra vez foi quando não postei que a única redação nota 1000 no RN foi de uma menina que era aluna do colégio chique. Queria porque queria postar primeiro, visto que no sentido empresarial era melhor (fato!). Mas, queria entrevistar a garota e não queria fazer mais do mesmo. Sei que o querido me puxou para o corredor, foi bem rude, queria falar abobrinhas para mim e que deveria ser mais ágil.
Graças a Deus ele saiu e veio outro editor que era bem mais gentil comigo, que por mais que tivéssemos ideias totalmente diferentes ele me respeitava.
Por dentro estava com ódio, mas dei graças a deus que veio uma pauta mais urgente. Reconheço que antes do Brechando estava com a saúde mental nível lixão de Mãe Lucinda, mas não era totalmente ruim o meu texto.
Quando vi a matéria em que eles diziam que “Letrux que estava queimando a Bíblia” e vi: “Não sei se é falta de apuração, de vergonha na cara ou de honestidade”. Quando vi que o mesmo estava na equipe, eu rapidamente falei comigo mesma: “velhos hábitos nunca mudaram”.
O que de fato ocorreu?
Como eu assisti ao show dela e vi tudo isso acontecer. Vou explicar aos queridos colegas jornalistas. Afinal, eu vou para evento doido para curtir, brechar e também analisar. E esses colegas sabem que gosto de shows assim, poderia me mandar uma mensagem para tirar dúvida, assim como muitos já me ligaram pedindo fontes sobre gente alternativa da cidade ou cultura nerd.
Não vou parecer egocêntrica, pois os mesmos conhecem outros repórteres até mais doidinhos que poderiam lhe explicar melhor e são seus amigos.
Quem já assistiu ao show de Letrux sabe que a cantora durante cada música faz atuação de circo. Afinal, antes de ser cantora, Letícia Novaes, seu nome de batismo, era atriz e humorista. Normal, as suas canções terem um humor involuntário. Por isso, super normal a cantora carioca de 1,85m utilizar roupas extravagantes, se jogar na plateia ou algo do tipo.
Durante a música “Que estrago” a mesma foi beber água em uma caneca de cabeça de girafa, alusão ao disco Mulher Girafa, sua última produção. Normal também ela tirar uma corda de sua boca que nem o palhaço no circo.
Assim, o livro pegando fogo é outro. Não era uma bíblia, afinal a única parte política de Letrux foi elogiar o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) e criticar o conservadorismo político, mas sem mencionar a bíblia sagrada ou a bancada evangélica.
O livro em questão representava o espetáculo de Shakespeare. Está certo?
Desrespeito a artista que quase não conseguia tocar
A mulher quase perdeu o show por conta do atraso de voos de Guarulhos devido à tragédia no terminal. Seria o segundo cancelamento da terceira noite da feira, uma vez que Francisco El Hombre não conseguiu embarcar à Natal. Letrux, que iria tocar às 20 horas, teve que remarcar às 22 horas e tocou quase duas horas de show eletrizante.
Tinha gente de Campina Grande que veio para Natal apenas para assistir sua apresentação.
Em nota, o MST também se pronunciou dizendo que é um movimento comprometido com a verdade e transparência dos fatos e não medirá esforços para combater a disseminação de informações falsas. A nota na íntegra foi distribuída a imprensa e nas redes sociais:
“O Movimento Sem Terra (MST) no Rio Grande do Norte vem, por meio desta nota, tornar público esclarecimento diante de postagens produzidas por veículos de imprensa do Rio Grande do Norte na noite deste último domingo (10 de novembro). Matérias assinadas pela redação do jornal Tribuna do Norte, Blog do BG e Blog do Gustavo Negreiros, disseminaram informações falsas afirmando que a artista Letrux fez performance com “fogo na bíblia” em seu show no 2° Festival do MST: por terra, arte e pão.
Em comentário na própria publicação do jornal Tribuna do Norte no instagram, a cantora desmentiu o conteúdo e afirmou que se trata apenas de uma de suas performances de truques de mágica que realiza sempre no palco.
‘É apenas uma mágica de fogo. o livro (q NÃO é a bíblia), ajuda a acender e quando o fecho, ele ajuda a apagar, tornando a mágica mais segura. simples assim. eu JAMAIS queimaria a bíblia na minha vida. sou uma artista performática, ao longo do show várias mágicas ocorrem. é ridículo quererem criar essa mentira (vamos parar de chamar fake news com esse nome em inglês, é MENTIRA mesmo)’ alegou (sic).
O MST é um movimento comprometido com a verdade e transparência dos fatos e não medirá esforços para combater a disseminação de informações falsas.
Movimento Sem Terra no Rio Grande do Norte (MST/RN)“.
Feira Potiguar da Agricultura Familiar
O Festival do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocorreu durante a Feira Potiguar da Agricultura Familiar, evento organizado pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Rural e da Agricultura Familiar (Sedraf), no Centro Administrativo do Estado, com entrada gratuita. Passaram pelo eventos grandes nomes do cenário musical como Olodum, Dorgival Dantas, Zé Hilton do Acordeon, Juliana Linhares e Khrystal.
Além da cantora carioca, se apresentaram na noite de sábado DJ Samir e Renata Rosa, que ganhou uma hora de espetáculo há mais por conta do cancelamento de Francisco.
O espaço vendia comida produzida por cooperativas no interior do estado, artesanato e dentre outras novidades, que falaremos em um outro post.
