Dia: 25 de fevereiro de 2017

  • Quem escreveu a marchinha “Cheirinho da Loló”?

    Quem escreveu a marchinha “Cheirinho da Loló”?

    Já viu esta letra de música?

    Lindas criaturas
    Em busca de aventuras
    Sacodem, agitam, enterram, antigos tabus
    Que os corpos se abraçam e se beijam suados e nus
    É genial
    Revirar Natal
    No carnaval

    E nossas fissuras
    São sempre travessuras
    Espalhar alegria, euforia por todo o salão
    Que a cuca não mete mais medo que o bicho-papão
    Foliões
    Eternos meninões
    Nos quatro dias

    Que há um desejo de virar tudo pro ar
    Pintar o sete e desatar o nó

    Deixa cair no cheirinho da loló
    Deixa cair no cheirinho da loló

    Ainda não sabe o que estou falando? Escute a seguir:

    Na verdade, o seu nome é “Alegres Meninos”. Essa música faz parte de uma marchinha de carnaval das antigas em Natal e animou os blocos de carnaval que surgiram na ruas de Natal durante a década de 50 a 70. Praticamente, a música é um hino dos hinos da folia da cidade. Naquela época, os foliões participavam dos famosos blocos de elite, no qual um grupo de amigos da alta sociedade natalense montavam abadás, andavam nas ruas da cidade com uma banda de frevo sendo puxada por um trator. Kuxixo, Ressaka, Jardineiros, Jardim da Infância, Saca Rolha, Puxa Saco, Bakulejo e Arrocho eram nomes de alguns blocos famosos naquela época.

    O loló que citava na letra é a substância que você está pensando. Também conhecido como lança-perfume, o produto era muito comum na época dos nossos pais e era uma droga manufaturada com solventes químicos à base de cloreto de etila. Em 1961, por recomendação do jornalista Flávio Cavalcanti, seguida de um decreto do então Presidente Jânio Quadros, o lança-perfume fabricado pela Rhodia, na Argentina, acabou sendo legalmente proibido no Brasil, após alguns casos de morte de usuários por embriaguez seguida de acidentes fatais.

    Foi nesta época de ouro do carnaval natalense que surgiram vários compositores de marchinhas e frevos, como o Carlos Santa Rosa, compositor desta música. Entretanto, um acidente no viaduto do Baldo acabou com a tradição carnavalesca, que chegou a ser considerado o terceiro maior carnaval do país, perdendo apenas para o Rio de Janeiro e Salvador.

    No ano de 1989, a banda Detroit lançou um disco chamado e incluiu a música. Três anos antes, o cantor potiguar Pedrinho Mendes incluiu a canção no seu disco ˜Esquina do Continente”.

    Dez anos depois, Santa Rosa lançou um disco com a banda Festa Nativa, no qual homenagem aos 400 anos da cidade de Natal e assinou 11 dos 16 frevos/marchinhas da obra que exalta a cidade através de seus blocos carnavalescos. Além de Alegres Meninos são composições de Santa Rosano CD Festa Nativa: Lenda do Saca Rocha, Encontro Magnético, Luxo do Bicho, Tanto Prazer Caju com Sal, Flor do Jerimum, Burro Elétrico, Mundiçando, Refúgio do Sol, Bandas e Carnavais e Amor e Purpurina.

    Hoje, Carlos Santa Rosa é conhecido agora como Carlos Castim, procurador geral do Município e tem um currículo voltado para a gestão de políticas públicas. Ele é procurador concursado do Município de Natal, pós graduado em administração municipal pelo Instituto Brasileiro de Administração Municipal (IBAM), Rio de Janeiro.

    Carlos Castim (Foto: Tribuna do Norte)

    Já foi Procurador Chefe da Procuradoria Fiscal da Procuradoria Geral de Natal no período de 1993 a 1997; Procurador Geral do Município de Natal no período de 2001 a 2002. Foi Sub Chefe da Casa Civil do Governo do Estado do Rio Grande do Norte no período de 2003 a 2006; Foi Secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social do Rio Grande do Norte no período de fevereiro de 2007 a julho de 2008.