Dia: 8 de abril de 2016

  • O que é Zambê? Dança típica do RN

    O que é Zambê? Dança típica do RN

    O Coco de Zambê foi uma tradição inserida no universo dos engenhos de cana de açúcar e localidades pesqueiras, trazidos através de africanos escravizados e criando um sincretismo com culturas brasileiras. A maioria dos engenhos de açúcar existentes no Rio Grande do Norte ficam na região onde atualmente ficam os municípios de Tibau do Sul e Baía Formosa.

    Estudiosos como Câmara Cascudo e Mário de Andrade estudaram esta dança no século XX.

    Se trata uma dança de canto improvisado ou previamente ensaiado, ritmados por instrumentos denominados “zambê” e “chamá”, tambores de pau furado cobertos com couro de animais.

    Para esta dança acontecer, forma-se uma roda onde os tocadores ocupam uma posição central, e nela somente homens podem participar, entoando cantos enquanto os brincantes se revezam na entrada da roda, executando passos que lembram capoeira, afoxé e frevo, numa agilidade de movimentos e performances frenéticas. Um de cada vez, se dirige ao “chefe” fazendo reverência ao tambor, que possui um papel fundamental, e logo em seguida dirigem a outro dançarino com cumprimento de umbigada, convidando-o a entrar a roda.

    Foto: Candinha Bezerra
    Foto: Candinha Bezerra

    Ocorre geralmente no mês de São João, mas também serve como comemoração a grandes colheitas e pescas, sendo uma forma de diversão após longas jornadas de trabalho.

    O zambê aparece de forma intensa nas narrativas relacionadas ao passado e ao presente de Sibaúma, comunidade quilombola localizada no litoral sul do estado, próximo da Barra de Cunhaú, tornando-se um elemento indicativo de pertencimento étnico, ligado a ancestralidade negra local. O grupo é reconhecido como remanescente de quilombo , e passa pelo processo de regularização territorial.

    O coco de zambê é apresentado como uma espécie de atestado de ancestralidade do grupo; além disso, depois de um longo período de abandono, a dança passa a ser revitalizada e instrumentalizada por uma parte do grupo paralelamente às reivindicações pelo reconhecimento quilombola.

    Confira o vídeo a seguir: