Dia: 16 de dezembro de 2021

  • História do Educandário Oswaldo Cruz em Natal

    História do Educandário Oswaldo Cruz em Natal

    Em Natal tem um prédio bonito no meio da Avenida Hermes da Fonseca, se chama Educandário Oswaldo Cruz. Além disso, o local traz uma história sobre o tratamento de pacientes com hanseníase, popularmente conhecido como lepra. Vamos contar a história nesta postagem.

    O Educandário foi uma ideia do médico Manoel Varela Santiago, pouco depois da construção do prédio do Hospital Infantil do Instituto de Proteção e Assistência à Infância, que hoje é o Hospital Varela Santiago. Ainda mais o objetivo do educandário era propor educação aos filhos de leprosos pobres, no qual estavam internados no Leprosário que ficara no bairro de Felipe Camarão.

    A obra começou em 1939, com o apoio da população local e do Governo Federal. Já a sua inauguração aconteceu em 1 de maio de 1942.

    O hospital, por sua vez, foi construído nos anos 20, quando o Rio Grande do Norte passou por uma forte campanha de higienização. No período de 1922 a 1927, 89 casos de lepra foram notificados, desses 80 resultaram em falecimento do doente. Diante dos registros, o Diretor de Saúde Pública, o médico Varela Santiago, inicia o processo de construção do Leprosário São Francisco de Assis.

    Apesar de se conhecer o agente causador da lepra, não existia conhecimento especifico sobre o seu tratamento e principalmente sobre a sua transmissão. Assim, a forma de tratamento encontrada foi o isolamento compulsório dos doentes, em asilos e colônias. Neste período, várias famílias surgiram dentro do leoprosários e os filhos eram, portanto, separados para o educandário.

    Fim do Educandário Oswaldo Cruz

    A revogação da lei “compulsória” aconteceu em 1962, porém o retorno dos pacientes ao seu convívio social era extremamente dificultoso. O motivo era a pobreza e isolamento social e familiar a que eles estavam submetidos. Sem contar que nos anos 60 e 70  o espaço para abrigou órfãos e menores abandonados, como se fosse um orfanato. Além disso, o Leprosário de Natal desativou em 1990, no qual o prédio foi destruído e parte do terreno foi loteado para aqueles que ainda estavam em isolamento.

    A unidade hospitalar tinha como destino o tratamento de câncer, com capacidade de até 150 leitos. Em 1991, a obra, que estava 48% pronta, paralisou, no qual alegaram que houve uma invasão de sem-tetos ao terreno, Na época, havia sido investido mais de 25 milhões de reais. Entretanto, o prédio nunca ficou pronto.

    Hoje, o educandário mantido pela Sociedade Eunice Weaver, onde é uma escola pública durante a noite. Existem Sociedades Eunice Weaver em 22 estados e ainda mais tem seis ambulatórios que cuidas de pacientes com lepra. Além disso, o prédio é a sede da Escola Freinet, nome é homenagem ao educador Célestin Freinet e é particular, mantida pela Cooperativa os Professores do Rio Grande do Norte (Coopern).