Autor: Lara Paiva

  • Otto, Festival do MST e feira, como foi meu sábado

    Otto, Festival do MST e feira, como foi meu sábado

    Era para escrever o texto na última segunda-feira, 10 de novembro, mas estava tão cansada que dormi às 20 horas e acordei às 05 da manhã desta terça-feira (11). Pelo menos descansei do fim de semana, onde alternei por um freelancer e uma ida ao Festival do MST, que acontece simultaneamente com a Feira da Agricultura Familiar.

    Inicialmente iria cobrir o Go RN, mas minha vida de mestranda, brechadora e outras funções me fez escolher um caminho. Quando vi que o cantor Otto viria à Natal após décadas sem pisar, desde o show da Pinacoteca do Estado, era o momento ideal para fazer a brechada.

    Primeiro dia

    A plateia assistindo show de Academia de Berlinda (Foto: Lara Paiva)

    No dia anterior ao show, eu fui rapidamente para assistir ao grupo Academia de Berlinda, que também veio de Pernambuco e gosto bastante do show. Lá, eles tocaram os clássicos, como “Dorival”, “Filhinho” e “Cumbia da Praia”, fazendo todo mundo dançar.

    Foi um verdadeiro esquenta para quem queria curtir Olodum, que seria a atração principal da sexta-feira do Festival do MST, que neste ano recebeu artistas como Khrystal e Juliana Linhares e Cavalo de Pau.

    Mas, não pude assistir o show do Olodum para escrever alguma coisa. O foco deste texto é falar das minhas observações acerca do show do Otto e da feira.

    A feira

    Após sair do freela que estava fazendo durante o fim de semana, eu fui conhecer a Feira da Agricultura Familiar. Assim que você estaciona no prédio da Governadoria, você encontra umas banquinhas na entrada fornecendo o melhor dos alimentos orgânicos.

    Tinha sementes, queijo de manteiga (patrimônio imaterial do estado), queijo de coalho, doce de leite (aquele que vem o açúcar e melhor que o argentino) e também mudas de diferentes plantas para decorar a sua casa.

    Quem gostasse de flor do deserto, iria amar e comprar quase todo o estoque.

    A maioria era integrantes da feirinha que acontece toda a quinta de manhã no Centro Administrativo.

    Mais uns passos, tinha a feira mesmo, com parceiros do evento. Lá, você conhecia gente do estado inteiro produzindo coisas interessantes, desde artesanato até produtos alimentícios.

    Mostrava que o pequeno produtor podia empreender e compartilhar esses conhecimentos, tanto através da venda desses produtos como também por meio de oficinas.

    Espaço também tinha uma ampla praça de alimentação, onde rapidamente eu escolhi comer a ginga com tapioca, iguaria que é um sanduíche de peixe pequeno similar a sardinha (ginga) fritada no óleo de dendê; só que troca o pão pela tapioca. Vende na Redinha e nas praias urbanas de Natal.

    Ainda tinha uma outra Praça de Alimentação organizada por ambulantes, onde podia comprar pizza, sanduíche ou adquirir aquele tradicional sebosão.

    Claro que peguei a minha ecobag e botei tudo que queria, como o Café Jaçanã (sucesso da feira, tanto quem queria experimentar quanto comprar), queijos e doce de leite.

    Foi nessa hora que começou o show de Tássia Reis e a cantora arrasa muito, onde tinha domínio de palco e consciência corporal. Além disso, ela foi uma das primeiras rappers mulheres da nova música brasileira, Reis iniciou a carreira com o EP “Tássia Reis” em 2014. Em seguida, veio o álbum de estreia “Outra Esfera” em 2016.

    Tássia integra também o coletivo feminino “Rimas & Melodias”, com as rappers Alt Niss, Drik Barbosa, Karol de Souza, Mayra Maldjian, Stefanie e Tatiana Bispo.

    A apresentação em Natal fez parte da turnê “Topo da Minha Cabeça”, lançado há um ano e considerado um dos melhores discos de 2024, segundo a Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA).

    O ápice da sua performance foi quando teve a apresentação com Kiko Dinucci, guitarrista da banda Metá Metá juntamente com Juçara Marçal.

    Show de Otto

    O cantor pernambucano Otto volta a Natal após quase 10 anos (Foto: Lara Paiva)

    A apresentação de Tássia Reis foi incrível com Kiko Dinucci (do Metá Metá), como falei no tópico acima. Entretanto, a transição de um show para o outro não demorou muito. A montagem do palco foi rápida. Assim que o Otto subiu ao palco os gritos ecoavam no palco.

    Como o próprio disse em quase duas horas de show, a demora para volta faz com que a banda se prepare para um excelente show. E foi mesmo, uma pedrada atrás da outra.

    A primeira parte foi dedicada ao disco “Certa Manhã Acordei de Sonhos Intranquilos”, no qual tocou em destaque “Crua”, “Seis Minutos” e “Filha”. Por outro lado, não deixou de cantar canções que lhe fez ficar famoso nacionalmente e internacionalmente, como “Bob”.

    Se deixasse, o mesmo tocara na capital potiguar até hoje e ainda, de quebra, cantou alguns clássicos, como o “Garçom” de Reginaldo Rossi, que é bastante fã e já fez inúmeros tributos.

    O fim do show, ele honrou suas raízes. Participante do movimento do Mangue Beat, uma vez que foi integrante de Mundo Livre S/A, ele terminou seu show com “Praieira”, de Chico Science e Nação Zumbi.

    Otto prometeu que iria voltar para Natal e desta vez não vai demorar uma década para acontecer.

    A saga para tirar foto

    O cantor, após o show, foi bem acessível com os fãs e a produção combinou que todos pudessem tirar foto no camarim do artista, que acontecia no Papódromo. Andamos do palco, que ficava em frente a Secretaria de Administração, até o espaço de lazer utilizado para receber a missa de João Paulo II há mais de 30 anos.

    O Otto recebeu todo mundo, no qual além de fotos conseguiu conversar com os fãs numa simpatia e até estimulou que os fãs fizessem amizade. Sim, conseguimos fotos.

    Veja a seguir a foto que tirei:

    No final, portanto, cheguei em casa quase duas horas da matina, mas valeu a aventura.

    PS: Após o show, meu lanchinho noturno foi queijo de coalho da feira e estava muito bom.