Uma banda que misturava vários elementos do rock com heavy metal e formada apenas por mulheres. Isto foi o Darma, no início dos anos 2000, no qual gravou um único disco. Assim, marcou a história da música independente da cidade.
Antes da Danina Fromer ser digital influencer, drag queen, social mídia e funkeira do Emblemas, ela participou de uma das primeiras bandas de metal e hardcore do Rio Grande do Norte apenas de mulheres. Além disso, o grupo contou com mais cinco integrantes.
Era um dos sons escutados nos anos 2000, quando a Ribeira começou a virar palco para os grupos de rock no Rio Grande do Norte. Ou seja, elas poderiam ser denominadas como a “mãe” da Demônia, mas sem músicas engraçadinhas, como o Bebê do Miduei.
Além das bandas de metais, elas também tinham influência do grunge como Hole e Belly.
O grupo tinha Paula Ortiz nos vocais e guitarras. Sim, ela é descendentes de peruanos e por conta disso a banda tem uma música em espanhol. Já no baixo ficava por conta de Denise Tyfereth e tinha a Ana Paula Costa nas guitarras. Já a Danina era a violinista do grupo.
O ano era 2003 quando o quinteto lançou o único disco, o Stigma. Um dos destaques é que todas as faixas são autorais. Ou seja, elas realmente botaram a mão na massa. O disco está em destaque no livro “100 discos do rock potiguar para você escutar sem precisar morrer”.
O diferencial é que o vocal variava de acordo com a música. Ainda mais tinha a produção de Alexandre Alves, que era da banda Automatics, no qual era destaque na noite natalense.
A revista Dynamite, em 2004, disse que: “O Darma investe num interessante pop rock, com vocalistas diferentes, ênfase nas guitarras e com músicas realmente pesadas, outras com marcação com hardcore e assim por diante”.
Mesmo que o grupo tenha tido um público fiel à banda só durou três anos de atividade e o “Stigma” foi o único disco público. Além disso, elas têm 12 músicas inéditas, que ainda não estão disponíveis ao público.
Danina Former, em entrevista ao Brechando, contou que tinha 16 anos, a última entrar no grupo e muito menos imaginava que entraria para história da música do Rio Grande do Norte. “Não foi o meu primeiro trabalho, já tinha tocado na Orquestra Talento da Petrobrás primeiro”, disse, que era convidada para outros trabalhos para tocar violino nas ruas da capital potiguar.
Former contou que a gravadora Solaris ajudou muito a gravar o disco, uma vez que tudo era novidade. “Solaris sabia e foram eles que fizeram questão de gravar exatamente por saber que seria a primeira banda a gravar o disco”, relatou.
Apesar da banda ter terminado, não rolou alguma inimizada, visto que elas mantêm o contato. “A gente se fala raramente online. Dani e Ana Paula moram no Rio, Denise mora na Noruega. Eu e Paula moramos aqui, mas nenhuma das duas toca mais (risos)”, finalizou.
O Darma participou de um importante selo do rock potiguar, a Solaris, que surgiu no final da década de 90 e ajudou a gravar álbuns de várias bandas indepedentes, além de promover diversos festivais de música na cidade.
Há 15 anos, o criador do selo, Alexandre Alves, que foi o produtor do único disco do Darma, junto com Ricardo Pinto fizeram um documentário para comentar os 10 anos do selo, que se encontra inativo. Dentro do documentário conta com o depoimento de Paula Ortiz falando sobre a banda e fotos das integrantes se apresentando na Ribeira.
Além do Darma, o doc tem depoimentos de integrantes do Movement, Chronic Missing, Zaratustra, Florbela Espanca, Snooze, Montgomery, Dead Funny Days, Mellotrons e Adriano Azambuja.
Confira o doc completo a seguir.