Categoria: Cerveja com Dados – 3ª edição

  • Conheça o Dragão do Mar

    Conheça o Dragão do Mar

    Afinal o que é? Este é um centro cultura com 30 mil metros quadrados de área dedicada à arte e à cultura. Inicialmente, precisamos dizer que o espaço é enorme mesmo. Por isso, é quase uma parada obrigatória para quem é amante de atividades culturais, sem contar que é bem pertinho da Praia de Iracema, da tradicional avenida Monsenhor Tabosa, do Mercado Central e Centro Cultural Caixa.

    O que tem no Dragão do Mar?

    Entre as atrações como o Museu da Cultura Cearense, o Museu de Arte Contemporânea do Ceará, Planetário Rubens de Azevedo, Teatro Dragão do Mar, Salas do Cinema do Dragão, Anfiteatro Sérgio Mota, Espaço Rogaciano Leite Filho, Biblioteca Leonilson, Auditório, Multigalerias e espaços para exposições itinerantes e a Praça Verde.

    Por falar na praça, esta consegue ter a capacidade de abrigar quatro mil pessoas e também grandes shows nacionais e internacionais.

    Quais espaços que a gente foi?

    Anfiteatro do Dragão do Mar (Foto: Lara Paiva)

    Planetário do Dragão do Mar

    Ponte Metálica

    Mural Exu te Ama (Foto: Lara Paiva)

    Vista do Centro de Fortaleza pela Dragão do Mar (Foto: Lara Paiva)

    Gostamos tanto do Dragão do Mar que fomos em três dias consecutivos, no qual dois foram para assistir filme e o outro para assistir o Museu da Cultura Cearense. Primeiro vamos falar dos filmes.

    No primeiro dia assistimos o filme chinês “Levado pelas marés“, que conta a história de 20 anos de um casal e a jornada de uma moça atrás deste amor. A obra demorou 20 anos para ficar pronta, uma vez que o cineasta resolveu utilizar os mesmos atores e mostrou um pouco da evolução da China e sua abertura de mercado.

    No dia seguinte, fomos ver o filme “La Dolce Vita“, de Federico Felini, que conta a história de um jornalista e seus casos. Além disso, foi lá que surgiu o termo paparazzo, nome para fotógrafos especializados em flagrantes.

    Exposições

    Também fomos assistir exposições, que são gratuitas. Lá, vimos a exposição fixa Vaqueiros, que está há mais de 20 anos em cartaz e conta um pouco mais da história desta profissão.

    Praticamente é uma exposição lúdica, de caráter didático, percorre o universo do vaqueiro a partir da ocupação do território cearense pela pecuária até a atualidade. Além disso, utiliza cenografia, imagens e objetos ligados ao cotidiano do vaqueiro, como gibão, sela do cavalo, cintos e toda documentação.

    Mesmo sendo uma exposição permanente, você enxerga que os dados são atualizados a todo momento.

    Outros lugares do Espaço Cultural

    Como está em reforma, não podemos apreciar todos os lugares como desejávamos. Mas, fomos aos máximo de lugares possível.

    A arquitetura do Centro Dragão do Mar é caracterizada por suas linhas arrojadas, concebidas pelos arquitetos Fausto Nilo (o compositor de boas músicas da Turma do Ceará) e Delberg Ponce de Leon. Sem contar que contrastam com os casarões do centro histórico de Fortaleza, construídos no início do século passado.

    Entre os destaque do Dragão do Mar estão as pontes de ferro que ligam um espaço a outro e sempre envoltos de manifestações artísticas. Além disso, tem o mural “Exu te ama”, de Jean dos Anjos, que propõe refletir e tentar responder a seguinte pergunta: “Se as pessoas podem botar ‘Jesus, te ama’, por que não pode botar Exu?”.

    Além disso, tem lojas para comprar produtos de artistas cearenses. Em destaque está a Print Shop de Fortaleza, que traz prints e artes de artistas não só do Ceará, mas também do Brasil todo.

    Mais sobre a Print Shop

    Cartaz da banda Polara (Foto: João Pedro Rebouças)

    “A loja começou em São Paulo, na Galeria do Rock, e abriu uma filial aqui em Fortaleza. Mas, hoje, só tem unidade aqui e todo o material está vindo para cá”, disse o artista Ulyzzz, gerente do local e também trabalha como arte educador.

    Loja Print Shop (Foto: João Pedro Rebouças)

    A loja une não só prints para colocar nas paredes ou mobiliar um cômodo favorito de sua casa, como também propõe eventos de stickers, venda de quadrinhos e ações culturais com outras lojas do Dragão do Mar, como Reticências, conhecida camisetaria da região.

    Mais sobre o Dragão do Mar

    Erguido em uma antiga área portuária, o centro possui em seu entorno, uma série de bares, boates, restaurantes, lojas de artesanato, corredores comerciais, espaços culturais e teatros.

    Sendo um deles Espaço da Caixa Cultural, que falaremos no próximo post.

    Quem foi Dragão do Mar?

    Estátua de Dragão do Mar (Foto: Lara Paiva)

    O espaço fica na zona portuária de Fortaleza. Logo, a homenagem precisava ser para alguém que tenha relação com o mar e movimento político. Primeiramente, esta é a história de Francisco Nascimento, que nasceu em Canoa Quebrada, em 15 de abril de 1839. De origem pobre e filho do pescador Manoel do Nascimento e da dona Matilde Maria da Conceição.

    Aos oito anos, com a morte precoce do pai, sua mãe buscou um emprego para ele, quando ainda criança, tornando-o um menino de recados em navios que iam do Maranhão ao Ceará.

    Até os 20 anos, trabalhou no veleiro do comendador português José Raimundo de Carvalho como embarcadiço e depois como comandante, percorrendo portos do Norte e Nordeste.

    Além disso, também trabalhou na construção do porto e como chefe dos catraieiros, até virar prático-mor na Capitania dos Portos do Ceará. Ademais, alugava jangadas para transporte de pessoas e mercadorias.

    Um dos primeiros abolicionistas do país

    Chefe dos jangadeiros, ele e seus colegas se engajaram à luta pela abolição em 1884, recusando-se a transportar para os navios negreiros os escravizados que seriam vendidos para o Rio de Janeiro, tendo proferido, segundo algumas fontes, a célebre frase “no porto do Ceará não embarcam mais escravos”.

    Ao invés da repressão, a elite cearense apoiou a atitude do Francisco Nascimento, no qual Angelo Agostini registrou e homenageou o fato na capa da Revista Illustrada, com uma litogravura com ilustração alegórica de Francisco Nascimento, com a seguinte legenda: “À testa dos jangadeiros cearenses, Nascimento impede o tráfico dos escravos da província do Ceará vendidos para o sul”.

    Assim, Francisco recebeu homenagens e uma delas foi Dragão do Mar ou Navegante Negro.

    Mistério acerca de sua morte

    O paradeiro do túmulo de Francisco Nascimento — desconhecido há mais de 100 anos — foi descoberto pelo historiador cearense Licínio Nunes de Miranda em julho de 2020, no âmbito de um trabalho de investigação acadêmica sobre a abolição da escravidão no Ceará

    Em 18 de julho de 2017, o nome de Francisco José do Nascimento foi inscrito no Livro dos Heróis da Pátria, que se encontra, portanto, no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, em Brasília, em virtude da Lei Nº 13.468/2017.