Dia: 11 de dezembro de 2025

  • Instituto Waldemar de Almeida necessita de reforma, diz servidores

    Instituto Waldemar de Almeida necessita de reforma, diz servidores

    Os servidores do Instituto de Música Waldemar de Almeida denunciam há uma ameaça do fechamento de instituto, após quase 40 anos de funcionamento. Os servidores e alunos comentam, primeiramente, que 67% de seu quadro docente e opera com apenas 36% da capacidade prevista em seu regimento interno, enquanto a demanda por vagas cresce de forma exponencial. 

    O curso de Canto Lírico registrou aumento de 444% nas inscrições entre 2016 e 2025, saltando de 9 para 49 candidatos. Em 2023, foram 59 inscrições para apenas 12 vagas — uma taxa de aprovação de 20%, similar à de universidades federais concorridas.

    “Estimamos que, nos últimos três anos, mais de 100 pessoas deixaram de ser atendidas apenas no curso de canto lírico por falta de vagas e infraestrutura”, afirma o professor Dr. Kaio Morais, coordenador do curso desde 2016.

    Kaio é coordenador do canto lírico, mas a infraestrutura do Waldemar de Almeida atinge outras turmas, o mesmo citou como exemplo a falta de climatização das salas, pianos quebrados, ausência de acessibilidade e carpetes sem alguma manutenção.

    “Dar aula em uma sala onde o piano não funciona direito e o calor é insuportável é desrespeitoso tanto com o professor quanto com o aluno”, desabafa um estudante.

    Kaio, que desenvolveu a Acadêmia de Ópera de Natal (AON) em 2023, comentou da popularização e interesse dos alunos ao estilo. Entretanto, a falta de infraestrutura faz com que AON entre em xeque.

    A AON é pioneira no estado ao oferecer formação integrada em ópera, reunindo professores da rede estadual, alunos da Escola de Música da UFRN, bailarinos da EDTAM e membros da comunidade.

    Com perfil altamente inclusivo — 55% de artistas negros e pardos, 30% LGBTQIAPN+, 20% pessoas com deficiência ou transtorno, e 3% indígenas. Ademais, a AON representa um modelo único de democratização do acesso à música lírica no Nordeste.

    As necessidades do curso

    De acordo com o docente, entre as demandas mais urgentes do instituto está a reposição urgente do quadro docente. Essas ações podem ser feitas mediante concurso público ou contratos emergenciais. Além disso, solicita a reforma completa da infraestrutura, incluindo climatização, acessibilidade e manutenção de instrumentos.

    Outra pauta está a garantia de pautas no Teatro Alberto Maranhão para apresentações dos grupos vinculados ao IMWA. Além disso, a implantação do sistema SIGEDUC (sistema próprio do Governo do RN) para gestão acadêmica.

    Kalu Fernandes é aluna do canto lírico do IMWA e acredita que o instituto reformado pode ajudar a construir um cenário forte da cena em Natal.

    “Ter em nossa cidade um curso de Canto Lírico e uma Academia de Ópera sustenta um cenário rico e difícil de se ter em qualquer cidade (…) Para alicerçar esse cenário cultural, o IMWA necessita urgentemente de uma estrutura que seja compatível com o trabalho realizado.”, disse Kalu.

    Por fim, a transferência de professores do estado que atuam na AON para o Instituto de Música Waldemar de Almeida, na visão do professor Kaio, isso é uma contribuição para renovação do quadro do IMWA.

    Entramos em contato com a assessoria de imprensa da FJA, na primeira resposta disseram que anunciarão obras de aparelhos que pertencem a fundação que vão entrar em reforma e um release seria enviado. Mas, não obtivemos o material.