O Festival Música Alimento da Alma (MADA) vem transformando Natal desde 1998, revelando artistas e fortalecendo a cena alternativa. Em 2025, o primeiro dia chegou com uma mistura intensa: nomes já consolidados, como Mano Brown e Liniker, dividindo espaço com quem promete ir ainda mais longe, como Taj Ma House e Rachel Reis. Teve também o retorno aguardado de Potyguara Bardo às terras natalenses. Mas, isso é só um resumo dos dois dias. O Brechando nesta segunda-feira (20) vamos falar do primeiro dia.
O recorte da noite trouxe uma conexão entre Nordeste e Minas Gerais, num diálogo cheio de identidade e potência. Tirando Boogarins, que é de Goiânia (a única banda de rock do evento), a line-up do primeiro dia foi marcado por Marina Sena, do norte de Minas, o projeto Dominguinho e Don L, natural do Ceará.
Dominguinho é composto por João Gomes, do interior de Pernambuco, Mestrinho que é sergipano e somente Jota.Pê que é de São Paulo. O show, inspirado no álbum homônimo, resgata não só o clima afetivo dos domingos nordestinos, mas também reverencia a riqueza cultural da região, conectando tradição e modernidade em uma apresentação que promete ser um dos momentos mais especiais do festival.
Gomes está no auge da carreira, uma vez que foi um dos poucos artistas do estilo piseiro que procurou agradar um público que gosta de vaquejada mas também gente que vai em evento alternativo. Além disso, ele abriu a versão brasileira do Tiny Desk, trazendo milhões de visualizações.
O quadro original da rádio NPR, organização que representa rádios públicas dos Estados Unidos, ganha uma versão brasileira realizada pela Anonymous Content Brazil, que licenciou a parceria junto ao YouTube Brasil.
O show dele pegou tanto as músicas cantadas no EP Dominguinho, como também o sucesso de cada um dos cantores, mas o ápice mesmo foi quando João Gomes cantou quase toda a lista da música que cantou no programa, fazendo o povo cantar em coral “Dengo”.
Outra apresentação que bombou foi Marina Sena, a cantora está no seu auge e recém-lançado o seu terceiro disco, “Coisas Naturais”, no qual deixou o público boquiaberto na grade.
“Eu vim aqui para assistir à Marina Sena e também para Don L. Estou amando ver a Marina de perto na minha frente, nossa ela parece uma feiticeira com esse look e a roupa”, disse a Jennyfer Dias, também conhecida pela alcunha de @a_moitinha.
Quem acompanhou Marina Sena em outras edições do MADA percebeu nitidamente a sua evolução. Se antes já chamava atenção pelo carisma, agora a cantora mostra uma voz mais encorpada e firme, capaz de segurar qualquer refrão sem perder a naturalidade. Sua interpretação ganhou força e confiança, revelando uma artista cada vez mais madura e confortável no palco.
Além da potência vocal, Marina também consolidou uma presença de palco magnética. Ela dança, interage com a plateia e conduz o show com energia contagiante — e o melhor: sem desafinar em nenhum momento. Essa combinação de técnica, entrega e espontaneidade fez com que sua apresentação fosse um dos pontos altos da noite, mostrando que Marina está em um novo patamar na carreira.
Mada 2025 e suas outras atrações
O Mada teve muitas novidades não só na música, como espaço de convivência com rede, praça de alimentação no gramado, bares sofisticados e também resgate de coisas tradicionais no evento, como flash day de tatuagem e a volta da tirolesa.
“Eu vou ao Mada desde boyzinha (termo natalense para se referir a criança) e agora estou muito curiosa para ver os shows de hoje”, disse Danúbia Souza na fila da tirolesa, pronta para aproveitar todas as atividades do festival.
Além disso, teve outras pessoas que foram cobrir o evento, assim como o Brechando, o João Victor Costa, do Bafos do RN, também esteve cobrindo e falou a sensação de mostrar o lado jornalístico do festival.
“Eu adoro a energia da galera quando a gente vai fazer entrevistas. Porque a gente consegue ver, por exemplo, quem é muito fã da Marina ou da turnê do (projeto) Dominguinho. E aí eles expressam um sentimento muito bacana pra gente. Eu adoro”, comentou.
O segundo dia do Mada foi marcado por shows marcantes, como a apresentação do Mano Brown e da cantora Rachel Reis. Mas, isto é, portanto, assunto para próximo post.