Minha saúde mental sempre foi uma montanha-russa. Em 2025, eu descobri que tenho Autismo suporte 1 e TDAH. Mas, foi um longo caminho até chegar lá. A falta de conhecimento pode levar muitos a entenderem quem são, chegando a ficar na depressão e outras doenças mentais.
Mas, esse não é o assunto do texto e sim dos remédios que tomo. Minha primeira vez a psiquiatra foi em 2015, auge do meu primeiro Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Primeiro, a recusa de tomar o remédio. Depois, o processo de aceitação. Se falar que gosto de tomar remédios, estarei mentindo. A certeza é que sem eles a minha história seria totalmente diferente.
Há um ano descobri o tratamento de CDB pode encaixar ao meu perfil. Tomava sete comprimidos por dia e estava sendo complicado, uma vez que os efeitos colaterais me deixavam robótica e pisando em ovos na hora que falasse com outras pessoas.
Sem o valor dos remédios não compensa o meu salário como jornalista. E agora? O que fazer?
Hora da Cannabis
Sempre fui a favor da legalização da maconha, fiz inúmeras matérias acerca do assunto, cobri a Marcha da Maconha e não sabia onde procurar. Meus psiquiatras eram contra. Meus pais eram bem careta acerca do uso recreativo, porém viram com bons olhos os usos medicinais. Até que um dia minha mãe estava na rua e ouviu alguém falar dos benefícios do óleo de Canabidiol para a saúde.
Interessada, minha mãe ouviu e descobriu sobre o Delta 9, do Felipe Farias, rapidamente entrou nas redes sociais mostrando a qualidade do trabalho. Então, ela interrompeu a moça que discursava o canabidiol, com todo respeito, pedindo o contato de Felipe. A senhora repassou o contato.
Então, eu liguei para Felipe e perguntei se conhecia algum psiquiatra que atendesse em Natal até chegar na minha atual psiquiatra. No dia do atendimento fiquei um pouco nervosa, mas apresentei todo meu lado e meu histórico de saúde mental. Assim, começamos o tratamento.
Os frascos são importados (mais motivo para a legalização no Brasil), porém economizei muito dinheiro e diminui o número de remédios. Me lembro que quando fiz o desmame dos remédios para começar a tomar o óleo rolou um medo, mas a rede de apoio foi importante.
“Lara, se não der certo, a gente volta, mas estamos tentando”, comentou minha mãe.
A medida que os dias foram passando, vi que o óleo me dava a mesma serenidade quando tomava os remédios em demasia. Talvez seria o sinal positivo? O primeiro frasco acabou, fui ao segundo e hoje estamos no sexto frasco. Fiz questão de guardar todos para mostrar uma vitória a minha saúde mental.
Completo um ano de remédio em um período que passei por muitas mudanças na minha vida, que chacoalharam a minha saúde mental e vi que consegui manter uma estabilidade mental igual, porém com menos efeitos colaterais e sentindo bem mais saudável.


