Mês: julho 2025

  • “O Poti” se desesperou com aumento de venda de revista de mulher pelada em 1980

    “O Poti” se desesperou com aumento de venda de revista de mulher pelada em 1980

    Quem nunca se desesperou com aquele irmão ou primo que guardava escondido as revistas Playboy e a gente via escondido, por motivos de curiosidade ou não. Assuntos que mexem o lado mais animalesco do ser humano sempre são pautas no cotidiano e a venda de revista de mulher pelada não foi diferente.

    Em setembro de 1980, o suplemento do dominical “O Poti”, em Natal, reclamou do aumento da compra de revistas, inclusive de jovens menores de idade.

    De repente, uma desastrosa realidade não apenas toma conta der quase todo o espaço de nossas bancas de jornais e revistas, como ocupa a curiosidade da juventude que abandona a leitura de informação e lazer e se debruça, perigosamente, sobre a nudez erótica de uma indústria escancaradamente pornográfica, mais violenta e mais agressiva a cada dia.

    Liberada pela censura, a indústria gráfica preferiu investir na importação de modelos de revistas do mais baixo nível, com o objetivo de garantir o faturamento junto as camadas mais jovens e, por isso mesmo, menos preparadas para separar a importância dos temas sexuais das explorações mais baratas, deformantes e cheias dos vícios internacionais do movimento porno

    Disse O Poti

    A matéria, que está sem a assinatura de algum repórter, alegou que por 120 cruzeiros (Aproximadamente R$ 3,00) pode comprar uma revista erótica ou álbum com coisas mais safadinhas.

    O Tio Patinhas, por exemplo, a maior tiragem do país e durante muito tempo a maior venda das bancas de Natal, começa a registrar uma queda fora do comum. Os 150 exemplares médios de cada banca da avenida Rio Branco, por exemplo, hoje estão reduzidos a repartes de ordem de 30 ou, no máximo, quarenta exemplares.

    Denúncia de Dona Genura

    Entre os donos de banca que reclamaram do crescimento da venda de revistas como a Playboy foi a Dona Genura. A mesma topou realizar a entrevista para falar que todos os seus clientes preferem “revista de mulher nua”.

    Conta D. Genura Fernandes Alves que outro dia chegou um menino de aproximadamente 10 ou 12 anos e pediu a revista “com posições sexuais”. D. Genura, que cumpre a censura das capas, disse que não vendia a revistas a crianças. O menino comprou “as posições sexuais” na banca ao lado e de volta ainda exibiu para D. Genura, dizendo que ela não vendia, mas os outros vendiam a ele.

    Por fim, a matéria finaliza dizendo frases bem conservadoras, alegando que “Uma sodoma e gamorra versão século XX, com uma sociedade muito menos preparada para as lições da história. Amanhã, a nudez será um exemplo de coisa feia, o sexo um tema totalmente prostituído e o amor uma vaga lembrança dos tempos primitivos da humanidade.”.