Esta máscara monitora detritos espaciais, avaliar riscos de colisão com satélites brasileiros e reduzir os riscos de acidentes.
Existe o projeto físico do colombiano William Humberto Úsuga Giraldo, no mestrado em Engenharia e Ciências Aeroespaciais (PPGEA) da UFRN, coordenado pela Rede Nordeste Aeroespacial (RNA), que resultou no desenvolvimento da primeira máscara brasileira para detecção de fragmentos espaciais em imagens de telescópios.
O objetivo do projeto é monitorar detritos espaciais, avaliar riscos de colisão com satélites brasileiros, aumentar a segurança de lançamentos realizados no Centro Espacial de Alcântara, no Maranhão, e reduzir os riscos de acidentes durante a reentrada de objetos em território nacional.
Na UFRN, o telescópio irá ficar no Observatório Astronômico da UFRN. O mesmo fica na Rua do Observatório, no campus central, em Natal, e está atualmente em fase final de construção. Ele contará com instrumentos capazes de monitorar a passagem de lixo espacial.
Atualmente, o único telescópio no Brasil dedicado ao monitoramento de detritos espaciais é o Panoramic Electro Optical System (PanEOS), que ilustra a matéria. E, portanto, pertencente à Agência Espacial Federal Russa (Roscosmos). O equipamento existe desde 2017 no Observatório Pico dos Dias, em Minas Gerais.
Sem contar que o PanEOS está sob administração em parceria com a Agência Espacial Brasileira (AEB) e a Fundação de Pesquisa e Assessoramento à Indústria (FUPAI).
O foco das observações se define por Roscosmos, enquanto os dados se armazenam no Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA) e disponibilizados para pesquisa.
Pesquisa existe há dois anos
O estudo foi realizado em 2022 e orientado pelo professor José Dias do Nascimento Júnior, do Departamento de Física Teórica e Experimental (DFTE).
“Em 2024, a pesquisa ganhou destaque no cenário nacional devido ao plano de estruturação de uma rede nacional de informações sobre lixo espacial, no qual a UFRN estará devidamente representada”, ressalta o professor. A dissertação utiliza um procedimento computacional avançado para filtrar e diferenciar, nas imagens capturadas, o que é lixo espacial e o que são estrelas de fundo.
Para o astrofísico José Dias do Nascimento Junior, orientador de William e mentor do projeto., este passo representa um marco para as pesquisas brasileiras com o PanEOS. Ainda mais, abre caminho para o desenvolvimento de novas ferramentas tecnológicas no país.
“A máscara desenvolvida por William é um passo importantíssimo e vanguardista na direção da capacitação brasileira e inovação tecnológica espacial, sobretudo em monitoramento de detritos espaciais e no aprimoramento da segurança aeroespacial”, destacou José Dias. Para ele, com essa inovação, o Brasil avança em direção à soberania tecnológica no monitoramento de detritos espaciais, contribuindo para a segurança e o desenvolvimento científico nacional e internacional.