Autor: Lara Paiva

  • Uma exposição em Natal para mostrar os 50 anos do Movimento Armorial

    Uma exposição em Natal para mostrar os 50 anos do Movimento Armorial

    Numa tentativa de buscar um Nordeste mais erudito, o paraibano, radicado em Pernambuco, Ariano Suassuna, desenvolveu o Movimento Armorial. A expressão artística consiste simplesmente em criar arte por meio de elementos da cultura popular do Nordeste brasileiro.

    Para tanto, buscava convergir e orientar todas as formas de expressões artísticas: música, dança, literatura, artes plásticas, teatro, cinema, arquitetura, etc.

    Um dos pontapés para surgir o movimento foi a publicação do Romance da Pedra do Reino, de Ariano Suassuna, em 1971, e ajudou a popularizar a expressão artística, que contou com o apoio do Departamento de Extensão Cultural da Pró-Reitoria para Assuntos Comunitários da Universidade Federal de Pernambuco.

    O nome “armorial” vem de conjunto de símbolos vindos do Nordeste, inspirando o cordel, a pintura, música, literatura, cerâmica, dança, escultura, tapeçaria, arquitetura, teatro, gravura e cinema.

    Exposição em Natal

    Para celebrar os 50 anos, a Pinacoteca do Rio Grande do Norte, desde novembro, liberou os salões de seu térreo para receber a exposição sobre o Movimento Armorial, mostrando que Ariano Suassuna não é apenas as suas videoaulas ou o Auto da Compadecida.

    Por isso, o evento mescla com a biografia do paraibano com a história do movimento. Primeiramente, o espaço conta a história da curadoria, que teve o apoio de Manoel Dantas Suassuna, filho do artista.

    Na sua entrada tem a tradicional Onça Caetana, mesma da canção de Sivuca, que é uma lenda do Nordeste. Ariano apreciava a lenda desta onça, porque ela é uma metáfora sobre relacionada a morte. Lembrando que o pai do escritor, fora assassinado quando ele era ainda criança por questões políticas.

    A Onça Caetana é um elemento do folclore nordestino, associado à morte. Ariano desenhou várias versões da caetana para ter o formato tridimensional para a exposição. A peça teve a confecção em Belo Horizonte pelos bonequeiros Agnaldo Pinho, Carla Grossi, Lia Moreira e Pedro Rolim.

    Posteriormente, uma linha do tempo que fala da biografia do artista e quando começa o movimento Armorial. Juntamente, veio a contribuição que Suassuna contribiu, com os discos do Quinteto Amorial, as capas dos livros do artista e os artistas que fizeram parte do movimento, como Gilvan Samico, Mestre Noza e Miguel dos Santos.

    A Compadecida

    A exposição também contou com os figurinos da primeira versão do filme do Auto da Compadecida, gravado nos anos 70, e contou com o apoio de Ariano Suassuna. Os figurinos tiveram o desenho de Francisco Brennand e os cróquis da obra.

    Os figurinos também puderam ser vistos no manequim e fotografar. Sem contar que haverá um trecho de alguns filmes.

    Outras manifestações

    Além da história de Ariano, Pedra do Reino e a Compadecida, também mostrou o alfabeto sertanejo, obras de tapeçaria, a continuação do legado de Manoel Suassuna e as tradicionais aulas espetáculos, no qual mostra Ariano de forma irreverente e humorada as expressões artísticas que defende.

    Confira, portanto, as fotos do Movimento Armorial: