Na década de 20, Natal construiu o Leprosário de São Francisco, cujo objetivo era isolar pacientes com lepra (hoje, hanseníase). O local ficara em um sítio, distante seis quilômetros da cidade. Além disso, o terreno correspondia aos elementos principais da ideia de isolamento dos doentes, ficava distante da cidade, possuía árvore frutíferas e com casas de vivendo.
Dando continuidade ao plano de criação do Leprosário São Francisco de Assis o terreno foi ampliado, anexando novas terras. Assim, o Leprosário ia tratar os doentes e também os seus familiares. Para a concretização de construção da colônia contou com a forte participação da população e das entidades sociais. Foram realizadas várias festividades visando angariar fundos, bem como doações foram realizadas por comerciantes, intendentes e industriais.

A construção do Leprosário terminou em 1929 com a entrega do primeiro grupo de casas tipo A. Eram casas que acomodavam três ou dois pacientes distribuídos em dois pavilhões, um feminino e outro masculino. Nesse primeiro momento cinquenta portadores da doença, todo indigentes, foram pacientes. Meses depois, foram entregues o cemitério, a pedra fundamental da capela e mais dois grupos de casas classificadas como tipo B. Ainda mais, esse segundo grupo de casa dispunha de melhores acomodações, sendo destinadas aos pensionistas.
Em 1930, o Leprosário ampliou ainda mais a sua estrutura, construindo uma série de acomodações, como pavilhão de música e de leitura, a instalação de aparelho de rádio e escola profissional.
O afastamento de hansenianos era obrigatório. Decreto de 1923, já revogado, tratava da separação dos filhos de pais com hanseníase; e outra lei de 1949, também extinta, estabelecia o isolamento obrigatório dos portadores da doença.
Em Natal, esses filhos iriam ao Educandário Oswaldo Cruz, que funciona na Avenida Hermes da Fonseca.
A lei “compulsória” revogou em 1962, porém o retorno dos pacientes ao seu convívio social era extremamente dificultoso em razão da pobreza e isolamento social e familiar a que eles estavam submetidos.
Hospital terciário
O Leprosário de Natal só fechou em 1990, destruindo o prédio e parte do terreno transformou-se em lotes para aqueles que ainda estavam em isolamento.
A unidade hospitalar tinha como objetivo fornecer aos pacientes do tratamento de câncer, com capacidade de até 150 leitos. Em 1991, a obra, que estava 48% pronto, parou, no qual alegaram que houve uma invasão de sem-tetos ao terreno. Na época, o dinheiro para obra era de 25 milhões de reais.
O que resta, portanto, é apenas o esqueleto do prédio em volta de um terreno cheio de lixo e mato.
Gravação de drone
Recentemente, o grupo “Por aí com Barbosa” realizou uma imagem de drone mostra como está o terreno do que seria o hospital. Dê o play, portanto, a seguir: