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Potiguar foi a primeira prefeita do Brasil

A moça desta foto se chama Alzira Soriano, ela é potiguar e uma das pioneiras da política no Brasil, visto que foi a primeira prefeita eleita no país.  Tomou posse no cargo em 1º de janeiro de 1929. Viúva e mãe de três filhas, Alzira Soriano disputou em 1928, aos 32 anos, as eleições para…

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A moça desta foto se chama Alzira Soriano, ela é potiguar e uma das pioneiras da política no Brasil, visto que foi a primeira prefeita eleita no país.  Tomou posse no cargo em 1º de janeiro de 1929. Viúva e mãe de três filhas, Alzira Soriano disputou em 1928, aos 32 anos, as eleições para a prefeitura de Lajes, cidade do interior do Rio Grande do Norte, onde fica o famoso Pico do Cabugi, pelo Partido Republicano, e venceu com 60% dos votos, quando as mulheres nem sequer podiam votar.

Fez apenas o curso básico, engajando-se em movimentos minoritários, participando da carreira política do seu pai, o coronel Miguel Teixeira de Vasconcelos, e acompanhando de perto o trabalho do marido, o promotor Thomaz Soriano de Souza Filho, de quem ficou viúva aos 22 anos de idade.

Numa época em que a emancipação feminina na política era conquistada em poucos países do mundo, um pequeno estado do Nordeste brasileiro proporcionou através de sua Constituição sancionada pelo governador José Augusto Bezerra de Medeiros, o direito à mulher de votar e ser votada. Com base na Constituição Estadual de 1891, então vigente, e respaldando-se no argumento de que competiria ao estado-membro legislar sobre direito eleitoral, o artigo 77 da Lei nº 660, de 25 de outubro de 1927, determinava: “No Rio Grande do Norte, poderão votar e ser votados, sem distinção de sexo, todos os cidadãos que reunirem condições exigidas por esta lei.

Assim, Soriano optou em se candidatar como prefeita, tornando-se não só a primeira prefeita eleita no Rio Grande do Norte e no Brasil, mas também na América Latina.

Com o apoio do então senador Juvenal Lamartine, grande defensor das causas feministas, houve uma mobilização para inscrever eleitoras e candidatas a cargos eletivos. Surgiram então mulheres ousadas paras aos padrões culturais da época, com total capacidade para exercer mandatos, dentre as quais se destacava Alzira Soriano.

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Mas foi pouco tempo de administração, apenas sete meses. Com a Revolução de 1930, Alzira Soriano perdeu o seu mandato por não concordar com o governo de Getúlio Vargas. A responsável pela indicação de Alzira como candidata à Prefeitura de Lajes foi a advogada feminista Bertha Lutz, uma das figuras pioneiras do feminismo no Brasil. A administração de Alzira Soriano à frente da Prefeitura de Lajes resultou na construção de novas estradas, como a que fazia a ligação entre os municípios de Cachoeira do Sapo e Jardim de Angicos. Ela também construiu mercados públicos distritais, fez escolas e cuidou da iluminação pública a motor.

Alzira como Presidente da Câmara 

Apenas quatro anos depois disso, em 1932, mulheres conquistariam o direito de votar. Mas, você pensa que a vida política de Alzira terminou por aí? Está enganado!

Após a morte de Vargas, em 1945, ela voltou à vida pública. Preimeiro como , como vereadora do município de Jardim de Angicos, onde nasceu. Foi eleita por mais duas vezes consecutivas, liderando a União Democrática Nacional (UDN). Chegou à Presidência da Câmara de Vereadores mais de uma vez. Aos 67 anos, Alzira morre em 28 de maio de 1963 por complicações de um câncer.

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Desenho do ilustrador Um Samurai

Lara Paiva é jornalista e publicitária formada pela UFRN, com especialização em documentário (UFRN) e gestão de mídias sociais e marketing digital (Estácio/Fatern). Criou o Brechando com o objetivo de matar as suas curiosidade e de outras pessoas acerca do cotidiano em que vive. Atualmente, faz mestrado em Estudos da Mídia, pela UFRN e teve experiência em jornalismo online, assessoria de imprensa e agência de publicidade, no setor de gerenciamento de mídias sociais.

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