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Natalenses gostam bastante de MMA

2015, setembro, Rio de Janeiro: Estava pegando um ônibus para ir em um ponto turístico e encontrei um rapaz fã de MMA. – Você é de Natal? – Sim, eu sou. – Nossa, que sorte, vocês têm excelentes lutadores de MMA – É verdade – Fiquei o tempo na cidade e conversei com os lutadores…

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2015, setembro, Rio de Janeiro:

Estava pegando um ônibus para ir em um ponto turístico e encontrei um rapaz fã de MMA.

– Você é de Natal?
– Sim, eu sou.
– Nossa, que sorte, vocês têm excelentes lutadores de MMA
– É verdade
– Fiquei o tempo na cidade e conversei com os lutadores e tudo. Eu adoro o Patrício Pitbull.

2017, janeiro, Natal:

Finalmente cheguei a assistir uma luta de MMA em Natal, o Natal Fight Championship, conhecido pela sigla NFC. A sua décima terceira edição aconteceu neste sábado (28), no recém-entregue Palácio dos Esportes. Era o momento em que os lutadores profissionais de MMA da cidade mostrarem suas habilidades e oportunidades no futuro.

Fim de semana aconteceu o NFC, campeonato de MMA com atletas da cidade do Natal (Fotos: Lara Paiva)

Esta foi a primeira vez que o Brechando acompanhou um campeonato de MMA e a intenção era entender o funcionamento desta competição. Acho que o rapaz com quem conversei no Rio gostaria de ter assistido.

Agora entendi um pouco o porquê do RN de uma terra que produz bastante lutadores de MMA, como Renan Barão e Tibau. A galera realmente é apaixonada e os profissionais são talentosos. Não tinha Flamengo que fizesse o pessoal perder uma luta.

Os ingressos foram vendidos por um preço acessível: 30 reais na arquibancada e 60 quem quisesse usar o camarote, além de ficar mais perto do octógono.

Ao adentrar o ginásio, eu vi uma multidão de pessoas empolgadas e extremamente ansiosa. Alguns chegavam a arriscar de pagar um pouco mais caro com um cambista. O diferencial deste campeonato é que 90% dos lutadores são do Rio Grande do Norte, somente uns são de outros estados brasileiros, como Roraima e Ceará. Mas, todos treinam nas academias de MMA existentes na cidade e olha que existem muitas.

O ginásio estava tão lotado, que tinha uma parte do pessoa sentando na cabine de imprensa. A maioria do público eram familiares, amantes do MMA, frequentadores das academias que treinam o esporte na cidade e curiosos como eu. Nesta edição, houveram 13 lutas. Apesar de ter mulheres lutando no NFC, esta competiu apenas homens.

Entrando lá, estava terminando a luta de Neto Oliveira e Tartaruga, no qual o segundo venceu e ficou o tempo todo chorando, ajoelhando e mostrando a sua tatuagem de tartaruga ninja nas coxas, fazendo a galera delirar e gritar por seu nome, como se fosse um popstar. Durante o resultado, os juízes deram vitória ao concorrente, Neto Oliveira, no qual a torcida deu uma grande vaia.

Na verdade, cada luta que subia no octógono era tratado como uma celebridade do nível de Madonna, tanto pela organização quanto a plateia lhe tratavam desta forma. Eles gritava, vibravam, davam dicas, arregalavam os olhos por cada machucado, urravam e choravam com cada vitória e derrota. Era comum a discussão dos torcedores. De vez em quando, alguns fãs chegavam a fazer selfie ou falar frases como: “Boy, sou muito fã de tu, parabéns pela luta, continue assim”.

Apesar das críticas ao MMA, uma coisa precisamos concordar: eles estimulam a vida de muitas pessoas de forma direta e indireta. O público lhe veem como exemplo de superação. Era melhor do que assistir os filmes de Rocky Balboa. Assim como no futebol, o esporte pode ajudar a formar um cidadão e fazê-lo a sair de certas enrascadas, além de estimular a ter um foco. Os diálogos que mais escutava enquanto fotografava:

“Esse menino é muito bom, a última luta venceu por noucate. Esse garoto vai longe”.

“Essa aqui vai ser rápida, os dois gostam de finalizar a luta logo no segundo round”.

“Ai meu Deus, a última luta deste menino teve muito sangue”.

Realmente, os natalenses realmente amam o esporte…

Para os lutadores, a pancadaria é uma oportunidade de subir na vida, visto que muitos ralam bastante para treinar todos os dias e alguns vivem em condições não muito boas.  Além disso, eles vão ser vistos por algum empresário ou lutador de uma liga grande, como Bethe Correia e Patrício Pitbull, presentes no evento.

Cada luta vencida era comemorada

E a competição? Bem…Você já assistiu o UFC no Canal Combate? Ele foi feito de forma similar, chegando a ser televisionado para um canal a cabo, a Esporte Interativo. A luta começa com o que chama de card preliminar, que são as lutas de abertura. A diferença é que não é televisionada e formada por novos lutadores que estão tentando adentrar na liga.

Estádio lotado para assistir luta dos natalenses

Entre um intervalo do card preliminar e principal, houve uma apresentação de banda de rock, no qual algumas pessoas chegaram a dançar. Mas, os bastidores estavam tenso, visto que as lutas principais iriam ser transmitidas na TV, tudo tinha que ser impecável. Era comum ouvir os cochichos e como a câmera teria que ficar posicionada, aonde os fotógrafos deveriam rodar no octógono e dentre outras coisas técnicas.

Começou a transmissão com um repórter dentro do octógono, que passou a bola para o announcer Rodrigo Cruz. A primeira luta principal começou com Missinho x Leão e terminou com Alan x Pompeu. A cada competição, tinha com vídeo dos lutadores, ring girls e uma entrada triunfal numa passarela. A torcida já tinha o seu favorito, segurando a bandeira da academia do coração e lhe incentivava, mesmo que tivesse perdido feio.

O NFC é um dos grandes eventos da cidade e hoje abriga atletas de talento, tanto que chamou a atenção de um canal nacional de esporte a transmitir. Se continuar nesse profissionalismo, eles podem vão até a centésima edição.

A organização afirma que o próximo evento está marcado em maio.

Veja as fotos completas a seguir:

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Desenho do ilustrador Um Samurai

Lara Paiva é jornalista e publicitária formada pela UFRN, com especialização em documentário (UFRN) e gestão de mídias sociais e marketing digital (Estácio/Fatern). Criou o Brechando com o objetivo de matar as suas curiosidade e de outras pessoas acerca do cotidiano em que vive. Atualmente, faz mestrado em Estudos da Mídia, pela UFRN e teve experiência em jornalismo online, assessoria de imprensa e agência de publicidade, no setor de gerenciamento de mídias sociais.

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