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Quais são os sítios arqueológicos existentes no Rio Grande do Norte?

Primeiro, o que é um sítio arqueológico? Sítio arqueológico é um local onde são encontrados vestígios dos homens que viveram no passado. Esses vestígios são os restos de suas casas, de sua alimentação, seus instrumentos de trabalho, suas armas, seus enfeites e pinturas. O termo sítio arqueológico atrela-se geralmente ao local onde ficam ou ficaram…

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Primeiro, o que é um sítio arqueológico?

Sítio arqueológico é um local onde são encontrados vestígios dos homens que viveram no passado. Esses vestígios são os restos de suas casas, de sua alimentação, seus instrumentos de trabalho, suas armas, seus enfeites e pinturas.

O termo sítio arqueológico atrela-se geralmente ao local onde ficam ou ficaram preservados artefatos, construções ou outras evidências de atividades humanas, ocorridas num passado recente, distante ou mesmo remoto. Os sítios arqueológicos mais conhecidos correspondem a cidades, templos, cemitérios e túmulos antigos soterrados em várias partes do mundo. No Brasil, esses locais são protegidos por lei e é crime destruí-los.

O Rio Grande do Norte, ao todo, existe 178 sítios arqueológicos tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O mais famoso e reconhecido como um dos mais importantes do Brasil é o Lajedo da Soledade (foto acima. Autoria: Gabriela Slavec (Portal 360 graus)) que fica na cidade de Apodi, que fica próxima de Mossoró.

É uma grande área contendo arte rupestre e fósseis da Era Glacial e dos primeiros habitantes do estado. O Lajedo de Soledade é uma impressionante formação de rocha calcária de 127 hectares, cuja origem se deu a 140 milhões de anos, quando os continentes africanos e sul-americano ainda se encontravam unidos.

Antigamente, os moradores de Apodi usavam a região para retirar essas pedras para fazer cal. O local virou uma área de preservação histórica desde 1978.

Além da bela visão do Lajedo, a erosão formou cavernas e abrigos que serviram a grupos humanos entre cinco mil e três mil anos atrás. Esses grupos deixaram pinturas nas paredes, chamadas de pinturas rupestres, principalmente de cor vermelha e amarela, típica pintura de tradição agreste, obtida do óxido de ferro, sangue animal e gordura vegetal.

São desenhos de animais e de formas geométricas variadas, além de carimbos de mãos e delicadas gravuras sobre as rochas.

No lajedo, foram encontrados também dentes e ossos soltos ou cimentados de mamíferos de 30 mil anos, como preguiças e tatus gigantes, cavalos, porcos, mastodontes, tigres-dente-de-sabre e outros animais já extintos. Os dinossauros habitaram também a região na mesma época, porém seus vestígios só foram encontrados, até o momento, na vizinha bacia do Rio do Peixe, na Paraíba, e na Chapada do Araripe (Ceará e Pernambuco).

Já a cidade de Santana dos Matos, por sua vez, na região do Seridó tem 80 sítios arqueológicos de forma similar. Também outros existem em Carnaúbas dos Dantas. Entretanto, dessas duas cidades citadas, o acesso às estruturas são bastante complicadas e precisa-se procurar um guia local.

Em Santana dos Matos, a descoberta aconteceu em 2002. Lá, também podem ser encontradas pinturas e gravuras, cemitério indígena na Serra do Caboclo, instrumentos utilizados pelos antepassados e dentre outras coisas.

Recentemente, em Macaíba, região Metropolitana de Natal, um morador achou diversos objetos de cerâmica e uma urna funerária quando foi construir uma cisterna em sua propriedade que podem pertencer aos povos Tupis. O local já foi todo interditado pelo Iphan para realização de novos estudos. O local onde seria construído esse reservatório de água era utilizado para a plantação de mandioca.

Apesar da luta de preservar, os artefatos históricos desses sítios arqueológicos são alvo do mercado clandestino, com peças furtadas e vendidas. Além disso, pessoas da comunidade depredam as pinturas rupestres ou esses locais são alvo de mineradoras.

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Desenho do ilustrador Um Samurai

Lara Paiva é jornalista e publicitária formada pela UFRN, com especialização em documentário (UFRN) e gestão de mídias sociais e marketing digital (Estácio/Fatern). Criou o Brechando com o objetivo de matar as suas curiosidade e de outras pessoas acerca do cotidiano em que vive. Atualmente, faz mestrado em Estudos da Mídia, pela UFRN e teve experiência em jornalismo online, assessoria de imprensa e agência de publicidade, no setor de gerenciamento de mídias sociais.

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