Experimentando dançar o Stiletto

Experimentando dançar o Stiletto

Compartilhe:

Nunca quis ser bailarina, apesar de preferir dança do que ginástica. Sempre preferi exercícios físicos “diferentões”. Quando era pequena, minha mãe me colocou na natação, pratiquei alguns meses de balé e terminei o colégio fazendo xadrez. Na adolescência cheguei a praticar yoga (para ficar calminha) e fazer dança do ventre, que me ajudou a ter malemolência nos quadris. Durante o pré-vestibular, eu larguei tudo em nome de passar no famigerado concurso para ingressar numa universidade pública, alegando que deixaria o sedentarismo depois. Porém, só voltei a praticar algum esporte apenas em 2017, quando comecei no pole dance, que em breve farei um texto sobre a mudança que esta prática fez em minha vida.

Em janeiro, a Athletic, escola onde pratico o pole, ofereceu um workshop de Stiletto, com o professor Diego Hazan, que é de Natal, estudou por muito tempo na Escola de Dança do Teatro Alberto Maranhão (Edtam) e hoje reside em São Paulo. Uma vez por ano, ele faz esta aula na capital potiguar. Mas, afinal, o que é o Stiletto?

Stiletto é um tipo de dança que é uma referência ao nome “Stiletto Heels”, que seria no bom português a tradução de “salto alto”. Ou seja, uma prática de dança em que trocamos as tradicionais sapatilhas por aqueles sapatos que deixam as mulheres (e por que não homens?) mais altos. Além disso, as coreografias misturam música pop e eletrônica com hip-hop. Para participar do workshop não precisa, necessariamente, ter experiência com dança, apenas levar o salto, a coragem e, talvez, a cara de pau.

Sabe aquelas coreografias que Beyoncé faz sobre o salto? Isto faz parte do Stiletto. Queria aprender a dançar que nem ela! Em uma aula não dá para aprender dançar igual a Rihanna ou Anitta, mas  dava para sentir uma diva.

Você pode ler também:  Dançando nas Alturas: Da Maestria no Pole ao Encanto do Pêndulo

Como sou uma pessoa que não anda muito de salto alto, eu tive que fazer uma inspeção no armário para saber se ainda tenho este calçado. Tinha as minhas botas com salto (mais confortáveis) ou o meu único salto 15, que dói o meu pé e só uso quando vou para festas formais (casamentos, formaturas…). Então, eu preferi as minhas botinas velhas de guerra. Eu escolhi a minha bota mais alta, porém com cara de cantora de música pop.

Cheguei um pouco atrasada, tive que correr de salto para academia e claro que paguei o primeiro mico do dia. Um amigo meu, andando de bicicleta na rua, viu a cena e soltou uma vaia cearense.

Fotos: Lara Paiva

A sala estava lotada de homens e mulheres que queriam saber um pouco da dança, mas dava para dançar a vontade. Diego estava com uma bota mais alta que a minha e usando uma blusa de telinha, quase um artista pop que iria sair da academia para o Ateliê Bar discotecar ou realizar uma perfomance. Ele resolveu ensinar uma coreografia básica para que as pessoas tenham noção do stiletto. Ele dizia que a coreo era “fácil”. Entre aspas mesmo. Porque não era tão fácil e cansa rápido, só para ter noção de como gasta bastante calorias: rapidamente fiquei suada. Tinha horas que pensava:

“Meu Deus, onde eu amarrei o meu burro ?”.

A aula foi dividida em duas partes, sendo que a primeira tinha muita jogada de cabelo, quadris e cruzadas de pernas. Era um desce, sobe, empina e rebola, sem deixar o forninho cair (Eita, Giovana!). Vendo ele e gente que já tinha experiência do workshop parecia fácil e estavam parecendo divas do pop. Enquanto eu dançando parecia um boneco de posto, estava muito desengonçada e sem contar as inúmeras quedas no meio da aula de dança. Se para equilibrar em um salto alto já é difícil, imagine dançar com ele.

Você pode ler também:  Rozeane Oliveira apresenta “Eufêmea” de graça na Ribeira

Tentava me ver no espelho para saber se conseguia pegar a dança e quando via que estava seguindo bacana os passos, ficava me achando e falando para mim: “Olha, dá para conseguir”.

Após todos pegarem a primeira parte da coreografia, houve uma pausa de cinco a 10 minutos, um dos poucos momentos que podia sentar, beber água e tirar o salto para não machucar os pés.

Workshop de stiletto na escola mais poleamor

A post shared by Lara Paiva (@paiva_lara) on

Hora da segunda parte da dança, na qual Diego falava que era mais fácil que a primeira parte, por ser apenas mais jogada de cabelo e braços do que quadris. Porém, a segunda parte tinha uma espécie de sambadinha, que complicava na coreografia. Mas, consegui pegar a coreografia e não caí (uma vitória !).

Após várias ensaiadas na segunda coreografia, o professor resolveu juntar as duas partes da coreografia. Foi difícil, fiquei tentando memorizar a primeira parte com os novos passos aprendidos. Foi difícil assimilar tudo, voltei a levar quedas e levantei para finalizar os passinhos. Pena que não filmei os meus micos.  No final da aula, terminei dançando a coreografia completa.

Se penso em fazer stiletto no futuro? Penso, principalmente porque gosto de aprender coisas novas, principalmente coreografias difíceis. Valeu a pena assistir a aula e abrir os horizontes para novas atividades.

Tags

Commente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

compartilhe:

Sobre lara

Jornalista e publicitária formada pela UFRN, começou despretensiosamente com um blog para treinar seu lado repórter e virou sua vitrine. Além disso, é mestranda em psicologia na UnP e ainda é doida o suficiente para começar mestrado em Estudo da Mídia na UFRN. Saiba mais sobre esta brechadora.

Desenho: @umsamurai.



Últimas brechadas



Breche aí