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Vamos reproduzir a matéria que fiz em 2018 durante uma visita ao Museu Café FIlho que tinha acabado de sair de uma das reformas. Por isso, os verbos estão de acordo com o tempo verbal da época. Confira, portanto, a seguir:

Quando vamos viajar para algum lugar, sempre queremos:

  • Ir aos museus;
  • Visitar os principais pontos turísticos;
  • Restaurantes;
  • Atividades de lazer; ou
  • Relaxar apenas.

Mas, que tal fazer na própria cidade? Então, o Brechando resolveu visitar dois principais pontos turísticos da cidade e optou por visitar dois museus da cidade, que estão localizados um do lado do outro e no Centro Histórico. Uma forma de passear pela Natal das antigas em pleno 2018.

A nossa primeira parada foi no Museu Café Filho, casarão histórico que estava fechado há anos e voltou as atividades recentemente. O local funciona das 08 às 17 horas, de segunda a sexta-feira.

O local foi reaberto em setembro do ano passado e é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), é parte de uma série de obras visando resgatar instituições e patrimônios que fortalecem a cultura do estado.

A visita

A casa foi construída entre 1816 e 1820 por José Alexandre de Melo e foi a primeira construção assobradada de propriedade particular em Natal. Por isso, ele recebeu o apelido de sobradinho, mas também de Véu de Noiva, pela forma em declive acentuado de seu telhado.

O local recebe o nome de Café Filho por ser a casa de propriedade do político. Embora nunca tenha morado lá, a residência foi o local onde ele montou o Sindicato dos Trabalhadores e da Banda de Música.

“Muita gente se refere o local como a residência oficial de Café Filho, embora o mesmo tenha morado mesmo na Ribeira e morreu no Rio de Janeiro”, disse o artista Francisco Francinildo, colecionador de artes e que atualmente está expondo a sua coleção dentro do museu.

Nascido em Alexandria, onde viveu no sítio Quixababa, até seus 14 anos, o mesmo sempre teve acesso às manifestações cultuais. Na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), ele se formou em psicologia e foi um dos fundadores da galeria Convvi’Art, que fica no Centro de Convivência.

Francisco Francinildo mostrando a sua coleção em exposição montada no Museu Café Filho

 

Sobre Nildo

Ainda contribuiu com a Galeria de Arte do Centro de Turismo e também o museu Casa dos Milagres, também no mesmo local. Francinildo ainda tinha uma loja de artes dentro do centro, que fechou as portas em 2012. “Eu achava que iria vender toda a minha coleção, mas quem gosta de arte não para de conhecer os novos artistas e coletar outros objetos”, alegou o simpático colecionador, que fez questão de mostrar toda a sua coleção e onde conheceu cada artista.

Francinildo há anos visita os artíficies, artesões e artistas do Rio Grande do Norte e também de outros estados brasileiros, sabe a diferença de cada um. Uma aula de arte e a gente via o seu amor pelas coisas do interior, como a fábrica de queijo de coalho, os santos e o equipamento para fazer pamonha. “Isto me faz lembrar os tempos que vivi em um sítio. Sabia que fiquei lá até os 14 anos?”.

Tem trabalhos de Dorian Gray, Etelânio, Fábio Eduardo, Manxa, Jotó, Etewaldo, Chico Daniel, Zé de China e dentre outros artistas potiguares.

A exposição, intitulada de “Privado é Público”, veio ao Museu Café Filho por convite de Isaura Rosado, então diretora da Fundação José Augusto (FJA).

Um pouco mais sobre o museu

Adquirido pelo Governo do Estado em 1960, foi tombado e restaurado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, passando a abrigar o Museu de Arte e História do Rio Grande do Norte, de 1965 a 1978.

O Museu também se tornou plataforma para o lançamento de um movimento poético, em 1960, o Poema Processo, que juntou artistas potiguares e cariocas numa revolução que até hoje gera inovações na arte literária.

Apenas em 1979 se transformou em Museu Café Filho, onde por muito tempo armazenava diversos objetos pessoais do único presidente da República que veio do Rio Grande do Norte e conta a história do político por meio de fotos, objetos e documentos. A história do político também é retratada por meio de uma biblioteca particular vinda do Rio de Janeiro, que fez parte da residência do presidente.

Hoje esses objetos foram retirados para abrigar a exposição “Queremos mostrar os nossos talentos no Rio Grande do Norte, que não são falados frequentemente na mídia e são brilhantes”, do Francisco Francinildo, conhecido pelo nome Nildo.

São mais de mil obras entre quadros, esculturas em madeira e cerâmica, acrílica, porcelanas e utensílios domésticos rurais representativos de mais de 90% dos artistas potiguares.

 

Confira o álbum de fotos