Era para entregar a revista, mas entrei no prédio errado…

Era para entregar a revista, mas entrei no prédio errado…

Compartilhe:

Trabalhar de forma independente é legal, mas também existe a parte do mico. Pelo fato de não ter uma assessoria, você está disposto a pagar certos vexames para conseguir aquela grana extra. O dia 18 de agosto, por exemplo, marcou pelo conjunto de acontecimentos que me fizeram pagar vergonha e todos os meus pecados de uma só vez. Para quem não sabe, eu estou entregando os combos da segunda edição da revista Brechando nº 2, sendo que uma revista específica resolvi entregar pessoalmente.

O comprador, que autorizou anunciar o seu nome, foi Abner Moabe, jornalista, flautista, músico e arroz de festa antes da pandemia. Como ele mora em um bairro super distante, mandei uma mensagem para entregar na parada do Midway Mall, visto que é o lugar mais central que o Centro de Natal. Aí, todavia, ele me deu a seguinte sugestão.

“Mulher, minha namorada mora perto do Midway, vou te passar o endereço. Tu deixas na recepção e simples”.

Introdução

Também achei que a missão seria simples. Pensei: “Vou entregar no horário do almoço, no dia seguinte”. Mas, a minha quarta-feira começou de uma forma bem estranha, pois acordei com despertador e de tanto pedir mais cinco minutinhos, só despertei às 08 horas. Detalhe, meu expediente começa às 09 horas. Fui tomar banho quente, tomei café, vi como estavam os gatos (agora tenho dois) e me arrumei. Percebi que o relógio era 08h30, pensei: “Vou entregar logo a revista do Abner no trabalho da namorada.”.

Para não expor a jovem e o seu respectivo trabalho, vou chamar o prédio de “Jambalaya Ocean Drive”. A minha única missão era entregar a revista neste prédio. Coloquei o podcast para ouvir no carro e saí da minha casa com essa seguinte missão, sendo que tava na cabeça que o prédio ficava na Romualdo Galvão, pois sabia que lá tinha o nome parecido. Por isso, estacionei de uma forma troncha, afinal tava com pressa, sendo que as portas laterais estavam lacradas (literalmente). Fiquei andando em círculos para saber qual era a porta certa, ficava pensando:

Você pode ler também:  Este prédio existe até hoje na Ribeira

“Vou ficar na porta nº 1 ou na nº2? Tomara que eu ganhe um brinde e não tenha monstro ou Sérgio Mallandro gritando.”.

O primeiro mico

Abri a porta e disse: “Quero entregar para Gledes essa revista e a sala fica no 14º andar.”. Logo, o porteiro disse: “Aqui só tem 11 andares e é um homem ou uma mulher?”

Respondo: “Mulher, mas essa não é a Rua X não?”. O porteiro dá uma risada daquelas e diz: “Você está procurando o Jambalaya INTERNACIONAL Ocean Drive, fica perto do Nordestão, você consegue chegar em cinco minutos a pé.”.

O segundo mico

Posteriormente, entro no meu carro e vou até a versão internacional. Cadê para estacionar? Vi uma brechinha e entrei, assim que botei o pé para fora, um porteiro coloca o corpo para fora: “NÃO PODE NÃO, VOCÊ ESTÁ NUMA GARAGEM, SAI DAQUI.”.

Não tinha vaga, então tinha que encarar em pagar cinco reais no estacionamento do Jambalaya Internacional Ocean Drive. Aí eu movida a fazer o errado, vi o outro lado e estacionei embaixo da placa de proibido estacionar. Corri e fiquei ouvindo o mesmo porteiro me xingando. Cheguei no prédio e procurei a recepção. Após apertar o interfone desesperada, porque queria fugir da multa, uma chatonilda disse: “Está vendo que está aberto não?”. Chego com a revista e falo novamente: “Quero entregar para Gledes, da sala 1401, diga que foi Lara quem entregou.”.

Terceiro mico

A moça, sem paciência alguma disse: “Nunca ouvi falar desta mulher, poderia entrar e subir, mas não estou autorizada.”. Estava chateada por chegar atrasada no trampo e dirigi correndo para que o STTU não me pegasse. Aí do nada me peguei pensando se a menina realmente existia, o Abner estava em um webnamoro e não me contou nada ou ela trabalha em outro lugar e tinha vergonha. Fiquei pensando nas mil formas de dizer a Abner o que aconteceu. Mas, quando finalmente mandei a DM, ele deu uma risada, eu também e todos ficamos felizes por ter uma história para contar. Garantiu que a moça existia, ela era real e ficou sem graça com o mico que paguei. E a revista foi entregue? Foi por Sedex, espero que Abner tenha uma boa leitura com a Revista Brechando nº 2, no qual em breve voltarei a vender.

Você pode ler também:  A Samaritana, prédio que fica na Ribeira

Quarto Mico

Algumas horas depois, o Abner me procurou e disse: “Gledes me ligou, comentou que a recepcionista era novata. Mas, uma perguntinha: Como você pronunciou o nome dela?”. Respondo que a chamei ao som de “Glédes”. Ele riu e mandou áudio dizendo que na verdade, portanto, era “Glêdes”. 

Tags

Commente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

compartilhe:

Sobre lara

Jornalista e publicitária formada pela UFRN, começou despretensiosamente com um blog para treinar seu lado repórter e virou sua vitrine. Além disso, é mestranda em psicologia na UnP e ainda é doida o suficiente para começar mestrado em Estudo da Mídia na UFRN. Saiba mais sobre esta brechadora.

Desenho: @umsamurai.



Últimas brechadas



Breche aí

Gata Luzia precisa de ajuda para Adoção

Gata Luzia precisa de sua ajuda agora para arranjar um lar em definitivo para ela e ter uma vida inteira de muito amor e carinho...