Glorinha Oliveira, a rouxinol que voou ao céu

Glorinha Oliveira

Glorinha Oliveira partiu da vida terrena aos 95 anos, embora tenha deixado um importante legado na música potiguar, no qual contaremos nesta postagem. 

Por Lara Paiva

Para alguns, a rainha do rádio era Marlene. Outros apontavam que era Emilinha Borba. Mas, para os potiguares mais antigos, a verdadeira musa era Glorinha Oliveira, que iniciou primeiramente a sua carreira de cantora juntamente com outros cantores consagrados na então Rádio Poti. Um deles, por exemplo, era o carioca Agnaldo Rayol, que passou boa parte da juventude no Rio Grande do Norte. 

Glorinha era uma figura carimbada em eventos relacionados ao rádio e também em eventos de chorinho. Seu prestígio era respeito desde os artistas mais novos quanto os mais velhos. Ainda mais, a imprensa potiguar a definia como rouxinol, comparando com o canto do pássaro. Entretanto, ela deixou a vida terrena nesta semana, após sofrer com uma terrível enfisema pulmonar, no qual ficou um mês internada em um hospital. 

Agora, ela entrou, portanto, para a história dos artistas potiguares, assim como a Núbia Lafayette e Ademilde Fonseca. 

Glorinha Oliveira era cria das Rocas

A cantora nasceu no bairro das Rocas, zona Leste da capital potiguar, berço do samba, da pesca e também pelo constante movimento dos militares da Marinha do Brasil. Ainda mais o seu natalício ocorreu no dia 27 de novembro de 1925. Glorinha realmente era uma filha legítima do bairro, visto que estudou na Escola Estadual Izabel Gondim, a segunda mais antiga do RN, perdendo apenas, todavia, para o Atheneu Norte-rio-grandense. Foi no período escolar, portanto, que se destacou participando das peças de teatro e cantoria. 

Por Natal ainda ser uma cidade muito pequena, aos 10 anos se mudou para o Recife, onde eventualmente terminou os seus estudos e começou a engatinhar a sua carreira de cantora profissional. Além disso, ela cantou em um programa de calouros da Rádio Clube de Pernambuco, sendo eleita em primeiro lugar na categoria de cantora mirim.

Não é a primeira vez que o Diários Associados entra na vida dela, uma vez que ela foi convidada a participar da inauguração da Rádio Poti em Natal, quando ainda era Rádio Educadora de Natal. 

Glorinha Oliveira quando ainda era cantora de rádio

Nos anos 50, ela brilhou bastante na rádio 

Falamos anteriormente que o caminho dela com o Diários Associados cruzou novamente. Além da inauguração da Rádio Poti, ela foi convidada por Assis Chateaubriand de representar o Rio Grande do Norte em todas as rádios do grupo. 

Sem contar que ela era uma figurinha cativa no programa de Genar Wanderley, que era uma espécie de Sílvio Santos do rádio do Rio Grande do Norte, onde o artista que aparecesse lá tinha bastante prestígio. Além disso, nesta época, os programas da Poti eram apresentados em auditórios na emissora. Como resultado, os natalenses disputavam os lugares para ouvir mais de perto o rouxinol cantar. 

Por falar em Genar Wanderley. Foi ele, acima de tudo, quem descobriu o seu talento como atriz. Assim, ela participou de várias rádios novelas, além dos programas de humores e também teve um proóprio programa, sob o título de “A Estrela Canta”. 

Além disso, ela participou do aniversário de um ano da TV Tupi, a primeira emissora de televisão do Brasil, onde o resultado ocasionou em uma reportagem na revista “O Cruzeiro” e ainda mais conquistando a fama nacional. 

Turnê por todo o país e dividiu palco com importantes artistas

Grandes figuras do cenário artístico brasileiro dividiram o palco com Glorinha, destacando nomes como Ademilde Fonseca, Cauby, Ângela Maria, Carlos Galhardo, as Irmãs Baptistas, Moacyr Franco, Leni Andrade, Miltinho, Sílvio Caldas, Orlando Silva, Ataulfo Alves, Lúcio Alves, Dick Farney e tantos outros.

Por isso, ela encantava tantos os jovens como também as pessoas mais maduras. Além disso, adorava falar que tinha um público bastante eclético. 

 

Seu primeiro disco surgiu apenas nos anos 80

Não pense que ela parou no tempo, visto que Glorinha sempre procurava se manter moderna. Um exemplo disso foi a gravação de seu primeiro LP, no ano de 1988, chamado de “Glorinha Oliveira”, no qual finalmente contou com a produção do cantor Fernando Luiz, visto que na década de 80 tava fazendo sucesso com seu hit “Garotinha“.

Você pensa que parou por aí? Quando completou 50 anos em 1993, ela lançou outro disco para celebrar este momento. Só para você ter uma ideia, como resultado, o primeiro disco vendeu oito mil cópias apenas em Natal. 

Ela também gravou discos

A sua produção fonográfica não parou, visto que em 1999 gravou seu primeiro CD chamado “Meu Tempo”, onde nesse intérim viajou ao Rio de Janeiro exclusivamente para esta atividade. 

Nesta produção, ela contou com músicos bastante famosos no meio musical, como Sérgio Cleto (arranjador), o guitarrista argentino Victor Biglione, Mingo, Altamiro Carilho, Milton Guedes e ainda teve a participação de Aécio, o seu filho, que assim como ela, está na carreira musical. 

Dois anos depois, em 2001, gravou o disco “Entre Amigos”, que simultaneamente foi uma forma de homenagear os compositores da terra, além de várias participações de cantores colegas como Liz Nôga, Tarcísio Flor e outros.

A seguir uma música do segundo disco, portanto, para vocês escutarem. Confira:

Em 70 anos de carreira, Glorinha Oliveira lançou

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Nos anos 2010s, a sua carreira não parou e com uma voz intacta, mesmo com a idade avançada. No final do ano de 2017, em parceria com o site Som Sem Plugs, Glorinha lançou um videoclipe, que conta com o patrocínio da Petrobrás. Ela interpretou a canção “Cidade Amor”, que é, portanto, de sua autoria e uma homenagem à cidade do Natal. Confira a seguir:

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