Ará saiu de Natal, descobriu HIV em SP e hoje alerta jovens a partir da arte
São Paulo tem amor e Ará Silva pode responder isso. O jornalista é natural de Natal. Inicialmente, ele entrou na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) pensando em cursar biologia. Depois, mudou para jornalismo. Por lá, brincou de ser repórter, estudou, participou de pesquisa e começou a trabalhar com marketing, tinha ido para SP e voltou para Natal para realizar mestrado. Mas, ele conseguiu uma bolsa. Como resultado, o Ará se mudou novamente para a terra da garoa, mas os planos de ser um profissional do marketing mudaram por algo que eu definiria como uma missão.
Achava que ser homossexual no Nordeste já foi algo difícil. Viver na maior cidade do país também. Mas, um dia passando férias com amigos, ele percebeu estar com gânglios inchados demasiadamente. Podia ser amigdalite? Podia! Nunca imaginou que poderia ser uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) e muito menos que tivesse o HIV. Fazia exames regularmente, mas após o relaxamento de dois anos.
“Fui na UBS (Unidade Básica de Saúde) perto da minha casa, fiz o exame de sangue e a enfermeira foi falar o resultado. Podia ter ficado triste, mas estava tão calma e pedi o que deveria fazer para tratar”, disse o meu colega de profissão, que conheci na UFRN. Foi por causa deste papel que nasceu o Ará. Sabe aquele brinquedo do Power Rangers que apertando o botão a cabeça com o mocinho mudava para a cabeça de um Ranger? Foi assim que pensei que imaginei a transformação do entrevistado enquanto conversava.
No ano passado, o Ará Silva participou de uma série chamada “Deu Positivo”, no qual ele está no segundo episódio e conta toda a sua trajetória. Para assistir é clicar neste link aqui.
No Brasil, 694 mil pessoas estão em tratamento contra o HIV. Apenas neste ano, 45 mil novos pacientes iniciaram a chamada terapia antirretroviral. De acordo com o Ministério da Saúde, os números representam cobertura de 81% das pessoas diagnosticadas com HIV no país. Do total de pacientes em tratamento, 95% já não transmitem o vírus por via sexual por terem atingido carga viral suprimida. Os números foram divulgados pela pasta nesta quarta-feira (1º), Dia Mundial de Luta contra a Aids.
Dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, divulgados pelo Boletim Epidemiológico de HIV/Aids de 2021, mostram que, no ano passado, foram notificados 29.917 casos de aids no Brasil contra 37.731 em 2019 – uma queda de 20,7%.
Ará falava desta jornada, difícil para muita gente, em luta e sempre com um sorriso no rosto. Lembra até a data da sua descoberta, 2 de fevereiro de 2018, dia de Nossa Senhora dos Navegantes, de Yemanjá, que protege as águas e os rios. Tanto que ele tatuou a orixá bem gigante no seu antebraço para lembrar deste momento que virou um ativista. Além disso, ele viu que quase 40 anos, ter um vírus que destrói a sua imunidade, caso não tenha tratamento, ainda é visto como tabu.
“Ainda existe um imaginário social sobre a Aids que ainda é muito doentio, verdade. Nas oficinas que faço em São Paulo, sempre pergunto o que eles pensam sobre a doença? A maioria das pessoas pensa que é a morte ou um câncer, inclusive lembram de Cazuza, principalmente aquela capa horrível da revista Veja”, lamentou e recomenda quem tem uma vida agitada sexualmente ou usa drogas (viciado ou recreativamente), independente ser LGBT ou não fazer os exames.
O seu objetivo de vida era, portanto, mostrar não ser mais hipócrita e mostrar que a doença é real e qualquer um pode pegar. “Neste tempo conheci várias pessoas que tem, inclusive pessoas que nasceram com a doença e vivem naturalmente, inclusive conseguiram ter filhos”, enfatizou o tempo todo durante a entrevista que com o tratamento correto as pessoas podem ter o vírus incubado do nível que não consiga transmitir para outras. Assim, você pode ter relações sexuais sem preservativo e ser totalmente saudável.
Quando falo que a AIDS/HIV virou a sua luta, ele deixou o jornalismo de lado e resolveu ser artista e ativista, onde ele fornecerá a informação ao público LGBTQIA+ e também as classes marginalizadas, onde tem pouca informação sobre o uso do preservativo e de como se cuidar.
Apesar do Sistema Único de Saúde (SUS) fornecer o medicamento gratuitamente, foi conversando com essas pessoas que viu que como as políticas públicas ainda são poucas, visto que famílias não conversavam sobre sexo, muitas meninas desde jovens já eram vítimas de abusos, as escolas contavam superficialmente… E, por fim, as pessoas ainda pensavam que não existia mais vida após a contaminação.
“As pessoas não falam que quando o portador de HIV está com AIDS quer dizer que ele tem uma quantidade de vírus muito grande podendo gerar a síndrome e consequentemente ter outras doenças devido à falta de imunidade. Mas, a medicina moderna, permite a diminuição desses vírus, mesmo que ainda não tenha a cura. Por isso, a medicina fala portador de HIV e não com AIDS, pois ela é um momento.”. Este site explica melhor o que Ará quis dizer na frase.
“Eu peguei todas as informações todos os encaminhamentos todos os papeis e segui minha vida. Mas claro que lembrei de coisas que eu via na infância, né? De que a gay morre de AIDS, né? Isso eu ouvia quando eu era criança. Né? Exatamente. E aí parece que você está assinando um atestado de morte assim. Era dia de Iemanjá, longe da minha cidade e não tinha o mar para abraçar. Mas, ela estava ali me protegendo.”.
Ará sabia que não tinha obrigação de contar a sua nova realidade para as pessoas. Mesmo assim, ele estava pronto para enfrentar o preconceito. Explicou-me com um sorriso no rosto que aquilo era uma nova saída do armário, em que para quebrá-lo foi bem mais complicado. Com medo ou não, ele resolveu encarar a ideia de contar aos pais.
“Contei ao meu pai somente depois que estava em tratamento, o vírus indetectável e criado o coletivo de artistas. Ele me deu um abraço e disse que ficou feliz pelo fato de confiar nele para desabafar. O amparo dos meus pais foi maravilho, me quebrei por inteira e acreditava que seria um caos”, comemorou.
Ará Araújo sabe do caos e já viu várias vezes pessoas se afastarem por conta do HIV, acreditando que uma simples cutucada está assim. “Tenho amigos aqui que já relataram que que vivem com HIV e a recepção dos pais e amigos foram totalmente contrárias”, disse.
Sem contar que já sofreu preconceitos de ficantes, inclusive levando fora após uma relação sexual. “Lara, você sabia que um portador de HIV tem o direito de preservar a sua identidade? Se eu estou em tratamento, não tenho a obrigação de falar que sou infectado, o que faço e quem me ‘dedurar’ pode até ser preso. As pessoas não podem falar como devo curtir a vida, mas tenho a obrigação de me cuidar e curtir a vida. Sei que este vírus tem o fim, que será quando morrer. Então, eu tenho que aproveitar o máximo”, enfatizou.
Sobre a lei, ele está referindo a Lei nº 14.289, que obriga o sigilo sobre a condição de pessoas infectadas pelo vírus HIV e hepatites crônicas. A medida também abrange pessoas com hanseníase ou tuberculose. O sigilo é obrigatório no âmbito dos serviços de saúde, estabelecimentos de ensino, locais de trabalho, administração pública, segurança pública, processos judiciais e mídias escrita e audiovisual., que você pode saber mais detalhes aqui.
Ará com um amigo de Natal e São Paulo no ano de 2019 resolveu criar um coletivo para criar oficinas e apresentações teatrais para mostrar que as pessoas com HIV podem ter prazer na vida, realizar um sexo gostoso e ter o direito ao SUS de ter um tratamento digno.
Segundo o artista, surgiu a partir de um desejo de mostrar o que era o HIV a partir de exemplos. Até fez uma analogia para explicar a sua análise de como as pessoas supõem que tem o vírus. “Um dos nossos trabalhos era ‘Pode entrar o cachorro está preso’, porque parecíamos aquelas donas de casa que tinha cachorro e quando tinha visita prendia o cachorro, pois o visitante ficava com medo. E é assim na realidade. Aonde eu vou, sempre tem alguém com medo de dialogar ou se relacionar julgando que pegará a qualquer momento (o vírus).”.
A peça e oficinas acontecem em vários lugares de SP, mas o seu foco é a região periférica, em que ele viu serem os lugares com mais infecções dos mais variados tipos e sem contar que percebeu a doença é mais que uma questão social do que de saúde.
“Assim como a AIDS, quando foi descoberta, a Covid ela nos revela serem as pessoas LGBTs, pretas, indígenas e outras minorias que mais sofrem. Toda a pandemia mostra que essas pessoas são as mais atingidas pelos mais diversos fatores, falta de informação, acesso ao básico de saúde (como medicamentos e vacina) e ações artísticas e culturais para explicar”, finalizou.
- 1 - O luto em luta real e oficial
- 2- Uma nova saída de armário
- 3- Seu coletivo artístico
Ará falava desta jornada, difícil para muita gente, em luta e sempre com um sorriso no rosto. Lembra até a data da sua descoberta, 2 de fevereiro de 2018, dia de Nossa Senhora dos Navegantes, de Yemanjá, que protege as águas e os rios. Tanto que ele tatuou a orixá bem gigante no seu antebraço para lembrar deste momento que virou um ativista. Além disso, ele viu que quase 40 anos, ter um vírus que destrói a sua imunidade, caso não tenha tratamento, ainda é visto como tabu.
“Ainda existe um imaginário social sobre a Aids que ainda é muito doentio, verdade. Nas oficinas que faço em São Paulo, sempre pergunto o que eles pensam sobre a doença? A maioria das pessoas pensa que é a morte ou um câncer, inclusive lembram de Cazuza, principalmente aquela capa horrível da revista Veja”, lamentou e recomenda quem tem uma vida agitada sexualmente ou usa drogas (viciado ou recreativamente), independente ser LGBT ou não fazer os exames.
O seu objetivo de vida era, portanto, mostrar não ser mais hipócrita e mostrar que a doença é real e qualquer um pode pegar. “Neste tempo conheci várias pessoas que tem, inclusive pessoas que nasceram com a doença e vivem naturalmente, inclusive conseguiram ter filhos”, enfatizou o tempo todo durante a entrevista que com o tratamento correto as pessoas podem ter o vírus incubado do nível que não consiga transmitir para outras. Assim, você pode ter relações sexuais sem preservativo e ser totalmente saudável.
Quando falo que a AIDS/HIV virou a sua luta, ele deixou o jornalismo de lado e resolveu ser artista e ativista, onde ele fornecerá a informação ao público LGBTQIA+ e também as classes marginalizadas, onde tem pouca informação sobre o uso do preservativo e de como se cuidar.
Apesar do Sistema Único de Saúde (SUS) fornecer o medicamento gratuitamente, foi conversando com essas pessoas que viu que como as políticas públicas ainda são poucas, visto que famílias não conversavam sobre sexo, muitas meninas desde jovens já eram vítimas de abusos, as escolas contavam superficialmente… E, por fim, as pessoas ainda pensavam que não existia mais vida após a contaminação.
“As pessoas não falam que quando o portador de HIV está com AIDS quer dizer que ele tem uma quantidade de vírus muito grande podendo gerar a síndrome e consequentemente ter outras doenças devido à falta de imunidade. Mas, a medicina moderna, permite a diminuição desses vírus, mesmo que ainda não tenha a cura. Por isso, a medicina fala portador de HIV e não com AIDS, pois ela é um momento.”. Este site explica melhor o que Ará quis dizer na frase.
“Eu peguei todas as informações todos os encaminhamentos todos os papeis e segui minha vida. Mas claro que lembrei de coisas que eu via na infância, né? De que a gay morre de AIDS, né? Isso eu ouvia quando eu era criança. Né? Exatamente. E aí parece que você está assinando um atestado de morte assim. Era dia de Iemanjá, longe da minha cidade e não tinha o mar para abraçar. Mas, ela estava ali me protegendo.”.
Ará sabia que não tinha obrigação de contar a sua nova realidade para as pessoas. Mesmo assim, ele estava pronto para enfrentar o preconceito. Explicou-me com um sorriso no rosto que aquilo era uma nova saída do armário, em que para quebrá-lo foi bem mais complicado. Com medo ou não, ele resolveu encarar a ideia de contar aos pais.
“Contei ao meu pai somente depois que estava em tratamento, o vírus indetectável e criado o coletivo de artistas. Ele me deu um abraço e disse que ficou feliz pelo fato de confiar nele para desabafar. O amparo dos meus pais foi maravilho, me quebrei por inteira e acreditava que seria um caos”, comemorou.
Ará Araújo sabe do caos e já viu várias vezes pessoas se afastarem por conta do HIV, acreditando que uma simples cutucada está assim. “Tenho amigos aqui que já relataram que que vivem com HIV e a recepção dos pais e amigos foram totalmente contrárias”, disse.
Sem contar que já sofreu preconceitos de ficantes, inclusive levando fora após uma relação sexual. “Lara, você sabia que um portador de HIV tem o direito de preservar a sua identidade? Se eu estou em tratamento, não tenho a obrigação de falar que sou infectado, o que faço e quem me ‘dedurar’ pode até ser preso. As pessoas não podem falar como devo curtir a vida, mas tenho a obrigação de me cuidar e curtir a vida. Sei que este vírus tem o fim, que será quando morrer. Então, eu tenho que aproveitar o máximo”, enfatizou.
Sobre a lei, ele está referindo a Lei nº 14.289, que obriga o sigilo sobre a condição de pessoas infectadas pelo vírus HIV e hepatites crônicas. A medida também abrange pessoas com hanseníase ou tuberculose. O sigilo é obrigatório no âmbito dos serviços de saúde, estabelecimentos de ensino, locais de trabalho, administração pública, segurança pública, processos judiciais e mídias escrita e audiovisual., que você pode saber mais detalhes aqui.
Ará com um amigo de Natal e São Paulo no ano de 2019 resolveu criar um coletivo para criar oficinas e apresentações teatrais para mostrar que as pessoas com HIV podem ter prazer na vida, realizar um sexo gostoso e ter o direito ao SUS de ter um tratamento digno.
Segundo o artista, surgiu a partir de um desejo de mostrar o que era o HIV a partir de exemplos. Até fez uma analogia para explicar a sua análise de como as pessoas supõem que tem o vírus. “Um dos nossos trabalhos era ‘Pode entrar o cachorro está preso’, porque parecíamos aquelas donas de casa que tinha cachorro e quando tinha visita prendia o cachorro, pois o visitante ficava com medo. E é assim na realidade. Aonde eu vou, sempre tem alguém com medo de dialogar ou se relacionar julgando que pegará a qualquer momento (o vírus).”.
A peça e oficinas acontecem em vários lugares de SP, mas o seu foco é a região periférica, em que ele viu serem os lugares com mais infecções dos mais variados tipos e sem contar que percebeu a doença é mais que uma questão social do que de saúde.
“Assim como a AIDS, quando foi descoberta, a Covid ela nos revela serem as pessoas LGBTs, pretas, indígenas e outras minorias que mais sofrem. Toda a pandemia mostra que essas pessoas são as mais atingidas pelos mais diversos fatores, falta de informação, acesso ao básico de saúde (como medicamentos e vacina) e ações artísticas e culturais para explicar”, finalizou.
O que acontece se descumprir a Lei
O descumprimento da lei sujeita o agente público ou privado infrator às sanções previstas no artigo 52 da Lei nº 13.709/2018, a chamada Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), bem como às demais sanções administrativas, e obriga-o a indenizar a vítima por danos materiais e morais.
As penas previstas na LGPD, assim como as indenizações, serão aplicadas em dobro quando a divulgação da informação sobre a condição da pessoa for praticada por agentes que, por força da sua profissão ou cargo, estão obrigados à preservação do sigilo ou quando ficar caracterizada como intencional e com o intuito de causar dano ou ofensa.
Entre as punições previstas na LGPD estão: multas de até 2% do faturamento da empresa no Brasil em seu último exercício, limitada a R$ 50 milhões, multas diárias, bloqueio de dados pessoais a que se refere a infração e eliminação dos dados pessoais.
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O objetivo de viajar à São Paulo era procurar coisas curiosas. Entre o intervalo de uma aula e home office, tinha feito uma promessa à mim mesma de que iria visitar um ponto turístico por dia. Mas no dia que visitei o primeiro shopping do Brasil, eu enfiei o pé na jaca das visitações.
Após ter saído do Museu da Imagem e do Som (MIS), que mencionei no guia em SP para viajar sozinha, na volta resolvi dar uma parada ao almoço e vi um local para bisbilhotar. Era um prédio bem Megazord. Sim, sabe aquela junção de robôs que se transformam em um, das séries japonesas? Era assim que interpretei visualmente. Estou falando do Conjunto Nacional.
Meio galeria, meio prédio e ainda é fácil de se perder
Andando pela Avenida Paulista a gente não tem noção de como aquele espaço tem um contexto histórico. Achamos que é uma simples galeria das 18080156165165 existentes na via. E mesmo o espaço seja relativamente pequeno, na parte das lojas, o espaço é enorme e pesquisando na internet (normal a gente fazer isso em pontos turísticos de qualquer lugar, principalmente se é viciado em celular) enquanto almoçava descobri a importância histórica. Vamos contar a sua história a seguir.
Década de 50, surgimento de grandes lojas em SP
O conjunto começou a ser construído em 1952, após a decisão do empresário judeu argentino José Tjurs de edificar uma grande construção na Avenida Paulista. O objetivo era reunir a ideia de um prédio residencial que tivesse lojas ao mesmo tempo. Ou seja, era para o uso residencial, comercial, serviços e lazer. O prédio é rebuscado desde a entrada até a parte interna, cujo piso é todo decorado com mármore europeu.
De acordo com a descrição do site, eles se definem como um grande condomínio. A relação entre os usos coletivos e privados dá-se pela composição entre duas lâminas: na lâmina horizontal, que ocupa toda a quadra na qual se implanta o edifício, encontra-se uma galeria comercial e, na lâmina vertical, a qual ocupa apenas uma parte da projeção do terreno, encontram-se os apartamentos. As galerias convergem para uma área central, onde uma rampa conduz ao mezanino.
A lâmina superior conta com 25 pavimentos, que dispõem de três entradas independentes. O mezanino traz o melhor da arquitetura modernista, cujo prédio foi projetado por David Libeskind, mas no momento que visitamos a área estava fechada e várias placas de aluga-se, principalmente o tradicional restaurante Tenda Árabe.
O Conjunto Nacional, teoricamente, apresenta restaurantes, escritórios e outros tipos de estabelecimentos de comércio e prestação de serviços (como drogarias, casa de câmbio, academia e lojas), além da maior livraria da América Latina: a Cultura, que vamos falar da nossa visita por lá.
Para entrar nas salas comerciais tem que entrar nos pavimentos Horsa I e Horsa II, que entra e sai gente nos inúmeros elevadores. O prédio é considerado o primeiro shopping da América Latina, no qual contou com a presença de Juscelino Kubtschek, que na época era o presidente da República. Agora, vamos contar da Livraria Cultura.
A Livraria Cultura de SP
Para quem gosta de livros e visita a livraria como se visitasse um supermercado, eu penso logo rapidamente na Livraria Cultura. A primeira vez que fui nela foi em Recife, da unidade que tinha do Paço da Alfândega. O espaço era enorme e tinha vários títulos, dos mais variados tipos e os CDs dos artistas que gostava, mas não vendia em Natal.
O tempo foi passando e em 2015 fui ao Rio de Janeiro. Tinha acabado de me formar e fui assistir o show do Metallica. Claro que tive tempo de turistar e andando pela Cinelândia, eu descobri que eles transformaram um museu abandonado em uma loja, no qual relatei com todos detalhes.
Soube recentemente, que três anos depois da minha visita, eles fecharam o espaço e o antigo Cine Vitória está novamente abandonado.
Mas, eu ainda tive tempo de conhecer a maior loja deles: que fica no Conjunto Nacional e é a mais antiga, está lá desde 1969. O local ocupa quase toda a galeria do condomínio, onde são quase três andares divididos em teatro, sala para estudo e, claro, muitos livros, inclusive escrito em francês, espanhol e inglês, algo raro para quem pratica mais de um idioma.
Além disso, a parte de fora tinha um sebo com muitas obras de língua inglesa com um preço mais em conta.
O local pode ser um perfeito para um espaço coworking. Fiquei a tarde inteira trabalhando, enquanto paquerava os inúmeros livros que estavam no local. O térreo não é plano, então ele é uma grande rampa como se fosse uma pista de skate sendo para pedestre. Ficava me divertindo, caminhando de um lado e do outro.
No meio desta rampa tinha uma arquibancada com cadeira para poder se sentar enquanto espera alguém ou ler. Percebi que era o ponto de encontro dos jovens e também de parceiros para fechar os negócios, dá uma esperança da livraria ser um espaço social.
Por falar em esperança, a equipe está tentando atender o melhor possível, embora a empresa esteja numa das piores crises e fechando os espaços que eram tradicionais. A livraria da Paulista, por exemplo, é a única que ainda é “na rua” e o restante está em modernos shoppings.
De perto parece normal, que o processo de recuperação judicial veio a calhar, mas andando pela calçada você ver sujeira nos vidros, displays tampando os espaços que eram cheios de estantes e nada se compara a beleza da Cultura.
Esperamos que dias melhores virão em nome da boa prática de se ler os livros e ter uma opção tradicional de comprá-los além da internet.
O cinema ainda existe
No subsolo do Conjunto Nacional, além de ter um restaurante de comida mineira, o espaço recebe uma sala de cinema, o Marquise, que traz filmes cults e é ideal para quem quer ir ao cinema após um longo dia de trabalho. No dia que fui tinha acabado de estrear o mais novo filme de Pedro Álmodovar e normal ter programação especial de filmes.
Apesar de ser o primeiro shopping, tem poucos atrativos, apesar de reconhecer a cultura do local.
A noite ele mede a hora e temperatura de SP
Lembra do relógio da imagem mais acima do post? Ele é tipo o relógio da Praça Gentil Ferreira, no Alecrim, sendo que versão paulistana. Ele marca a hora e a temperatura da cidade de São Paulo e é visível a partir de vários pontos da cidade, num raio de aproximadamente cinco quilômetros de distância. A Willys Overland do Brasil usou como estratégia publicitária em 1962, um luminoso de cor verde com o nome Willys, no alto do Conjunto Nacional. Em 1967, a Ford do Brasil compra a Willys Overland. Em 1970, foi, então, colocado um painel com o nome Ford, e marcando as horas, que era visto em vários pontos da cidade.
Desde o ano de 1975, o Banco Itaú comprou o espaço publicitário, e mais uma vez o nome foi trocado, para Itaú. Em 1992, o relógio, que podia ser visto a mais de cinco quilômetros, foi reformado, passando a ser controlado por computador, regulando a hora e mostrando a temperatura. Tem três faces e pesa 230 toneladas.
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A Galeria do Rock, quando mais nova, era um lugar que queria ir bastante por ter discos, camisetas e outros acessórios de rock de forma mais fácil. Diferentemente de Natal que tinha que ir ao Alecrim uma vez na vida ou encontrar um estande do rock no Saga ou Yujô da vida. Sem contar que não era nascida quando veio a Whiplash.
Mas, era assim que curtia rock em Natal, onde os amigos que iam para Galeria do Rock em viagem à SP compravam as coisas para gente. Eram meses de mesada para isso. A gente achava que era a Disney do roqueiro.
Escuto rock desde os meus 12 anos e somente aos 28 anos que finalmente pude ir ao loca. Desta vez não fui sozinha, estava acompanhada de Jana Maia, jornalista e também do signo Áries. O que tínhamos em comum? A curiosidade.
Jana escreve para o Típico Local, site parceiro do Brechando. Não sei quais as observações que ela poderia colocar no site. Mas, a gente encheu o peito e disse: que decepção.
A minha vinda para São Paulo foi anunciada por antecipação para Jana. Pensamos em inúmeras coisas e vimos que tinha que observar o ponto turístico mais sonhado dos natalenses roqueiros, dar um rolê na República e ir a Galeria do Rock. Nos encontramos no SESC 24 de março. Jana estava acompanhada do conje Felipe, que teve que escutar nossas reclamações.
As nossas reclamações não eram em vão, pois a gente viu um prédio dos anos 60 bonitão entrando em ruínas, com um monte de loja com placa de aluga-se. De vez em quando via aquele tiozão estereotipado das páginas de esquerda andando nos corredores ou adolescentes procurando um acessório de anime para comprar.
A gente foi rodando de baixo para cima para ver como era o clima. Inicialmente erramos a galeria, porque do lado tinha uma parecida e com uma estrutura semelhante, mas Felipe rapidamente nos corrigiu e rindo dos murmúrios de arianas.
Ao entrar, eu fui no meu principal objetivo: comprar um LP de metal que raramente seria vendido em Natal. Durante toda a viagem, como falei, procurei lugares diferentes da cidade onde moro.
Impulsiva que sou, eu vi um LP de Melissa do Mercyful Fate. Apesar da cara de unicórnio, sempre que gostei de metal extremo e adoro as histórias de terror que King Diamond contava. Melissa é um dos meus discos favoritos e ter em LP seria. Aí já me empolgo e pergunto: “Moço, quanto custa Melissa?”.
Fiquei imensamente feliz por não perguntarem se era para meu namorado e o rapaz sorridente falou o preço, além de ter me dado uma pechincha. Percebeu meu sotaque e viu que não era de lá. “O que você está fazendo aqui? A sua cidade tem praias bonitas. Tome o LP, tenho certeza que vai curtir lá”, disse o homem feliz conversando com um tiozinho de boné com uma voz familiar, mas bem discreto e tímido.
Era o Regis Tadeu, o youtuber
Não. Não era parente, mas estavam discutindo LP e falando de suas coleções. Somente quando cheguei no hotel me toquei que era Regis Tadeu. Aquele homem do vídeo tretando com os fãs de Manowar. Ele parecia um tiozinho que iria no boteco comprar um litrão.
Feliz com LP na sacola, eu e Jana continuamos a nossa saga observadora. “Está vazio! Será que fomos bem perto de fechar?”. Aí o Felipe nos respondeu que era o horário que vinha mais gente, por conta dos bares por perto.
A Galeria do Rock fica próximo de bares boêmios, da Praça da República, do Copan e do Viaduto do Chá. Então, opção de gela não iria faltar. Mas, tinha um grupo de roqueiros em torno dos 30 anos que estavam bebendo sua gela, como se fosse a galera em frente ao Game Station do Midway.
Então arriscamos de subir de andar em andar para ver se tinha lojas interessantes. A arquitetura do local era muito bonita, mas víamos que precisava de reforma. “Meu Deus, a varanda não bate no meio da barriga. Medo da bixiga”, dizia ao tentar tirar foto da calçada o loca que ficava na icônica Avenida São João.
No meio do caminho definimos a galeria utilizando Natal obviamente como metáfora: o Shopping 10 com acessórios de roqueiro e otakus. Porque o Shopping 10 é uma galeria que fica no Alecrim e tem uma estrutura arquitetônica parecida, próxima de bares e numa rua movimentada da cidade.
Não podemos reclamar que o espaço era ventilado e a gente subia os andares para saber o que poderia nos reservar. As escadas rolantes só tinham direção de subida, para descer eram as escadas laterais. As lojas mais frequentadas eram de discos, alternados entre novos e usados.
“Meu Deus, tem o Clube da Esquina 1. Estou até com medo de perguntar o preço, aposto que é o meu rim”, brincou Jana. De vez em quando ouvíamos os barulhinhos de motor de tatuagem e ficávamos pensando qual seria o próximo desenho.
“Esse barulhinho que gosto muito. Saudades de tatuar”, dizia minha pessoa. Ficamos impressionada como o preço das joias do piercing eram caras, mas cada uma mais linda que a outra.
Por que tá tudo fechado?
O último andar foi o mais triste porque não tinha nenhuma loja aberta, parecia que o povo tinha desistido de ser roqueiro. Descemos questionando isso:
Seria os bolsominions estragando o rock? A crise econômica realmente ferrou? A pandemia deu o catalisador?
Pode ser tudo isso ou nada. Concluímos, portanto, que um ponto turístico em uma cidade grande pode apresentar o seu próprio descaso.
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Guia para quem vai para SP pela primeira vez
Criolo deveria está muito puto quando escreveu a “Não existe amor em SP”. Todas as minhas impressões da cidade eram baseadas na música que falam das cores, dos prédios e a desigualdade gritam esporadicamente. Não é por menos, eu percebi a grandiosidade da cidade apenas descendo do Aeroporto de Congonhas quando vi aquela verde do alto saindo e vendo prédios, asfalto, transporte e tudo que via em filmes sobre cidade grande. Grande seria eufemismo, ela é gigante. Não é por menos, ela tem 11 milhões de habitantes. Pesquisei no Wikipédia que ela é maior que a cidade de Los Angeles. Ficava pensando: “Como é que uns jornalistas animais gritam na CBN que isso é melhor que os EUA?”.
Eu tinha 14 anos quando ganhei de presente de 15 anos uma viagem para conhecer os parques da Flórida, a cidade era realmente enorme. As rodovias gigantes e todas decoradas, os carros pareciam Hot Wheels em tamanho real. Mas, eu não achei a menor graça quando finalmente cheguei na cidade. Era normal, só tinha lojas de grifes e tinha as mesmas características de Recife, que na minha época era a maior referência de cidade grande.
Quase 15 anos depois, eu tinha visitado mais outras capitais gigantes do país. Fui ao Rio de Janeiro, Salvador, Fortaleza e finalmente cheguei à São Paulo. Inicialmente para fazer um curso de Marketing Digital Avançado da ESPM, mas seria difícil conciliar o hotel office, turistar e estudar as novas técnicas de divulgação de produtos.
Mas, eu consegui!
E o melhor…Consegui viajar sozinha. Ser mulher em um país extremamente machista e conseguir conhecer lugares incríveis numa cidade totalmente desconhecida é possível. Foi a minha primeira viagem que fiz sem algum amigo, namorado ou parente por perto.
Mulherdada, se vai viajar sozinha, leia este post até o final. E veja minhas dicas, clicando em aba por aba para ficar mais organizado!
Se você está com pouca grana ou está com dinheiro bem contadinho, invista no transporte público. O metrô de São Paulo funciona perfeitamente, são 104 quilômetros de extensão divididos em cinco linhas. Procure hospedagens que ficam próximas da estação, pois 90% dos lugares de SP usam estes locais como ponto de referência. Ou seja, a cidade é toda movida nos trilhos e sem contar que é uma forma de entender um pouquinho a rotina do paulistano e por R$ 4,40 (aceita em pagamento em dinheiro e PIX através do Whatsapp da companhia que gerencia o transporte, no qual dão os QR Code por mensagem e não precisa levar um monte de papel).
Para você ter uma ideia que o metrô é tão importante, o Museu da Língua Portuguesa fica dentro da Estação da Luz e só chegar e pronto. Mata dois pontos turísticos em um. Isso que é praticidade do metrô.
Outro exemplo, parando na República, por exemplo, você rapidamente vai conhecer importantes pontos boêmios de SP, como o SESC da 24 de março, a Galeria do Rock, o Copan, Viaduto do Chá, Largo do Paiçandu (foto acima), Teatro Municipal e os bares da região.
Ao todo, são cinco linhas: Azul (a maior quantidade de estações), Verde (maior em extensão), Vermelha, Amarela e Lilás. O detalhe que todas elas se conectam entre si. Por sinal, guarde o mapa no seu celular, você vai precisar. Aqui está o mapinha, que inclui os trens da região:
Ei, sabe aquele estereótipo que São Paulo é só prédio e não tem um pingo de verde? Esquece este conceito! Por incrível que pareça, São Paulo é incrivelmente arborizada, principalmente nos bairros que tem uma circulação bacana de gente. Assim, a cidade fica fresquinha e não morremos de calor com o excesso de andança. Além disso, existem vários parques para visitar.
Um local que me surpreendeu positivamente foi o Parque Ibirapuera, que é um espaço enorme de área verde, que une a prática esportiva, museus e atividades de lazer. O mais legal que funciona tanto durante o dia quanto a noite. Ele é ótimo para jogar futebol, praticar frescobol, tomar banho de sol e, inclusive, fazer aquele almoço gostosinho. Ele é o parque mais visitado da América Latina.
Há também aparelhos de ginástica, quadras, playground, quiosques (inclusive para pedir comida do Ifood), ciclovia, maquininha de Red Bull (igual para tirar lata de Coca-Cola, sendo mais chique) e planetário. Você vai ficar doido lá dentro, que vai ficar querendo dormir por lá de tanta opção!
Olha as minhas brechadas no Ibirapuera para você ver que não estou maluca na minha tese.
A avenida Paulista é a principal via da cidade e que aparece na mídia o tempo todo. A gente poderia falar sobre os prédios dos importantes bancos, das principais empresas, a sede da Cásper Líbero (coincidentemente da TV Gazeta), do MASP (Museu de Arte de São Paulo) e entre outras coisas.
A Paulista é muito mais do que isso. É o novo e velho se encontrando. São paulistanos de nascença com os imigrantes juntos e conversando sobre amenidades. É poesia estampada na calçada. Pessoas almoçando no Burger King contando as horas para bater o ponto novamente.
É comprar aquela roupa na loja de Departamento, ir ao shopping para comprar o livro. Visitar aquele Mc Donald’s novo, que restauraram um casarão abandonado e deixaram quase uma atração da Disney. Além disso, eles vendem um sorvete com coca muito bom.
Paulista é a cidade por si só, para quem quer viajar a trabalho e está sem tempo de fazer grandes passeios. As fotos já falam por si só.
Quando a gente pensa no Beco do Batman rapidamente vem na nossa mente: graffiti. E de fato quando fui a primeira vez, só pensava em tirar fotos rapidamente e ir embora. Mas, garota, calma! Ele não é apenas um museu ao céu aberto, o pessoal realmente fez o local como complexo cultural.
Para chegar lá, eu peguei metrô, parei na estação de Vila Madalena e com o Uber cheguei em direção ao local. De longe já dá para ver as cores e os motoristas dão dicas dos melhores restaurantes para almoçar. As cores em direção ao beco já dão os primeiros sinais que estamos chegando no local.
A rua já está fechada para que pedestres possam andar em quase um quilômetro de graffitis vindos de artistas de SP e de vários países. Foi por causa dele que surgiu as pinturas do Beco da Lama, em Natal-RN. Além disso, o local é cheio de restaurantes com bons drinks, PFs ou pratos bem elaborados para sair com a família e os amigos.
O trecho recebeu esse nome devido a um grafite do personagem homônimo da DC Comics há muitos anos, e acabou por se tornar um ponto de turismo devido a dezenas de grafites pintados em seus muros; atualmente conta até mesmo com visitas monitoradas realizadas na área. Pode ir ao universo de toda a cultura pop ali, vão algumas fotos para mostrar a beleza daquele lugar.
Andando pela região central existe a Liberdade e tem a praça de mesmo nome. Fui no local nos sábados e mal sabia que teria a presença de uma feira que traz não só os melhores artigos asiáticos, mas também produtos artesanais do Brasil e de outros países da América do Sul. Além disso, lá tem barraquinhas trazendo o melhor das comidas japonesas fugindo daquele tradicional sushi. Em volta da praça também tem os prédios e restaurantes alinhados com a temática da cultura, com livrarias vendendo mangá em japonês, cafés com doces customizados com personagens de anime e também uma rua com várias lojas importadas, inclusive mercadinhos com os produtos vindos do Japão, Coreia e China, para os curiosos levarem para os outros estados do Nordeste.
Foi um dia quente, divertido e com muitas fotos. Lá peguei alguns produtos, chocolates, refrigerantes e um guarda-chuva com o personagem Totoro, do Studio Ghibli.
Uma experiência diferente em São Paulo foi assistir um concerto de música clássica. Mas, era um concerto que tocava clássicos do rock and roll. E, o melhor, a luz de vela. Claro que precisava ir!
O nome do show se chama Candlelight. Elas acontecem no tradicional Theatro São Pedro, construído no século XX, para receber concertos e óperas.
A banda que se apresentou era o Sexteto de Cordas do Monte Cristo Coral e Orquestra, que eles tocaram os sucessos de Beatles e Rolling Stones. O show é contagiante e superou bastante as minhas expectativas.
Quando falavam da Rua Augusta, as frases que mais ouvia:
“Essa rua é a sua cara, imagina a Ribeira 300x o tamanho”
Meu pai, quando viajava a trabalho dizia: “Tem um monte de roqueiro igual a você”.
E, quando falei que iria estudar uma semana em São Paulo. As pessoas sempre pediam que eu fizesse um rápido guia sobre a via. E, realmente, ela é a minha cara. Sim, ela é uma Ribeira 300x maior, principalmente porque as ruas paralelas também tem o mesmo espírito de bares, boates, cinemas e teatros voltados para o público alternativo.
Tem muita coisa para se fazer na Augusta. Se você não quer festa, tem cinema com filmes que você não veria nas grandes redes do shopping, shows de bandas locais e famosas, restaurantes, bistrôs ou seja, o mundo inteiro está lá. E quanto mais avança os horários, mais gente.
A única coisa que lamento porque estava muito cansada para ter uma noite inteira de diversão. E, me levaram para comer num restaurante chamado “Pedaço da Pizza”, que dão uma fatia de vergonha para você comer e é ótimo para matar a sua fome.
O que não podemos negar é que São Paulo tem muito museu e é uma das formas de passeio mais barata. São tantas opções que você fica na dúvida de qual você vai, quase todos cobram o preço de estudante (a meia-entrada), basta comprovar que você estuda, além de todos ficam próximos de estações e paradas de ônibus.
Procura aqueles que são perto de sua hospedagem ou dos lugares que obrigatoriamente vai visitar. Se você é do tipo de pessoa que curte passeios culturais, São Paulo vai fazer seus olhos brilharem. A capital paulista reúne uma série de museus e um acervo que não fica atrás de lugar nenhum no mundo.
Agora vai dois museus que visitei.
Museu da Língua Portuguesa
O Museu da Língua Portuguesa fica dentro da Estação da Luz e foi fundado em 2016. Ele foi reinaugurado em julho de 2021, no qual é dividido por três andares que falam sobre como português do Brasil teve influências não só de Portugal, mas de vários países e a contribuição da imigração no nosso vocabulário.
Museu da Imagem e do Som
No meio de um bairro de luxo, existe o Museu da Imagem e do Som, em um prédio construído no final dos anos 60. O seu objetivo é armazenar dados de pessoas que contribuíram com a televisão, rádio, música e também no clipe. O acervo do MIS conta com mais de 200 mil itens relacionados à história da produção audiovisual brasileira. São fotografias, filmes (curtas, longas, vídeos e documentários), vídeos, cartazes, peças gráficas, equipamentos de imagem e som e registros sonoros e audiovisuais, além dos livros, catálogos, periódicos, CDs, DVDs, VHS, coleções, cuja coleta e criação esteve sempre ligada aos acontecimentos contemporâneos. Ficou conhecido pela exposição sobre o Castelo Rá-Tim-Bum, programa infantil de sucesso da TV Cultura.
Quando visitei tinha duas exposições, sendo uma de graça. A principal mostrava os trabalhos da cantora Rita Lee com a curadoria do próprio filho dela, que expôs roupas, discos, anotações e toda memória física de 60 anos de carreira da “Rainha do Rock do Brasil”.
Você podia ficar o dia inteiro no MIS pelo seu espaço que mostra um pouco de SP apenas em um prédio, além de ficar mais fã de Rita. E a exposição gratuita é um coletivo de artistas que mostraram a vida das travestis, dos doentes de Covid-19 e da periferia de SP de uma forma crua, mas também usaram canais de omnichannel para que os visitantes pudessem expressar a sua opinião sobre os temas retratados.
Consegui viajar e gastar apenas o necessário. Para que eu pudesse conciliar o turismo e não atrapalhar o curso, eu tive que fazer uma ampla organização, aqui vai algumas dicas:
1) Monte a planilha com o que vai gastar diariamente;
2) Pense no que vai comprar, principalmente se a única mala for a de mão e uma mochila;
3) Comida em São Paulo é realmente caro, mas existem opções nutritivas e gastronômicas incríveis. Procure olhar Trip Advisor e o Google, o público não mente mesmo quando algo é ruim. Se você ver algum restaurante que tenha crítica de 1 estrela, observe bem essa crítica para saber se isto iria lhe incomodar ou não.
4) Leve bateria portátil na sua bolsa, pois nunca se sabe quando vai pedir ajuda e celular não descarregar.
5) Sempre observe os lados e não tenha medo de caminhar, isso te ajuda a ter uma excelente memória fotográfica dos locais.
6) Se conhece alguém na cidade, peça dicas e converse sobre lugares interessantes para visitar. Afinal, ele sabe quais são os locais que vale a pena e o que não vale.
7) Vai encontrar alguém? Combine de se encontrar nas estações de metrô e lugares públicos.
8) Informe a localização para todos amigos de confiança, pais, irmãos e quem você confia para não se perder ou caso aconteça alguma coisa eles saberem onde você está.
9) Procure hospedagens perto do transporte público e que tenha locais para fazer as principais refeições, farmácias para comprar remédios e um posto de saúde.
10) Cuide bem de sua saúde, principalmente se você está em uma cidade que o clima é totalmente diferente do seu. Alongue-se, use roupas leves, tênis e pequeno kit de sobrevivência para poder fazer longas caminhadas.
Eu super recomendo o canal das irmãs Camila e Bruna, que são intercambistas e viajam o tempo todo internacional, no qual contam sobre os perrengues dela, crimes com viajantes e dicas para não cair nas ciladas. Elas falam o tempo todo da importância de mulheres explorarem o mundo e terem o direito de viajarem como quiserem.
A seguir, portanto, o vídeo mais recente do canal:
Agora que te dei uma boa introdução de como conhecer São Paulo sozinha, compartilhe este texto para mais pessoas.
Acompanhe que vai ter outros posts falando sobre a minha viagem!
Adorei o texto !