Leno deixou um legado no rock potiguar e do Brasil

Leno deixou um legado no rock potiguar e do Brasil

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No dia 08 de dezembro, mesmo que John Lennon foi assassinado, o Leno deixou a vida terrestre, vítima de um câncer. Dois rockstars em suas terras. O Lennon, na Inglaterra. E, o Leno, em Natal. Gileno Osório Wanderley de Azevedo foi importante não só no rock potiguar, mas também no Brasil, representando o período da Jovem Guarda.

Antes de morar no Rio de Janeiro, ele foi o criador da banda que seria o marco-zero do rock potiguar, o “The Shouters”, no qual fazia covers dos Beatles. E, está vendo que os dois possuem uma ligação?

Mudança de Leno para o Brasil

Após participação em bandas, foi descoberto por produtores da antiga CBS (atual Sony BMG). Formou com Lílian Knapp a dupla Leno e Lilian, que, por conseguinte, emplacou sucessos como “Pobre Menina” e “Devolva-me”. O som é bem típico de Jovem Guarda.

Leno
Leno e Lilian

Desentendimentos entre a dupla acarretaram sua separação ainda no período da Jovem Guarda. Porém, antes, Leno já tinha lançado dois trabalhos solo em 1968 e 1969. Além disso, ele já trabalhou como compositor para diversos artistas.

Primeiro álbum de Leno foi censurado

Sobre o primeiro álbum solo, apenas uma música foi composta pelo cantor, intitulada de “Tudo que pedi a Deus”.

Em 1971, grava o primeiro disco gravado em 8 canais no Brasil, Vida e Obra de Johnny McCartney, que contou com a produção do até então desconhecido compositor baiano Raul Seixas e do cantor e compositor gaúcho Luís Vagner, além da colaboração do letrista Arnaldo Brandão. Porém, na época foi lançado apenas um compacto duplo com quatro canções do álbum, e o álbum completo viria a ser lançado apenas em 1995 por conta da censura da Ditadura Militar.

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As fitas encontradas 25 anos depois pelo jornalista Marcelo Fróes, como consequência o disco chegaria ao mercado através de um lançamento independente do próprio cantor Leno através da sua recém-inaugurada gravadora, a Natal Records. Hoje, portanto, o álbum é um objeto culto.

Criador de outro álbum culto brasileiro

Ele não deixou de se abater e na década de 70 ajudou a produzir o icônico disco “Lágrimas Azuis” do Impacto Cinco, no qual levou a banda para Rio e gravaram o álbum em uma semana. Leno ainda compôs três faixas para o grupo. O disco mistura entre o hard rock com o psicodélico.

Em 1976, lança Meu nome é Gileno, com músicas próprias e ainda mais contou com regravações como “Luar do Sertão” (do poeta Catulo da Paixão Cearense) e “Me deixe mudo”, do compositor e músico experimentalista Walter Franco.

Nos anos 80, ficou na ativa, lançando alguns discos. Nos anos 90, participou de uma série de homenagens feitas à Jovem Guarda, ao lado de outros grandes nomes do movimento como Jerry Adriani, Wanderléa e sua ex-parceira Lílian, com quem mantém relação amistosa até hoje.

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Sobre lara

Jornalista e publicitária formada pela UFRN, começou despretensiosamente com um blog para treinar seu lado repórter e virou sua vitrine. Além disso, é mestranda em psicologia na UnP e ainda é doida o suficiente para começar mestrado em Estudo da Mídia na UFRN. Saiba mais sobre esta brechadora.

Desenho: @umsamurai.



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