Dona Francisquinha, a dona do Arpege  

Dona Francisquinha, a dona do Arpege  

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Muita gente pergunta se Maria Boa teve concorrência e ela teve muitas concorrentes. Mas, na época eram tão vaidosas e sempre procuravam as mulheres mais bonitas para os seus clientes. Um dos cabarés que concorriam é o Arpege, que era administrado por uma mulher que os moradores e comerciantes do bairro a chamavam de Dona Francisquinha. Vamos contar a sua história a seguir.

Já atuou como prostituta e tinha um legado de prostíbulos

Seu nome era Francisca Edith Silva, natural do município de São Vicente, veio residir em Natal na década de 1940, depois de um casamento desfeito com o cidadão conhecido como Pedrinho de Julião. Não foi de papel passado, apenas na igreja.

Em Natal, trabalhou como manicure no Grande Hotel, onde os políticos da cidade se hospedavam e atuava como manicure. Mas foi trabalhando com a prostituição que se encontrou.

Durante a Segunda Guerra Mundial, dona Francisquinha fazia trabalho com as unhas e se engraçava com os americanos que estavam no Grande Hotel e estimulou outras mulheres a trabalhar na área. Teve muitos amantes e alguns até famosos.

Em 1941, o empresário Nestor Galhardo adquire parte da edificação, tendo o intuito de instalar sua própria gráfica, ocupando apenas o pavimento térreo e vendendo material para os americanos. Já o piso superior era feito pela amante, que era Francisquinha. Os três andares era para a boate do Arpege.

Ela foi proprietária dos bordéis Royal, Dia e Noite e do Arpege, em seu apogeu. Sua última e única entrevista aconteceu em 1993, através do jornal Dois Ponto por Gutenberg Costa e a foto acima foi de Canindé Soares, no qual a imagem peguei do grupo Fatos e Fotos Natal das Antigas.

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Mas existe uma outra foto de Dona Francisquinha, quando ela tietou Nelson Gonçalves se apresentou, também coletada no grupo Fatos e Fotos Natal das Antigas.

Dona Francisquinha morava perto do Arpege

Não só trabalhava na Ribeira, como morava em uma das casas da antiga Avenida Junqueira Alves, onde hoje se chama Câmara Cascudo.  Morreu sozinha, sem deixar filhos e apenas a sua coleção de bonecas.

Hoje, o Arpege também se encontra falecido e fechou as portas ainda no final dos anos 90. No ano de 2005, o imóvel é adquirido pela empresária carioca Paula Homburger, acreditando na revitalização da Ribeira. A intenção era construir um restaurante no local, entretanto a ideia não deu certo por diversas razões.

Três anos depois, parte da estrutura do cabaré da Arpege é destruída com as fortes chuvas, chegando a ser interditado pelo Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Norte . No ano de 2010, o prédio foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Em junho de 2020, as fortes chuvas em Natal fizeram com que os andares superiores caíssem de vez.

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Uma resposta para “Dona Francisquinha, a dona do Arpege  ”

  1. Foto de Canindé Soares. Matéria retirada da entrevista exclusiva de dona Francisquinha, concedida a Gutenberg Costa, e publicada no Jornal Dois Pontos, em 19 de junho de 1993. A única entrevista em vida, que a mesma consentiu contar a sua história de vida. Seria ético, citarem as fontes, consultadas.

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Sobre lara

Jornalista e publicitária formada pela UFRN, começou despretensiosamente com um blog para treinar seu lado repórter e virou sua vitrine. Além disso, é mestranda em psicologia na UnP e ainda é doida o suficiente para começar mestrado em Estudo da Mídia na UFRN. Saiba mais sobre esta brechadora.

Desenho: @umsamurai.



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