Sideral, um curta que a família nuclear precisa ver

Sideral, um curta que a família nuclear precisa ver

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“Fui ali comprar cigarro” é uma frase que até virou piada para se referir ao homem que foge das obrigações paternas, no qual separa-se da esposa e, por conseguinte, dos filhos, onde não dá o mínimo de atenção, seja monetária ou afetiva. Mas, se fosse com uma mulher? 

Dados publicados da Universidade Federal do Paraná (UFPR) mostram que a maioria dos abandonos se dá por mães jovens (entre 15 e 20 anos), solteiras, com dificuldades financeiras, sem apoio do parceiro e da família. São, em sua maioria, mães excluídas, que abandonam porque as políticas públicas e a sociedade lhe abandonaram (Becker, 1994; Weber, 2000; Weber & Kossobudzki, 1996).

Nem toda mulher nasce para ser uma mãe e há o aumento da procura por laqueadura. Foi por meio de um curta lúdico e utilizando a astronomia que o cineasta potiguar Carlos Segundo retratou no seu curta “Sideral”. A produção franco-brasileira foi indicada ao Cannes, deixando o audiovisual potiguar orgulhoso. No entanto, pouco se fala da crítica social em relação ao patriarcado numa família. 

Poderia dizer que como a fotografia está maravilhosa, a edição e o uso de panorâmica nas cenas deixou o filme dinâmico. Entretanto, o que me chamou atenção é repensar no papel familiar utilizando o Natal e os foguetes como pano de fundo. 

A história se passa em Parnamirim por uma família nuclear. Do jeito que a família tradicional brasileira gosta. Com pai, mãe, filho e filha. No entanto, a mãe se mostra visivelmente cansada e o marido se faz pouco presente, apesar de dar carona a sua consagrada para ir trabalhar na base militar, prestes a lançar um importante foguete.

Não fala somente de Natal, mas o Brasil como todo

Sideral não é apenas um filme para mostrar que Natal é a Barreira do Inferno, mas questionar a falta de presença dos pais na vida presente dos adolescentes. Problema social existente no Brasil e na França. 

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Por mais que estejam o tempo todo em casa, os pais ausentes são aqueles que não conseguem se conectar afetiva e emocionalmente com seus filhos. As razões para isso são muitas e é psicologicamente complexo determiná-las. Além da paternidade responsável, amorosa e positiva ser essencial para que as crianças possam crescer saudáveis e confiantes. Ainda mais fornece a capacidade de curar suas próprias feridas se você tiver sido criado por um pai inconsequente.

No total, são mais de 5,5 milhões de adultos que nunca tiveram o reconhecimento do progenitor. O dado alarmante é ressaltado quando, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 12 milhões de mães chefiam lares sozinhas, sem o apoio dos pais. Ou seja, quase 4% da população brasileira. 

Além disso, eu recomendo que assista um outro filme, intitulado de “Todos nós cinco milhões”, que fala de uma forma mais séria sobre o abandono parental e de que acontece com todo mundo. 

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Sobre lara

Jornalista e publicitária formada pela UFRN, começou despretensiosamente com um blog para treinar seu lado repórter e virou sua vitrine. Além disso, é mestranda em psicologia na UnP e ainda é doida o suficiente para começar mestrado em Estudo da Mídia na UFRN. Saiba mais sobre esta brechadora.

Desenho: @umsamurai.



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